quinta-feira, 28 de março de 2013

salmo 23

O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta

Salmo 23

O salmista começa este lindo poema com uma expressão de confiança: “Eu reconheço a quem pertenço, pois o ’Senhor é o meu pastor’”. Em João 10.2-3, Jesus diz que o pastor verdadeiro é aquele que entra pela porta, chama as ovelhas pelos seus nomes e é seguido por elas para fora, em direção às pastagens. Em uma rápida pesquisa em meios de informação sobre a criação de animais, fiz algumas descobertas interessantes sobre a ovelha. Ela é capaz de guardar a imagem de uma pessoa ou sua voz na memória por cerca de 2 anos. Cientistas mediram a movimentação cerebral das ovelhas diante de alguns rostos, durante certo tempo. Depois, retiraram as imagens. Ao passá-las novamente, a cada vez que um rosto já apresentado surgia, havia uma onda cerebral correspondente. Que interessante é pensar que as ovelhas lembram-se de seu pastor; são capazes de memorizar sua voz e seu rosto, como os animais domésticos fazem. Isso também significa que elas podem se tornar mais dóceis, mais amáveis à medida em que mais se relacionam com seu pastor. O nosso convívio com Deus nos tem tornado mais dóceis, mais amáveis? Ou continuamos endurecidos como ovelhas que não têm pastor?
Ouvi também uma história de um homem que, visitando a Palestina, deparou-se com um curral de ovelhas no qual três pastores diferentes guardaram seus rebanhos juntos. No dia seguinte, pela manhã, o homem, curioso, foi ver como os pastores separariam suas ovelhas. Calmamente, o primeiro chegou, começou a entoar uma canção e determinado grupo de ovelhas o seguiu. O segundo e o terceiro fizeram o mesmo, até não restar ovelha no curral. Como eles fizeram isso? As ovelhas reconheceram suas vozes e espontaneamente os seguiram, pois sabiam quem era o seu pastor.  Jesus afirma em João 10.5: “Nunca seguirão um estranho, na verdade fugirão dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos”. Será então que temos sido ovelhas verdadeiras? Quantos dentre nós já não seguiram outras vozes e foram para o descampado, se perderam nos penhascos da vida? Quantos não têm ouvido a voz de seu próprio sentimento ou vontade? A voz do mundo, a voz do diabo? Reconhecemos o pastorado de Deus em nossa vida ou agimos como se não tivéssemos conhecido a Ele, nem guardado Sua voz ou Sua face, reveladas nas Escrituras, em nosso coração? Que tipo de ovelhas temos sido? (H.B.T.)
**
Senhor, queremos, neste fim de ano, renovar Contigo nossos votos de seguimento. Queremos estar na Tua presença, renovados pelo Espírito Santo, para que sejamos ovelhas que conhecem seu Pastor. Amém!

Poema: Nada era dele (Gioia Junior)

A propósito da Páscoa 


Disse um poeta um  dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
"o berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,
que em Jerusalém chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - o suave pão,
que foi por seu amor multiplicado
alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,
ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado
Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos
Ao lado de Judas  que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado
de onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Mas a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,
Essas eram de fato de Jesus! "

Isso disse um poeta certa vez,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade.
 
O berço, o jumentinho, o suave pão,
os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto
eram dele a partir da criação;
Ele os criou - assim diz a Escritura;
mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,
a cruz tosca e mesquinha,
onde meus crimes todos expiou,
essa cruz não era sua! Essa cruz era minha!
 
