quarta-feira, 12 de abril de 2017

Amor sem pecado



Nada contra o amor platônico, o amor idealizado, o amor tão sonhado como nos contos de fada. Nada contra o sexo hardcore-me-pega-de-jeito. Nada contra mesmo. Aliás, muitos pontos a favor. Nada contra o sexo-cionamento... Nada contra o sexo sem compromisso. Nada contra as loucuras... Mas hoje quero escrever sobre fazer amor. Quero escrever sobre fazer amor como nas cenas de filme de romance, passar por todas as etapas sem pressa, com tranquilidade, com tempo, com muito prazer. Quero que o meu amor tire minha roupa enquanto eu vou desabotoando sua calça, camisa. Quero beijo no pescoço, mordida na orelha, seu rosto roçando na minha bochecha. Sua boca me beijando ardentemente. Suas mãos tocando cada centímetro do meu corpo, com delicadeza e força ao mesmo tempo. E as minhas mãos nele, sentindo cada pedaço seu, que eu já conheço de olhos fechados. Repito, quero muitos beijos na boca. Quero que ele me cubra de beijos e chegue bem pertinho, pra eu sentir o cheiro quente da sua pele. Sentir sua respiração, sentir seu suor. Quero que ele venha de mansinho, é olho no olho. Quero que ele cole em mim como um biscoito recheado e se entrega que eu me entrego também. Nada de puxão de cabelo, metralhadora do prazer. Quero aquela penetração constante como as ondas do mar, aquela que vai e vem, aquela que acalma ao invés de agitar. Beijos pelo corpo, mordidas gostosas que arrepiam. Quero dedos entrelaçados, gemidos baixinhos e jura de amor no pé do ouvido. Mesmo que sejam falsas! rsrsrs (brincadeirinha) Quero amor sem pressa, sem hora pra acabar. Quero que seja só calma, como uma tarde de domingo dessas que parecem que nunca vão ter fim. Nossas pernas se misturam em uma dança perfeita e eu vou para cima de você sem me desencaixar do seu corpo. Me agarro ao seu pescoço, pra ouvir sua respiração mais pesada. Quero sentir você... De repente paramos tudo por um segundo que parece infinito. Olho nos seus olhos e falo que te amo, ao que você respondeu “eu também te amo”, o tipo de frase que parece fora de contexto em qualquer cena de sexo, mas que se encaixa perfeitamente quando estamos fazendo amor. Quero prazer, tesão e que você me acompanhe, que estejamos tão colados e misturados que parecemos um só. Cravo minhas unhas nas suas costas, querendo me fundir em você. E no fim de tudo, ficamos ali, embaralhados, de olhos fechados. Quero seu abraço apertado, nossos corpos nus. Eu sinto sua pele quente e suada colada em mim e começo a adormecer. Mas dali a pouco começamos outra vez...  tá bem?  
E cá entre nós leitores/as, não me venha falar de pecado, porque quem não quer isso? 


