segunda-feira, 27 de março de 2017

AMOR QUE QUANDO ACABA FICA

AMOR QUE QUANDO ACABA FICA
Moro perto do mar. Tenho esse privilégio, benção. E com isso, gosto de me sentar na areia e ficar ali quieta ou andar, andar.  Gosto de olhar para o mar e sonhar. Imaginar mil e duas coisas. Gosto de imaginar, sonhar, voar. Ser o que não sou e pensar em sentimentos que não senti ou que um dia poderei sentir. O mar inspira. E fiquei pensando no amor. Amor, amor, enlouquecedor, amor, amor. Amor calmo, terno, louco.  O amor que é real porque tem frescor, é leve, tranquilo. Um não cansa ao outro, ninguém se perde, porque ambos vivem, e vivem bem a cada dia. Ninguém é dono de ninguém!
Ah! O amor desse jeito não acaba, e mesmo quando acaba fica. É tão intenso, ardente que vale por uma vida. Amor desse jeito não é um jogo, uma sedução, conquista. É encontro, magia, conexão, liame, que faz com que as pessoas se comprometam um com o outro e queiram ser felizes juntos, mas não agarrados.
Amor leve fica até quando decide ficar, demora para querer partir. Não há cobrança, exigência, ciúme, ninguém é dono de ninguém.  É simples! Porque sabe que pode ir embora quando quiser.   Amor assim é livre, leve. Amor assim é bom. Ambos não exigem que o outro fique, porque ambos querem ficar. E caso um dia alguém vá embora, restará à boa lembrança de que foi bom, foi amor, foi dos mais sentidos, intensos. E mesmo que seja passageiro, uma semana, um mês, um ano, dez anos, a vida toda, é passageiro, porque não se fica por cobrança pessoal ou social, mas por amor. Amor assim, não cobra passagem, não tem garantia, vem e vai, nada se promete, nada se cobra. Ou melhor, a única promessa entre ambos é que este amor seja intenso, marcante, forte e vivido com parte de nós.  Cheio de loucuras e surpresas. Sumir para encontrar o outro, pra matar a saudade. Viver o agora, de estar presente, de estar aqui. Onde a liberdade  é a única coisa que nos prende um ao outro.
Ah! Esse amor que se se renove a cada dia, que faça a gente se encantar  em descobrir o que está diferente, sem se acostumar com nada. Que a gente esteja disposto a viver todos os dias como se fosse o primeiro, sem pensar que pode ser o último, porque todos os nossos encontros serão novos encontros. A gente se apresenta e escolhe como vai ser o resto do dia. Você e eu, porque a gente quer assim e só por isso. Sorrisos, gargalhadas, e que nada seja comum entre nós. Quero continuar descobrindo o que acho incrível em você, como se fosse pela primeira vez. Esse amor que não olha a hora no celular, que não liga para saber que horas vou chegar e que deixa o outro livre  para voar, porque  dá mil motivos para ficar. Amor que decide sentir junto. Que decide sentar para olhar as estrelas, sem nada dizer. Que dá asas, que desejam  ser felizes juntos,  que se transformam, se melhoram, que são sempre mais. Um amor que transborda. Amor que transborda um do outro, de nós, mas sem nós. No máximo, laços e dos mais coloridos, lindos. Quero um amor assim, desse jeito, que nos leva para uma grande aventura: ao redor do mundo ou debaixo das cobertas.
Esse amor que é menos, mas que é mais, que faz com que ambos sintam-se completos mesmo quando há distância. Nada de amor bonzinho; bonitinho, que seja amor real, com defeitos (e que ambos falem sobre os defeitos). Amor real, que seja capaz de desistir de nós abertamente se estivermos pesados  demais um para o outro.
Amor que brinca, ri, chora junto, separado, pula, dança, faz palhaçada, cantarola,  mas quando a brincadeira faz cansar, sabe dizer que cansou de ficar ali e vai pra onde se sentir feliz. Amor que não precise estar; porque escolhe estar. Um amor que transborde. Transborde de mim, de você, de nós, mas sem nós. No máximo, laços. Dos mais coloridos, lindos, gostosos. Amor assim, por caminhos de grande aventura: ao redor do mundo ou debaixo das cobertas. Amor  que vive intensamente, enquanto ele for verdade para nós.
Amor que  faz sentir frio na barriga, o beijo tem gosto de quero mais, não enjoa, não é só selinho. Amor que faz a gente querer se descobrir. Faz com que  queiramos mergulhar em nós, nos permite olhar nos olhos mesmo quando não tenhamos nada a  dizer. E fiquemos quietos, calados,  apenas sentindo o calor do abraço, do carinho.  

Amor que  desperta para saber que temos que continuar buscando a nossa melhor versão todos os dias. Amor em que a gente se ame de verdade, sem se preocupar em dizer que é amor, porque sabemos que é amor. É amor sem contrato, sem acordos, sem combinados, a gente se encontra e vê no que dá. E quando a saudade bater, dá um jeito, vai correndo ao encontro do outro.  E mesmo que passe, dura para sempre! Porque valeu!!!