 

quarta-feira, 27 de março de 2013

ABENÇOADA PÁSCOA PARA TOD@S

"Onde uma pessoa renova sua confiança em outra pessoa e juntas constroem uma ponte para vencer o ódio e a inimizade, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde uma pessoa não desiste no final, mas ousa recomeçar para superar a dor e o luto, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde a pessoa não silencia na escuridão, mas cantarola a canção da esperança para vencer o silêncio mortal ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde a injustiça é denunciada e a própria culpa assumida para ...vencer a omissão, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde uma pessoa ousa falar a verdade para vencer a aparência e a mentira, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde uma pessoa recebe ajuda para continuar a caminhada, em momentos difíceis, como perda, doença, desemprego, etc, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde uma pessoa nada contra a correnteza e carrega os fardos de uma pessoa desconhecida para vencer necessidade e sofrimentos, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde alguém desperta e tira da inércia e descobre com você um novo caminho para vencer grandes obstáculos, ali você encontra sinais da Páscoa.
Onde as pessoas partilham o pão que alimenta o corpo e o pão que alimenta a alma, ali há sinais da Páscoa.
Onde alguém desperta e descobre o sentido da vida, em Cristo Jesus, ali você encontra sinais da Páscoa."
Abençoada Páscoa para tod@s!!

 

Josh Groban - Brave [Official Music Video]

Como gente humilde - Quarteto Vida

quarta-feira, 20 de março de 2013

Deus não está mais aqui...


Deus não está mais aqui...

Do jeito que vão as coisas, em breve veremos placas honestas nas portas das igrejas: “Deus partiu sem previsão para voltar”. E começo a pensar em Nietsche, quando escreveu “Zaratustra”. O cenário da igreja é lúgubre, ambiente de corvos em árvores secas e vermes emergindo da terra, seguindo o costume da Europa Nórdica de construir cemitérios junto às igrejas. Como se estas tivessem as respostas finais sobre angústia da vida e da morte. As roupas litúrgicas negras vestem ministros seguidores da reta doutrina enquanto enterram fieis com orações solenes, liturgias e réquiens infindáveis para poderosos aristocratas. Crítica ácida do filósofo aos representantes das igrejas cristãs, e à religião dominante.
 
Nietsche pronuncia: “Deus (na igreja) está morto!”, (Gott ist tot). Deus permanece morto. E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós, os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu de mais sagrado e poderoso até agora sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? Refiro-me ao enterro de Deus nos cemitérios das igrejas cristãs que perderam a força transformadora do mundo e se acomodaram em suas doutrinas petrificadas. Nem Lutero escapou de sua crítica. 

O protestantismo histórico vem aceitando passivamente a insignificância do papel estatístico e funcional que lhe cabe para mostrar o que se compreende como “Igreja de Deus”. Os valores que circulam sobre o Deus ético da fé bíblica são fluidos e dispersivos. 
 
A tradição mais antiga da igreja cristã remonta a Abraão. A assembleia do povo ainda nômade já buscava o lugar de Deus no mundo (ba-makon). O acesso a Deus começa com um reconhecimento, por mais assombroso e incompreensível que pareça, de que Deus não está nem no passado, nem no presente e nem no futuro. A tenda do encontro, no entanto, é o mundo (Ex 33,21): “Eis que há um lugar em mim” (hine makon iti). Isto é, a tenda é o lugar genérico. “Deus está no mundo, embora não seja do mundo” (Nilton Bonder). Voltemos ao Gênesis (28,10). Jacó foge de seu irmão. Deslocando-se de Bersheba para Haran, cansado, no fim da tarde, ao por do sol, deita-se para repousar e é capturado pela importância do lugar (va-ifga ba-makon). Esse é o lugar (ba makon há-há). 
 
Pois bem, o sonho da igreja de Deus começa aqui. Jacó sonha e vê uma escada onde sobem e descem anjos. Ele acorda empolgado: “Certamente há Deus neste lugar e eu não o penetrava” (André Chouraqui, diz que o uso do verbo yaddah também tem o sentido de “saber”, além do comum “penetrar”). Um ambiente extraordinário, sabores e sensações fantásticas, memórias da natureza que não podem ser sentidas pela percepção bruta, emocional ou carismática. 
 