Quaresma e jejum

Quaresma e jejum


A Quaresma é um período de valorizar as memórias dos tempos bíblicos, em especial o jejum e a oração, tão importantes para a fé cristã. É um período de ouvir a palavra de Deus com devoção e compromisso, de recordar o sofrimento e a morte de Jesus Cristo em favor de todos e de preparar a Páscoa do Senhor. Pode-se afirmar que a Quaresma tem três objetivos: o memorial, o teológico litúrgico e a atualização.
Como memorial rememora-se o tempo de deserto: os quarenta anos que o povo hebreu viveu no deserto após ter sido libertado da escravidão do Egito e ter-se colocado a caminho da terra prometida. Lembramos também os quarenta dias que Jesus, o Cristo de Deus, passou “no deserto”, preparando-se para enfrentar as tentações, a fim de vencer o sofrimento e a morte e ressuscitar para a vida eterna com Deus. Em sua dimensão teológico-litúrgica, a Quaresma representa um tempo especial (quarenta dias) para dedicar-se à oração, ao jejum e à penitência, que são auxílios pedagógicos para o sincero arrependimento e a correção de vida. A celebração da Quaresma em toda a sua riqueza litúrgica e profundidade teológica também levará a uma autêntica celebração da Páscoa.
A dimensão da atualização convida cada pessoa a “tomar a sua cruz e seguir a Jesus” para que a Quaresma tenha o seu ápice  na celebração da ressurreição de Cristo. A Páscoa representa a passagem que nos conduz “do erro para a verdade, do pecado para a retidão, da morte para a vida” (Livro de Oração Comum, p. 76). Renovamos, assim, a nossa fé na futura ressurreição dos mortos, pois a ressurreição de Cristo é o penhor e a garantia da nossa ressurreição, porque “se Cristo não ressuscitou não temos nada para anunciar e vocês não têm nada para crer” (1 Co 15,12ss).
A Quaresma é, portanto, o período em que refazemos a viagem final de Jesus a Jerusalém que desemboca em sua paixão e morte: seu ato derradeiro de amor por nós. Por isso tudo refletimos, oramos e jejuamos.
Além disso, desde os primórdios da Igreja cristã, uma maneira especial de preparar-se para a Páscoa, durante a Quaresma, é o jejum.  A prática do jejum é, na verdade, um costume muito antigo praticado em muitas religiões. No Antigo Testamento, inúmeros textos mostram que o jejum era uma prática bastante comum, realizada em diversas ocasiões e com vários objetivos, tais como:
·         Como confissão de pecado: 1Sm 7,3-6; Ne 9,1-3; Jl 2,12-13; Jn 3,5-9
·         Para humilhar-se diante de Deus:  1Rs 21,27-29
·         Em situações de profunda tristeza e luto: Ne 1,1-4; 1Sm 31,13, 2Sm 1,11-12; 12,15-23; Sl 135,13-14
·         Para buscar orientação e ajuda divina: Ed 8,21-23; 2Cr 20,1-4; 2Sm 12,15-23 e Et 4,6.
Mas a religião ritualizada oficial deturpou, com o decorrer do tempo, o autêntico valor do jejum, de modo que os profetas tiveram que denunciar certa prática do jejum como sendo hipocrisia. O verdadeiro sentido do jejum se havia desvirtuado. Encontramos críticas proféticas bastante duras, por exemplo, em Is 58,3-4 e Jr 4,11-12. O jejum se havia tornado um gesto automático sem nenhum significado espiritual, um ritual sem vida, uma lei a ser cumprida.
Textos do Novo Testamento nos revelam que também Jesus criticava certas práticas impostas por escribas e fariseus, quando essas práticas se haviam transformado em mera repetição de ritos que escondiam a face amorosa e misericordiosa de Deus (Mt 9,13; Mc 7,1-23). Jesus não queria que o povo vivesse somente para cumprir as pesadas leis impostas por escribas e fariseus (Mt 23,4; Mc 2,27; Lc 13,15-17).
Embora criticasse o ritualismo, o próprio Jesus não deixou de praticar o jejum, como durante os 40 dias no deserto (Mt 4,2). Mas ele não insistiu em que seus discípulos o fizessem. Ao realizar o jejum, Jesus tampouco repetiu os gestos costumeiros, ou seja: não lavar o rosto nem alinhar os cabelos, cobrir-se de cinza, etc. Antes, ele ensinou que o jejum não deve ter o objetivo de impressionar os outros (Mt 6,16-18); ele deve ser, pelo contrário, um momento de comunhão com Deus e vir acompanhado de oração.
Quando os discípulos de João e os fariseus quiseram saber por que Jesus não impunha o jejum aos seus discípulos (Mt 9,14-15), ele responde, em forma de pergunta retórica, que quando o noivo está na festa, os convidados não necessitam jejuar. Mas virá a hora em que o noivo terá que partir; aí, então, se quiserem, poderão jejuar.
A igreja cristã não tem por objetivo restaurar uma religiosidade repressiva nem insistir na prática de um mero ritual ou no cumprimento de uma lei. Mas creio que, no atual contexto, é importante lançar um desafio: Que tal retomarmos a prática do jejum como gesto de preparação para a Páscoa? Um gesto com o qual podemos expressar que somos pequenos e dependentes de Deus? Torna-se cada vez mais importante, em nossa sociedade agitada, termos um período de autoconhecimento, purificação, busca de equilíbrio e crescimento espiritual. Do desafio faz parte buscar um motivo pelo qual gostaríamos de fazer um jejum.  Existem pessoas que aproveitam o período da Quaresma para abster-se de consumo de algo: alguns decidem abster-se do consumo de carne, outros de bebidas alcoólicas, outros de televisão. Também há pessoas que deixam de fazer, durante o período, uma das refeições diárias, destinando o valor “poupado” para a compra de alimentos para uma instituição que preste serviço social aos mais pobres. Certamente ainda há outros bons motivos para jejuar no âmbito da Igreja.  
Na quaresma Deus nos prepara para vivermos mais uma vez a experiência da páscoa, atualizando-a em nossas vidas e experimentando o poder de sua ressurreição sobre a morte que nos rodeia. Como cristãs e cristãos somos chamad@s, na época da Quaresma, a caminhar, junto com Jesus, o caminho na direção da cruz e da Páscoa. Isso significa que temos que encarar tudo aquilo que pode separar-nos do amor de Deus e da vida em solidariedade e o jejum é uma possibilidade de ir ao encontro desse chamado.
A todos e todas uma abençoada época de Quaresma!
                                       
                              Revda. Ms. Sônia Gomes Mota, Pastora da IPU
                             Teóloga Ms. Odete Liber Adriano, Igreja Episcopal Anglicana

