terça-feira, 14 de junho de 2011

CASAMENTO MARI E NANDO: UM SONHO












gente, esse casamento foi lindo d+! Rogo a Deus que os abençoe imensamente, afinal, eles merecem!!!! E o Adriano estava lá, falando aos noivos...pena que ele estava escondidinho atrás da decoração do altar... kkk

quarta-feira, 1 de junho de 2011

EU TENHO UM SONHO - MARTIN LUTHER KING JR

Eu tenho um sonho
Martin Luther King Jr
Discurso proferido durante a "Marcha para Washington", em 28 de agosto de 1963.

Eu estou contente em me unir a vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, a cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros ressecados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do negro ainda é tristemente paralisada pelas algemas da segregação e pelos grilhões da discriminação. Cem anos depois, o negro vive em uma ilha isolada de pobreza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontra exilado em sua própria terra.

Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória, da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, assim como os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e busca da felicidade.

Hoje é óbvio que a América não resgatou essa nota promissória no tocante aos seus cidadãos negros. Em vez de honrar essa obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou com o carimbo "fundos insuficientes". Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça esteja falido. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar esse cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América essa cruel urgência. Esse não é o momento para descansar no luxo refrescante ou para tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para escalar o vale das trevas da segregação até o caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para tirar nossa nação das areias movediças da injustiça racial e colocá-la sobre a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Esse verão sufocante do legítimo descontentamento dos negros não passará até haver um renovador outono de liberdade e igualdade.

Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Aqueles que esperam que o negro agora tenha sua auto-estima elevada e esteja satisfeito terão um violento despertar se a nação voltar a ser como sempre foi. Não haverá descanso nem tranqüilidade na América até que sejam garantidos ao negro seus direitos de cidadão. Os redemoinhos da revolta continuarão abalando as fundações de nossa nação até raiar o brilhante dia da justiça.
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso direito legítimo, não devemos ser culpados por atos injustos. Não vamos saciar nossa sede por liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nossos protestos criativos degenerem em violência física. Renovadamente temos que subir às majestosas alturas do confronto da força física com a força da alma.

Nossa nova e maravilhosa militância mostrou à comunidade negra que não devemos ter desconfiança para com todas as pessoas brancas. Muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, entenderam que o destino deles está amarrado ao nosso destino. Eles perceberam que a liberdade deles está ligada indissoluvelmente à nossa liberdade. Nós não podemos caminhar sozinhos. E enquanto caminhamos, temos que dar nossa palavra de honra de que sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder.

Há aqueles que perguntam aos defensores dos direitos civis: "Quando vocês estarão satisfeitos?". Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem se hospedar nos motéis ao longo das estradas e nos hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for restrita de um gueto menor a outro gueto maior. Nós não estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças forem privadas de sua identidade e lhe roubarem sua dignidade com placas advertindo "Apenas para brancos". Nós não estaremos satisfeitos enquanto um negro não puder votar no Mississipi e enquanto um negro em Nova Iorque acreditar que não tem motivo para votar. Não! Não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que " haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não pára de correr".

Eu não esqueci que alguns de vocês vieram até aqui após grandes provações e sofrimentos. Alguns de você saíram recentemente das celas estreitas de prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhes deixaram marcas por causa das tempestades das perseguições e dos ventos da brutalidade policial. Você são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé de que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e os guetos de nossas cidades do norte, sabendo que, de alguma maneira, esta situação pode e será mudada. Não nos joguemos no vale do desespero.
Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que, embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e de amanhã, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - " nós sustentamos estas verdades como auto-evidentes: que todos os homens nascem iguais ". Eu tenho um sonho que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que, um dia, até mesmo no Estado de Mississippi, um Estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que, um dia, minhas quatro crianças viverão em uma nação onde não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que, um dia, no Alabama - com seus racistas maus, com seu governador cujos lábios gotejam palavras de intervenção e negação - um dia, bem no Alabama, meninos negros e meninas negras poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que, um dia, todo vale será exaltado, todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados, "e ntão o Senhor mostrará a sua glória, e toda a humanidade a verá".

Essa é nossa esperança. Essa é a fé com que regressarei para o Sul. Com essa fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com essa fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que seremos livres um dia. Esse será o dia, esse será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado: "Meu país, doce terra de liberdade, eu canto a ti. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos. De todo lado da montanha, que ressoe o sino da liberdade!" Se a América quiser ser uma grande nação, isso terá que acontecer.

Assim, que ressoe o sino da liberdade nos extraordinários topos das montanhas de New Hampshire. Que ressoe o sino da liberdade nas poderosas montanhas de Nova Iorque. Que ressoe o sino da liberdade nas colinas Alleghenies da Pennsylvania. Que ressoe o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve do Colorado. Que ressoe o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não apenas isso. Que ressoe o sino da liberdade na Stone Mountain da Geórgia. Que ressoe o sino da liberdade na Lookout Mountain do Tennessee. Que ressoe o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. "De todo lado da montanha, que ressoe o sino da liberdade!"

E quando isso acontecer, quando permitirmos que o sino da liberdade ressoe, quando nós deixarmos ele ressoar em cada vila e em cada vilarejo, em cada Estado e em cada cidade, poderemos apressar a chegada do dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão se dar as mãos e cantar com as palavras do velho spiritual negro: "Livre afinal, livre afinal. Agradeçamos ao Deus Todo-Poderoso, nós somos livres afinal".