Quando se percebe que para produzir algo relevante para a coletividade precisamos obter autorização de quem não produz nada, que o dinheiro da igreja deve fluir em diaconias e isso não acontece, que atos de compaixão e misericórdia nos tornam apóstatas de uma fé abstrata ou extremamente materialista, que muitos ficam ricos pelo suborno e influência das consciências de fieis, que se abandona a evangelização e discipulado bíblico em favor de espetáculos divertidos para o povo hipnotizado pela ganância, que as leis do país protegem igrejas materialistas já protegidas pelo corporativismo religioso (quando é que teremos uma CPI para evangélicos corruptos?), que o roubo no altar é aprovado e recompensado com o voto político e que a honestidade se converte em sacrifício da ética, então podemos afirmar, sem temor de errar, que esta igreja está condenada a ser abandonada permanente por Deus. Sem data para voltar.
 
Pensando como G. Brakemaier, “quando os interesses eclesiásticos começam a misturar-se com a mesquinhez e o egoísmo narcisista da coletividade, para legitimar privilégios religiosos a um determinado grupo, quando se transmuda a igreja em curral midiático, temos, de novo, o reino das trevas impondo-se ao Reino de Deus”. Exatamente como Lutero e os reformadores protestantes denunciaram.  Isso implica no que falta às comunidades cristãs, que é o aprendizado da fé no evangelho pregado por Jesus. Amor, tradução de compaixão, de ternura para com o sofredor; de misericórdia, na identificação e vivência com o oprimido e suas lutas, de solidariedade na busca e exigência de justiça para todos. E Jesus diz para essa igreja autêntica: “Estou convosco!”.
 
Ultimamente, a igreja gananciosa, soft, divertida, carismática, pretende ocupar o lugar da igreja que se retirou de onde deveria estar (cf. o sonho de Jacó, acima). É símbolo da desordem na linguagem e também do desinteresse quanto à Bíblia e seus conteúdos (Comunhão: Preferências evangélicas, set.2012), símbolo do desespero da própria igreja dos nossos dias, que quer visibilidade imagética enquanto se entrega a projetos egoístas e individualistas, símbolo de privilegiados que desejam subir sozinhos a “escada de Jacó” deixando para trás o povo que procura Deus para curar suas feridas. Enquanto se afastam da vida vivida, se veem enredados em escândalos infindáveis de corrupção e não enxergam nada de trágico em tudo que expressa a igreja dos nossos dias. Mas o pior ainda está por vir...


 POVO FESTIVO, CANTANTE, DANÇANTE RECEBE JESUS?