Bibliografia:
CALVANI, Carlos Eduardo B. Entre o púlpito e a universidade: sermões de um professor de teologia. São Paulo: ASTE, 2006.
MESTERS, Carlos. A prática do jejum. Liturgia diária. www.freicarlosmesters.com.br. Acesso dia 31 de janeiro às 12h e 30 min.
WHITE. F. James.  Introdução ao culto cristão. 2. ed. São Leopoldo: Sinodal, 1997.


segunda-feira, 27 de março de 2017

AMOR QUE QUANDO ACABA FICA

AMOR QUE QUANDO ACABA FICA
Moro perto do mar. Tenho esse privilégio, benção. E com isso, gosto de me sentar na areia e ficar ali quieta ou andar, andar.  Gosto de olhar para o mar e sonhar. Imaginar mil e duas coisas. Gosto de imaginar, sonhar, voar. Ser o que não sou e pensar em sentimentos que não senti ou que um dia poderei sentir. O mar inspira. E fiquei pensando no amor. Amor, amor, enlouquecedor, amor, amor. Amor calmo, terno, louco.  O amor que é real porque tem frescor, é leve, tranquilo. Um não cansa ao outro, ninguém se perde, porque ambos vivem, e vivem bem a cada dia. Ninguém é dono de ninguém!
Ah! O amor desse jeito não acaba, e mesmo quando acaba fica. É tão intenso, ardente que vale por uma vida. Amor desse jeito não é um jogo, uma sedução, conquista. É encontro, magia, conexão, liame, que faz com que as pessoas se comprometam um com o outro e queiram ser felizes juntos, mas não agarrados.
Amor leve fica até quando decide ficar, demora para querer partir. Não há cobrança, exigência, ciúme, ninguém é dono de ninguém.  É simples! Porque sabe que pode ir embora quando quiser.   Amor assim é livre, leve. Amor assim é bom. Ambos não exigem que o outro fique, porque ambos querem ficar. E caso um dia alguém vá embora, restará à boa lembrança de que foi bom, foi amor, foi dos mais sentidos, intensos. E mesmo que seja passageiro, uma semana, um mês, um ano, dez anos, a vida toda, é passageiro, porque não se fica por cobrança pessoal ou social, mas por amor. Amor assim, não cobra passagem, não tem garantia, vem e vai, nada se promete, nada se cobra. Ou melhor, a única promessa entre ambos é que este amor seja intenso, marcante, forte e vivido com parte de nós.  Cheio de loucuras e surpresas. Sumir para encontrar o outro, pra matar a saudade. Viver o agora, de estar presente, de estar aqui. Onde a liberdade  é a única coisa que nos prende um ao outro.
Ah! Esse amor que se se renove a cada dia, que faça a gente se encantar  em descobrir o que está diferente, sem se acostumar com nada. Que a gente esteja disposto a viver todos os dias como se fosse o primeiro, sem pensar que pode ser o último, porque todos os nossos encontros serão novos encontros. A gente se apresenta e escolhe como vai ser o resto do dia. Você e eu, porque a gente quer assim e só por isso. Sorrisos, gargalhadas, e que nada seja comum entre nós. Quero continuar descobrindo o que acho incrível em você, como se fosse pela primeira vez. Esse amor que não olha a hora no celular, que não liga para saber que horas vou chegar e que deixa o outro livre  para voar, porque  dá mil motivos para ficar. Amor que decide sentir junto. Que decide sentar para olhar as estrelas, sem nada dizer. Que dá asas, que desejam  ser felizes juntos,  que se transformam, se melhoram, que são sempre mais. Um amor que transborda. Amor que transborda um do outro, de nós, mas sem nós. No máximo, laços e dos mais coloridos, lindos. Quero um amor assim, desse jeito, que nos leva para uma grande aventura: ao redor do mundo ou debaixo das cobertas.
Esse amor que é menos, mas que é mais, que faz com que ambos sintam-se completos mesmo quando há distância. Nada de amor bonzinho; bonitinho, que seja amor real, com defeitos (e que ambos falem sobre os defeitos). Amor real, que seja capaz de desistir de nós abertamente se estivermos pesados  demais um para o outro.
Amor que brinca, ri, chora junto, separado, pula, dança, faz palhaçada, cantarola,  mas quando a brincadeira faz cansar, sabe dizer que cansou de ficar ali e vai pra onde se sentir feliz. Amor que não precise estar; porque escolhe estar. Um amor que transborde. Transborde de mim, de você, de nós, mas sem nós. No máximo, laços. Dos mais coloridos, lindos, gostosos. Amor assim, por caminhos de grande aventura: ao redor do mundo ou debaixo das cobertas. Amor  que vive intensamente, enquanto ele for verdade para nós.
Amor que  faz sentir frio na barriga, o beijo tem gosto de quero mais, não enjoa, não é só selinho. Amor que faz a gente querer se descobrir. Faz com que  queiramos mergulhar em nós, nos permite olhar nos olhos mesmo quando não tenhamos nada a  dizer. E fiquemos quietos, calados,  apenas sentindo o calor do abraço, do carinho.  