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO 
Lucas 19,28-40 – “Bendito o que vem em nome do Senhor!”
Salmo 118,1-2; 19-29 – “Entrarei pelas portas da justiça, esta é a porta do Senhor”
domingo-de-ramos1A chegada de Jesus a Jerusalém comove a multidão (Lucas 19,28-40).  O povo reage de maneiras diferente das autoridades. Este o aclama como Rei, aquelas ficam apreensivas. O povo tem esperança de libertação, se religiosa, política, econômica. A pobreza e as opressões são muitas. As autoridades sentem-se ameaçadas no seu prestígio e autoridade, e, sem dúvida, no exercício do “poder” (ah, o pudê, como exclamam os poderosos nordestinos brasileiros extasiados com o domínio sobre as massas camponesas…). E o povo alegre, festivo, cantante, dançando, recebe o Messias de Deus, como acreditava… Mas logo virá a tristeza: nesta mesma semana Jesus de Nazaré será preso, torturado, humilhado em sua realeza divina, e esvaziado de qualquer proteção! E então, enfraquecido, vulnerável, será levado ao martírio, sem que esse mesmo povo se comova. Ao contrário, na mesma semana da paixão responderá ao plebiscito: “Crucifica-o, crucifica-o…”. 
Os cristãos estarão, neste domingo de Ramos, caminhando ao lado de Jesus? As implicações dessa caminhada envolvem o compromisso de levar a sério nossa adesão à causa de Jesus Cristo. Acompanhar Jesus em sua última jornada no caminho da cruz, enquanto Ele entra na cidade de Jerusalém, aclamado como o rei que traz o shalom de Deus. Ninguém mais duvida de que as causas geradoras dos grandes e dos menores conflitos sociais, nacionais e internacionais, são encontradas nas desigualdades econômicas, na falta de oportunidade, nas políticas internacionais e domésticas envolvidas em questões que passam pela fome de 2 bilhões de habitantes do planeta; questões que identificam os abismos das desigualdades nos 5 bilhões à margem do mundo moderno, também chamado pós-industrial, no Ocidente.
Todos os dias, observamos as notícias mais recentes sobre o crime comum e o organizado. São dezenas de milhares de mortes violentas por ano, no Brasil. Pessoas são mortas até nas portas das igrejas (A Gazeta, 14.03.2013). O amanhã é pré-definido, só teremos que confirmar o estado de guerra permanente nos pequenos e grandes centros urbanos. Enquanto se espera por dignidade da pessoa humana, nos setores mais corriqueiros da vida, necessita-se de pão para quem tem fome; morada para quem não têm teto; educação para quem não têm escola; saúde para quem não têm hospitais; trabalho para os alijados da sociedade moderna.
Outros entram nas farmácias procurando calmantes, medicamentos contra a tensão cotidiana, drogas que serão consumidas em pilhas de caixas. De outro lado o imenso contingente de pobres e carentes. Os famintos, alvos do nojo da cidade, os que comem lixo e sobras, pivetes, crackeiros, viciados, moradores de rua. Na periferia e favelas um contingente monumental. Mas o Reino de Deus não é imposto pelo poder das armas, nem é acompanhado de decisões político-partidárias. A linguagem do Reino é a solidariedade.
Seguidores de Jesus são servos (doulos) do amor, servem à justiça (tsedakah ou dikaios), no rumo da paz, em total fé na fidelidade de Deus (emunahou pistis). Deus é amor, disse João. O evangelista hebreu nos lembra para amar-nos uns aos outros com o amor sem medida de Jesus. Não há amor maior que este, o cuidado com os fracos, empobrecidos, marginalizados dos meios de produção e esquecidos nas políticas públicas. A palavrashalom ((shalom ou eirene:  direitos cidadãos atendidos, bem-estar social para todos, dignidade, espírito confortado pela justiça em todas as esferas de vida pública ou particular das pessoas) nas Escrituras, nos chama a atenção.
Este é o eixo do pronunciamento de Jesus, neste domingo. Há misericórdia, em suas palavras? Sim, porque podemos entender o Reino de Deus, quando o vemos separado das imagens construídas sobre grandezas que não se pode dizer, porque não há palavras ou línguas sagradas que possam defini-lo. Especialmente quanto ao alcance da justiça, no Evangelho.
Na Bíblia, denuncia-se a falta de clareza sobre tais realidades, onde os escritores apresentam o Reino de muitas maneiras, conforme suas crenças momentâneas, ou quando espiritualizam o que de fato é uma manifestação concreta, ora nos poemas de fé, ora na boca de contadores de histórias ancestrais, ora pelos profetas, ora pelos sacerdotes, ora pelos guerreiros sanguinários que não hesitaram em exterminar velhos, mulheres indefesas, crianças, para tomar terras e riquezas de outros povos…
São modos e crenças para descrever a ação Deus, conforme os impulsos da violência, de dominação e imposição pela força. Porém, todas as vezes que lidamos com a beleza ética, a solidariedade, a misericórdia, o amor e a bondade, estamos lidando com o nome sagrado de Deus, enquanto seu reinado vem chegando, realizando paulatinamente a utopia de Jesus. Na Bíblia, os evangelhos são mais claros, quando Jesus descreve o reinado de Deus como a realidade acima de todas as realidades.
Os sentidos da Paz, segundo Jesus, tratam de uma nova visão da vida em plena justiça: “Entrarei pelas portas da justiça, esta é a porta do Senhor” (Salmo 118,1-2; 19-29). Um mundo novo estará amanhecendo. Gandhi, Bonhoeffer, Niemöler, Paul Schneidder, Desmond Tuto, Nelson Mandela, Luther King Jr., Charles Roy Harper, Jaime Wright, Paulo Stuart Wright, Paulo Evaristo Arns, monsenhor Romero, Irmã Dorothy, mártires e testemunhas da Paz e da Fé, entenderam esse sentido. Perdão e reconciliação entre povos e nações; libertação do poder de todos os pecados, inclusive os pecados estruturais do nosso tempo. Reconciliação com os que não têm as mesmas tradições religiosas; nova vida no serviço da justiça de Deus; direito de herdar e gozar bem-estar coletivo, no trabalho, habitação, saúde, escolaridade, sem desigualdade no tratamento; direito a um mundo transformado pela misericórdia e a compaixão; direito de integrar uma nova realidade proposta sob  o empenho apaixonado na causa de Deus. Hosanas! Bendito aquele que vem em nome do Senhor. Shalom.
Derval Dasilio

quarta-feira, 6 de março de 2013

Coldplay - Paradise (Cover songs interpreted by The Piano Guys)

Isaías 6.1-8 A brasa do altar

Isaías 6.1-8 A brasa do altar



Nunca tinha me ocorrido antes. Já preguei sobre este texto um sem-número de vezes. Nunca me ocorreu, em tempo algum antes, o que Deus me falou nestes dias. Coloquei-me no lugar de Isaías, visualizando aquele serafim, vindo com a brasa viva, vermelha, fumegante, em minha direção. Ele vai colocar esse troço quente na minha boca! Se já dói horrores quando bebo um café quente ou tomo a sopa sem soprar antes, quanto mais doerá a brasa viva! Ela está inflamada de tanto calor. Será uma queimadura de último grau!
Vivemos a pedir a Deus que nos mande Seu fogo. Mas o fogo não fica apenas tremulando no altar. Ele queima e consome. Ele precisa ser realimentado por carvão e madeira. Ele tem de ser mantido vivo. E, por isso, ele está sempre consumindo tudo o que toca. A brasa viva, tirada do altar com uma tenaz, está por tocar a boca do profeta e isso tem um propósito: queimar o pecado que ele mesmo assumira, minutos antes.
Receber o fogo significa ser purificado. E isso dói. Tem de haver o toque quente do fogo para que o pecado seja tirado. Ele está por demais entranhado na boca. Não vai sair com uma lavadinha, como aquelas que a mamãe ameaçava dar, com sabão de coco, quando a gente, criança, falava uma palavra feia. Este tipo de sujeira precisa de outro nível de purificação.
Isaías, sabedor disso, pode ter sido tentado, como eu seria, a colocar a mão na boca e evitar o toque da brasa. Mas a visão da santidade de Deus é tamanha que não lhe permite fugir a seu pecado ou ao toque. Ele aceita a dor de ser queimado para que o pecado seja extirpado. Ele aceita queimar, pois só assim poderá encher-se do Espírito. Isaías teve sua boca tocada pelo fogo; João Wesley sentiu aquecer o coração; Elias teve seu sacrifício consumido pelo fogo do céu. E todos eles tiveram um ministério em chamas para Deus. Quer ver o fogo no altar? Deixe-se queimar!

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Senhor, apenas depois de ser tocada pelo fogo desta brasa, será possível ouvir-Te dizer: A quem enviarei? E quem há de ir por nós? Se assim é, dá-me coragem para enfrentar o Teu fogo purificador, a fim de que minha vida sirva como instrumento Teu para resgatar a mim mesma e a outras vidas do fogo eterno. Em nome de Jesus, amém! Hideide Brito

Lord of The Rings - The Hobbit (Piano/Cello Cover) - ThePianoGuys

Christina Perri - A Thousand Years (Piano/Cello Cover) - ThePianoGuys