Amor que  desperta para saber que temos que continuar buscando a nossa melhor versão todos os dias. Amor em que a gente se ame de verdade, sem se preocupar em dizer que é amor, porque sabemos que é amor. É amor sem contrato, sem acordos, sem combinados, a gente se encontra e vê no que dá. E quando a saudade bater, dá um jeito, vai correndo ao encontro do outro.  E mesmo que passe, dura para sempre! Porque valeu!!!


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Preciso de flores, abraço e colo

Há momentos na vida que você se sente cansad@, desanimad@. Paerce que caminhou léguas a pé, ou  que trabalhou no pesado por dias a fio, sem direito a descanso. Há momentos em que você se acha frac@, frágil demais para continuar essa caminhada. Parece que o coração está batendo bem fraquinho, devagar.  E são nesses momentos que a única coisa que se precisa são abraços, flores. As flores em forma de sorrisos, de um olhar de aprovação como quem diz: 'vá, você está no caminho certo. E se não estiver, não importa, apenas vá!' Abraço apertado em forma de reencontro e de um momento em que você se permite chorar e ser frágil, porque essa pessoa não irá te questionar, apenas te abraçar, beijar e te amar como você é.  É, é receoso escrever isso. Tod@s tem seus momentos off  ou momentos de loucura e desânimo e são nesses momentos que nos desnudamos e somos apenas o que somos: pessoas normais!  São nesses momentos de fragilidade e humanidade que nos expomos mais do que quando colocamos aquela foto de biquíni em rede social ou um nude. Porque foto é uma imagem, não é seu eu. Escrever sobre isso é expor o medo, e medo exposto, é medo justificado, e com isso fica apenas o desabafo: preciso de flores, colo  e abraços apertados. Mas também de risos soltos, gargalhadas que tocam a alma e nos fazem despertar, rir  pra vida.
Claro que flores tocam meu coração,  me fazem rir sozinha. Tiram minha ruga de preocupação que insiste, no decorrer dos anos, em se tornar mais clara. É a idade, a maturidade, responsabilidades, compromissos, insistência na retidão, compromisso com o outro, que me arrancam alguns perfumes da juventude e me trazem ao moleza, o cansaço... Mas sei que abraços apertado, colo gostoso dão um renovo a vida.
E insisto, nessa segunda feira, que começou nublada e agora está com um sol lindo, e eu, cheia de  tarefas: faxinas da casa, relatórios, correção de trabalhos de alun@s, regras e horários que  me cercam, que flores, abraços, colo, sorrisos,  me farão bem, por favor. Quem sabe isso faça com que o cansaço e às vezes o desânimo me deixem, vão embora, pois isso suprirá em mim o perfume e brilho que por ora estou perdendo.
Preciso! Please! Dá-me um abraço? Dá-me um colo? E fico pensando com meus botões:  Será que existe alguma pessoa que não precise de flores, colo, sorrisos e abraços apertados?  Sei não! Bem, enquanto isso, a gente a gente sorri e finge que não há cansaço! Voilá! É preciso caminhar... Seguir em frente! Fui!

Odete Liber









quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vamos voar?

A gente sabe que os dias e a vida precisam de animação, de coisas novas, boas risadas, bom papo. Tem uma frase que diz: “Você vai ter que aprender que a vida só dá asas para quem não tem medo de cair.” (Kleber Martins). E outra que recebei e não sei a autoria (pode ser até eu kkk) “a vida só da asas a quem não tem medo de voar”. Penso o contrario. Tod@s temos asas e podemos voar, porém cabe a nós querer ou não voar. Digo isso porque o ser humano tem no coração o desejo de voar, sonhar, correr, ir além. Tudo bem, que as vezes isso fica apenas no desejo. Para o ser humano alcançar o infinito é quase uma meta, vislumbrar outros horizontes é algo fascinante. E a superação é algo prazeroso. Dentro desse voar e sonhar também se perde muito tempo apenas olhando para as dificuldades, consentindo a intromissão do pessimismo e do pouco anseio de mudar. Lógico que Viver é voar. 
Mas quanto tempo a gente não “abre as asas” e levanta voo? Ter asas e não voar, é triste, é como ter um copo de água ao lado e não poder beber. Quanta alegria e prazer desperdiçados devido a acomodação. Tod@s temos asas. E agora? Voar ou não? Abrir as asas e voar pressupõe coragem. Não é fácil! É aceitar correr riscos, possíveis quedas, aprender a ser resiliente. 
Quem não abre mão da busca do bem viver, abre as asas, ensaia voos e voa. No começo, voos rasantes; quedas, depois com o passar dos dias alturas são conquistadas e a vida e os voos passam a ter um sabor “delicioso”. Não é possível alçar voo sem se sair do local onde se está. E claro, as limitações de tempo e espaço não alteram o gosto por alturas, sonhos. 
Por isso, levantar voo dentro de nós mesmos “pode” ser o norte certo para contemplar outros horizontes e os pretextos minam os voos. Limitadores, medos sempre existirão, o desafio é seguir apesar deles ou parar e ficar com eles, mesmo sabendo que cada pessoas tem um mundo interior todo seu. Mas é isso e com isso que caminhamos: conosco. É com esse universo que interagimos. Que tal alçar voo da acomodação, da indiferença, do mau humor, da procrastinação. Os céus estão sendo ‘povoados’ por quem está ou já decidiu voar. Odete Liber


receitinha de vitamina natural

Outra receitinha deliciosa...
Vitamina de frutas 👻 👻 . Qdo não dá tempo de tomar um café da manhã, essa vitamina é a solução perfeita e saudável.
Bater no liquidificador 1 banana pequena bem madura, 1/2 papaia, 1 colher (sopa) de farelo de aveia, 1 colher (sopa) de sementes de linhaça, 6 castanhas de caju cruas e 1 colher (chá) de tahine (ou macadamias 🙈 )
👌🏼 Tahine é uma pasta feita de gergelim (eu compro pronta). Gergelim é um dos alimentos vegetais mais ricos em cálcio! É uma ótima opção para os que não são adeptos ao consumo do leite de vaca ou tem intolerância... Bom apetite


É preciso crer contra a realidade

“Abraão, esperando contra a esperança, creu...” (Rm 4:18)
É preciso crer contra realidade. A fé desafia a realidade. A fé não é fuga da realidade. É, antes, esperança contra a esperança! A partir da certeza de que Deus ressuscita os mortos e chama à existência, a fé é protesto contra tudo o que promove morte. Nesse sentido, a fé liberta para viver. A mensagem evangélica da graça de Deus é inspiração poderosa para trabalharmos os desafios que surgem e se nos colocam em nossa caminhada de vida. Vale lembrar que a vivência na fé não nega o mundo! Estamos livres, também, para nos voltar aos excluídos e lutar com el@s por uma vida digna. Dietrich Bonhoeffer diz: “Só quem ama a terra e Deus ao mesmo tempo pode crer no reino de Deus”. Podemos amar a terra e ouvir o grito d@ oprimid@, d@s que estão à margem, exatamente porque Deus, em sua infinita misericórdia, amor e graça, nos libertou.
Como disse E. Käsemann sobre Abraão: “Não se refugia na ilusão, nem mesmo em nome de uma piedade edificante. Vê-se, ao contrário, aqui na terra, em confronto com a morte e o nada, em si mesmo e no mundo que o cerca, neste sentido, ele é caracterizado não pelo credo “quia absurdum”, mas pelo credo “absurdum”, isto é, no que assim é considerado pela razão humana. Contra toda realidade terrena, Abraão ousou confiar na promessa divina e abandonar-se àquele que ressuscita os mortos. Não tem outra garantia, além da promessa.” Fé não é ruga, fé não é entorpecente! Ela faz enxergar a realidade tal qual ela é e a lutar para transformá-la. Precisamos crer, mesmo em tempos difíceis. Odete Liber

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Familia casa onde as pessoas tem a mesma chave ??



Família casa onde as pessoas tem a mesma chave ??

O conceito de família, independente de suas variações, é basicamente o mesmo desde os primórdios da humanidade.
Hoje, apesar de no passado já terem sido registrados casos semelhantes ao longo da história da humanidade, a família pode tanto ser constituída por pais e filhos, como por um conjunto de amigos, onde cada membro assume uma função social perante os demais.
O que conhecemos como família hoje tem pouca similaridade com as expressões culturais da época bíblica. Há, no decorrer da história da humanidade várias compreensões diferentes de família. E com isso, é difícil estabelecer uma definição universal e normativa de família.
Logicamente, a família se distingue de outros grupos sociais devido a sua função ou atribuições: determinação de um lugar comum de residência, satisfação de necessidades sexuais e afetivas, estabelecimento da unidade primária de cooperação econômica, procriação, socialização de novas gerações.  Essas atribuições descrevem a tribo, o clã ou a família extensa. A família nuclear que é a mais conhecida por todos (papai, mamãe e filhos) é uma adaptação posterior de todas as formas de grupos sociais.
Hoje, no século XXI há novas definições para família. Família é encontrada nos grupos de rua, que se unem para juntos suportarem a dor que a vida lhes impõe, está na igreja e tantos outros lugares.
Há uma música que diz, de certa maneira, o que é família nos dias de hoje:
Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia. (O Rappa)
Ou seja, "Família é todo conjunto de pessoas unidas por interações sociais com certo grau de coesão entre seus membros, com graus de parentesco artificiais ou concretos, declarados ou ocultos, com ou sem ligação genética".
Com isso, podemos dizer que o conceito de família muda com o passar do tempo, com a história. Afinal, inúmeras são as influências do ambiente social para a formação da personalidade humana. Inegavelmente, a família é a mais importante de todas. É ela que proporciona as recompensas e punições, por cujo intermédio são adquiridas as principais respostas para os primeiros obstáculos da vida. É instituto no qual a pessoa humana encontra amparo irrestrito, fonte da sua própria felicidade. Os membros integrantes da família (pais, irmãos, avós, etc.) moldam o ser humano, contribuindo para a formação do futuro adulto. Não foi por acaso que um dos maiores nomes da literatura brasileira, Machado de Assis, já afirmara que “o menino é pai do homem”.

E biblicamente?
Creio que a melhor definição da concepção bíblica da família é a casa, pois a família nasce do sentido intenso de solidariedade que liga entre si e os membros do povo. O termo que expressa melhor a realidade da família como um todo único, solidário, na perspectiva do indivíduo, é o termo BAITH ou casa.
Casa se refere à família quer como casado/vivendo junto que se desdobra na história quer como grupo humano que partilha o mesmo quadro religioso e social. A família, a casa, é o lugar onde a fé é acolhida, surge também à necessidade de que ela, na sua totalidade, testemunhe o evangelho.
No Novo Testamento temos a casa novamente, o OIKOS. E é no contexto da família, da casa que as virtudes abstratas de amor, perdão, alegria, paz, bondade, domínio próprio, se fazem presente. É na casa que a hospitalidade torna-se virtude, o relacionamento cristão é exemplo ou ensino, para os não cristãos. E é nessa casa, nessa família, pelo ensino, que a paz e os valores se fazem presente. Pois na bíblia, paz é SHALOM. Na verdade, no hebraico, essa palavra toma dimensões maiores do que a nossa tradução para o português. Na verdade, SHALOM, no sentido mais lato da palavra, abrange o bem-estar (Juízes 19.20); a saúde física (Isaías 57.18; Salmo 38.3); a prosperidade (Salmo 73.3); o contentamento ao adormecer (Salmo 4.8); na partida (Gênesis 26.29) e no momento da morte (Gênesis 15.15, etc.); boas relações entre as nações e os homens (1Reis 5.26); Juízes 4.17; 1Crônicas 12.17-18); salvação (Isaías 43.7; Jeremias 29.11; cf. Jeremias 14.13).
Pode-se, portanto, dizer que a casa, o lar, a família, é o centro de ensino vital da fé e dos valores do Reino de Deus. É à família que é imposta a tarefa de fazer do ser humano mais humano e deste mundo, o kosmos, do Senhor.

FAMILIA E IGREJA: espaço de e para a educação e o resgate valores[1]
Família, nos dia de hoje, é uma configuração relativa, porque esta se transforma no decorrer da história. Até meados dos anos 90 do século passado tínhamos a família nuclear, a qual não existe mais hoje. Somos testemunhas de uma continua transformação da família e essas mudanças não são, em si mesmas, nem boas nem más. Há famílias extensas, nucleares, com ou sem nenhum progenitor, família sem filhos, famílias com filhos oriundos do companheiro apenas...
Com isso, o que é família para nós cristãos? Quem faz parte da família? Como ela nos dias de hoje pode ser espaço de ensino e propagação de valores do Reino de Deus?
Como resposta, leiamos o Evangelho de Marcos 3:31-35.
Família é todo aquele que fizer a vontade de Deus! E dela fazem parte todo àquele que fizer a vontade de Deus. E a família é espaço de ensino e paz quando propaga os valores do Reino de Deus. São os valores do Reino de Deus: amor, fé, justiça. Liberdade, ajuda, carinho, presença, diálogo, risos!
Sabe-se que a família tem seus conflitos e nem sempre é fácil ser família. Há momentos em que somos família de fato e outros em que somos qualquer coisa, menos família. Do ponto de vista jurídico, a família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma partilhar o mesmo domicilio. A convivência em família pode ser feliz ou insuportável, pode ser amor e ódio, o domicilio pode ser espaço de hospitalidade, amor, afetividade, diálogo ou simplesmente mera pensão onde me alojo, durmo ou tomo banho.
Família é como uma semente. Assim, precisa ser cuidada, pois ainda não é fruto. Como semente, está por fazer, por amadurecer e frutificar. E de todo modo envolve o fato de se assumir as limitações e reconhecer que nem sempre faremos todo o bem que gostaríamos, pois há momentos difíceis, de dor, circunstâncias tremendas, até trágicas. A vida envolve tudo isso! Mas as dificuldades com pão são as menores, diz o provérbio, e o penoso da vida torna-se menos penoso quando o vivemos a partir de relações fortes.
Porque a família não consiste apenas nos laços de sangue, vai além! Não é algo que possamos comprar: “Dê-me 500 gramas de família”. E isso é um problema em nossos dias porque estamos acostumados a comprar tudo. Basta lembrar o que se faz com os filhos: enche-os de coisas que se pode comprar e priva-os de relações pessoais intensas e os pais, com isso, ficam satisfeitos.
Somos família à medida que há relações, somos mais família, quanto mais fortes são essas relações, e há dias em que simplesmente, não somos família.
Sei que vivemos em tempos em que sinceramente, a realidade de família muitas vezes é a descrita por Millôr Fernandes “Família um grupo de pessoas que tem as chaves da mesma casa.”  E sinceramente, de coração, o meu desejo é que  seria tão bom se o coração fosse o lugar mais família que pudesse existir. E não uma teoria ou uma falsa vivencia de família, um agrupamento... Somos o reflexo do lugar que moramos...
Pois somos família na medida em que na casa encontramos alguém e na qual nos sentimos mal quando ocorrer de ficarmos sozinhos. Ou seja, não é uma casa-hotel, pensão. Em casa deve-se estar e deve-se estar bem. Não é lugar para descarregar nossas raivas do dia de trabalho (história do gatinho que todo mundo pisava no rabo dele). A casa é lugar para brincar, para falar, entreter-se de mil maneiras, orar e divertir-se. Dar tempo é dar vida! Família não é lugar para cada um ficar na sua TV e no seu quadrado! Família é unidade, é respeito ao gosto do outro. É entender que há tempo para tudo, inclusive para ver ou não TV.  Família é lugar para amar, é lugar de erotismo, tesão, conversa, diálogos.
Casa e família são lugares para se falar. Falar significa que a família está viva e tem vida, e fortalece essa vida. É lugar de dizermos muitas coisas sem falar, sem palavras (um gesto, um sorriso, uma lágrima, um detalhe, um abraço apertado). Numa casa em que se fala e se dizem as coisas, existe a sensibilidade, a capacidade de escutar, para perceber as mensagens e dar respostas. Família é lugar de aprofundar o diálogo. É falar sem gritar, sem aborrecer, sem dar atenção em demasia a assuntos banais. Família também é  lugar de duas pessoas se amarem, fazerem amor.
 A casa e a família são pontos de referencia e de felicidade. É o ninho, o aconchego. Cada um sabe o que torna o outro feliz. Sem rabuchices constantes (afinal um dia ou outro tudo bem, mas sempre?), resmungos.
Há valores além dos do Reino de Deus, que são importantes para a família e igreja, nesse processo educacional de valores. São valores básicos.
        a família em si mesma. Nossa cultura é uma cultura da família. É um valor que se tem como pressuposto, ao ponto de se dizer que “a família não é o próximo, é a própria pessoa”.
       família como âmbito de aprendizagem do amor. As relações no interior da família são relações de amor, de transformação, mudança, crescimento. A família é como o útero no qual se é amado por si mesmo, tal como se é, em que se desenvolve a personalidade humana. A família se constitui uma escola de socialização a partir do amor, um espaço de gratuidade, no qual se vislumbra a paz e em caso de necessidade, a família mobiliza-se em uníssono para ajudar.
      obediência e respeito. Essencial em qualquer âmbito da vida social do ser humano, é parte do amor.
       transmissão do sentido transcendente da vida. Lugar das primeiras experiências religiosas ou de fé, de aprendizagem da oração, de encontro com Deus, de instrução de fé. A oração em família foi tradicional entre nós de muitas formas e não é porque a sociedade muda constantemente que ela deve ser ignorada. A vivência da fé na e com a comunidade de fé, é essência.  Todo momento é momento de vivenciar a fé, pois através da adoração nasce a esperança da libertação, o povo encontra a sua identidade, descobre sua história, faz o presente e o futuro. A transmissão do sentido transcendente da vida se dá em família, com a família de Cristo, a leitura da Bíblia, participação na vida da igreja, orações, afinal, na história do povo cristão, a oração era parte natural da vida diária.
      Escola de conhecimentos. Não só de conhecimentos, mas de tolerância, liberdade, solidariedade, sacrifício, fidelidade, transformação, mudança, saber dizer sim e não, recomeçar, terminar. A partir da família, o ser humano situa-se na história, nela surgindo às diferentes vocações de seus membros.
      Acolhimento.  Lugar de acolhimento, hospitalidade, fraternidade. De compartilhar com os outros, de modo especial com os mais necessitados, de ajuda mútua. De compromisso com a sociedade em que se insere, por seu bem comum, e também na Igreja. Aprendizagem da responsabilidade e da convivência, onde se descobre que um individuo não é um absoluto.
   Valores transcendentes[2] (Para se referir a relação de Deus com o mundo e com cada Crist@. As características, designadas transcendentais, são a unidade, verdade,  bondade, amor.  A transcendência, segundo Boff, se dá nos pequenos e grandes momentos, pois  para ele, somos seres de enraizamento e seres de abertura. Primeiramente nos sentimos seres enraizados. Temos raiz, como uma árvore. E a raiz nos limita, porque nascemos numa determinada família, numa língua especifica, com um capital limitado de inteligência, de afetividade, de amorosidade. Mas somos simultaneamente seres de abertura. Ninguém segura os pensamentos, ninguém amarra as emoções. Elas podem nos levar longe no universo. Podem estar na pessoa amada, podem estar no coração de Deus. Rompemos tudo, ninguém nos aprisiona. Mesmo que os escravos sejam mantidos nos calabouços e obrigados a cantar hinos à liberdade, são livres, porque sempre nasceram livres, e sua essência está na liberdade. Então, possuímos essa dimensão de abertura, de romper barreiras, de superar interditos, de ir para além de todos os limites. É isso que chamamos de transcendência. TRANSCEDENCIA ESTÁ MUITO ALÉM DA RELIGIÃO. O SER HUMANO rompe, vai para além daquilo que é dado.) Na sociedade cristã, na vida cristã, predominaram os valores transcendentes: a verdade, honestidade, respeito a todo ser humano, liberdade, solidariedade, fé, tolerância, humildade, simplicidade, alegria, fecundidade, paz, verdade. Afinal, nosso Deus é sensível e atento aos sofrimentos dos oprimidos; que Deus está efetivamente comprometido com a libertação dos oprimidos; e, que Deus promete aos oprimidos uma vida feliz, numa terra nova.
Vivemos numa sociedade de mudanças constantes, em tempos incertos, mas, independente do tipo de familia (só com pai, só com mãe, ou com os dois pais, duas mães, formada no modelo nuclear, pais diferentes, novos casamentos...), os valores do Reino de Deus continuam vigentes e transformam a sociedade, pois se assim não o fosse, não estaríamos aqui e não seriamos cristãs e cristãos.
Que como família, independente de como ela seja formada, possamos olhar para o Reino de Deus e seus valores, e acimentar/alicerçar nossas casas nesses valores, para que o shalom, a paz que vem de Cristo inunde nossas vidas e casas e sejamos testemunhas do Reino de Deus. Pessoas que realmente caminham em busca da paz e que, pelo ensino, educando, resgatam os valores do Reino em casa: “O fruto da justiça será a paz. De fato, o trabalho da justiça resultará em tranquilidade e segurança permanentes.” (Isaías 32:17) E não apenas um lugar onde as pessoas tem a chave do mesmo lugar.
Deus nos abençoe.
Odete Liber






[1] Quando me refiro a valores da familia, me reporto sempre aos valores do Reino de Deus, que são, por conseguinte, os valores da familia e de todo cristão. O Reino de Deus gera transformação de valores espirituais, morais e principalmente ético-humanos. Para Gutiérrez “o Reino é graça, mas é também exigência. É dom gratuito de Deus e é apelo de conformidade ao seu desígnio de vida. Isto é o que se pede do discípulo, sua vida transcorre entre a gratuidade e a exigência.” E mudança é conversão, que significa mudança de comportamento, um enfoque diferente da vida, o início do seguimento de Jesus.
[2]  Ademais, temos a dimensão sã e também a dimensão patológica. Porque não somos só homo sapiens sapiens. Somos hoje, fundamentalmente, homo demens, duplamente demens, coisa esquecida na modernidade iluminista. Hoje somos dementes, em grau supremo. É a nossa situação. É o nosso arranjo existencial. Eis nosso enraizamento, nossa imanência. Mas somos simultaneamente seres de abertura. Ninguém segura os pensamentos, ninguém amarra as emoções. Elas podem nos levar longe no universo. Podem estar na pessoa amada, podem estar no coração de Deus. Rompemos tudo, ninguém nos aprisiona. Mesmo que os escravos sejam mantidos nos calabouços e obrigados a cantar hinos à liberdade, são livres, porque sempre nasceram livres, e sua essência está na liberdade. Então, possuímos essa dimensão de abertura, de romper barreiras, de superar interditos, de ir para além de todos os limites. É isso que chamamos de transcendência. TRANSCENDÊNCIA ESTÁ MUITO ALÉM DA RELIGIÃO. O SER HUMANO rompe, vai para além daquilo que é dado.