segunda-feira, 17 de junho de 2019

Espirito Santo

O texto para reflexão é Atos 2.14a, 22-36 é parte de uma prédica missionária de Pedro (At 2.14-40), pronunciada após o evento de Pentecostes. Lá no  Evangelho de Lucas, cap. 3.4s., Jesus começa seu ministério após ter descido sobre ele o Espírito Santo em forma de pomba (batismo). Em At 2. l s. o Espírito Santo desce, desta vez em forma de línguas de fogo, dando início à comunidade de Jerusalém. Esse paralelismo redacional quer dizer: assim como Jesus atuou na força do Espírito Santo (veja ainda Lc 4.1,14,18!), também sua Igreja viverá pela força do Espírito, desta vez na pessoa do Cristo. E quando me refiro a descida do Espirito Santo não significa que as pessoas ficarão  delírio, espanto entusiástico ou a impressão de que tenhamos talvez tomado uns tragos a mais. Não é isso! É incomodo, é transformação pessoal, sobriedade, esperança, força, animo, equilíbrio, luta, fé. É deixar a paz de Deus superar todas as racionalidades. É ir contra a realidade que destrói, mata as pessoas e tudo que Deus criou. É a força dos sonhos que o evangelho de Cristo semeou em Jerusalém!

Assim como aconteceu na experiência de Jesus ao longo de seu ministério, o Espírito desceu sobre ele por ocasião do batismo (Lc 3.22), guiou-o ao deserto para ser tentado pelo diabo (Lc 4.1), conduziu-o pelas cercanias da Galiléia (Lc 4.14), iluminou-o em sua pregação inaugural em Nazaré, onde ele anunciou programaticamente a sua missão (Lc 4.18-21). Coisa semelhante se passa com os discípulos: eles só podem cumprir o mandato do ressuscitado de colocar em movimento a trajetória da Palavra de Jerusalém até os confins da terra (At 1.8) porque a promessa da assistência do Espírito acaba de se cumprir.

Aqui, o Espírito Santo não é outro senão aquele que orientou Jesus em seu ministério. Depois de ser exaltado à destra de Deus, Jesus derramou seu Espírito sobre toda a comunidade, qualificando-a para testemunhar a ação de Deus em favor de seu povo (v. 33).

Após a descida do Espírito Santo, surge a primeira pregação pós-pascal. A resposta da comunidade é fundamental (v. 37): Que faremos, irmãos? Arrependimento, Batismo e vários relatos de como viviam os cristãos na comunidade de Jerusalém. Atos 2.42-47 centraliza e reproduz de forma sintética e idealizada esse processo pós-pascal que determinará o início da Igreja cristã.

Os sinais da comunidade primitiva ainda hoje estão presentes na Igreja de Cristo. Refiro-me principalmente à doutrina dos apóstolos, à comunhão comunitária, ao partir do pão (Eucaristia) e à oração. E como isso tudo nos faz bem!

A doutrina dos apóstolos nos remete a tradição apostólica. É parte fundamental da Igreja cristã. Lucas coloca essa questão como intenção básica de sua obra. Em Lc l .4 dá início ao Evangelho com as verdades que Jesus começou a fazer e a ensinar (veja At 1.1).

Já na comunhão comunitária é preciso considerar o sentido duplo de At 4.32: um só coração e alma e, segundo, no uso social dos bens particulares. Muito se disse e se escreveu sobre esse comunismo cristão, mas não se pode considerá-lo um programa social e econômico. Trata-se muito mais de uma visão da grande família em que bens são socializados quando uma necessidade se faz presente entre os familiares. Exegetas apontam ainda que nesse texto há terminologia helenística, o que indica o interesse de Lucas em falar às pessoas mais esclarecidas da cultura grega. Outra tradição presente está na mesa partilhada com os pobres da tradição judaica. Partilhar o pão com os que não tem!

O partir do pão que traz a tradição do rito inicial da ceia judaica. Em At 20.7,11 é usado como termo técnico para designar a Ceia do Senhor. Em l Co 11.20s. Paulo também interpreta a Eucaristia mais como um exame de fé em Jesus Cristo do que como oportunidade de matar a fome. E a oração. Ah! As orações no início eram feitas no templo (v. 46) e se orientavam pelo costume das orações diárias dos judeus (At 3.1). Com o passar do tempo, desenvolveram uma forma própria de oração que transparece nos cânticos de Maria e Zacarias (Lc 1) ou em At 4.24-31, onde a fé cristã é contextualizada em seu caráter transformador e libertador. Hoje podemos fazer nossas orações em casa, na igreja ou em qualquer lugar.

Esses elementos, ainda hoje presentes de forma ideal na Igreja cristã, exaltam a riqueza da vida comunitária em suas repercussões sobre a vida pessoal e coletiva dos cristãos e cristãs. O louvor a Deus e a Cristo tem a ver com a responsabilidade social para com os outros. A comunhão eucarística é ampliada pelo culto público ao qual todos os grupos sociais e culturais devem ter acesso.

Diferentemente da exclusão judaica, o cristianismo abre-se para democratizar a fé no Deus que se revelou poderosamente em Jesus Cristo. E nisso tudo temos a fé. E a fé tem a ver com o coração. Que faremos, irmãos e irmãs? Deus ratificou a Nova Aliança em Cristo. Por fé em Cristo, a salvação se abre para toda a humanidade. Pela presença do Espírito de Cristo, na vida comunitária, é criada a Igreja que testemunhará com poder e coragem novos tempos para a fraternidade e solidariedade social.

A resposta de Jerusalém passa, pois, por arrependimento, Batismo, ensino cristão, vida comunitária, Eucaristia, oração, diaconia e louvor. Como chega isso a nós após 2 mil anos de Igreja cristã? Como está isso em relação à nossa comunidade? Pensemos e sigamos com fé e esperança! Pois o Trino Deus está conosco! Odete Liber

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Da um salto, com fé e caminhe

Nessa caminhada da vida, há momentos em que achamos que tudo parou. Que somos as pessoas mais azaradas e que até gato preto tem medo de passar por nós dado o nosso azar! Nenhuma porta se abre, muito menos uma janela! E por isso no sentimos cansad@s, desanimad@s. É nesse momento que devemos olhar para os muitos relatos bíblicos, e com fé, crer que as coisas vão mudar em nossa vida!
Nesses momentos olho lá para Genesis, e vejo o testemunho de fé de Abraão e Sara. Relato que nos apresenta os momentos de abalo da fé, mas, que apesar de tudo, continuaram a crer que o milagre era possível, que a promessa seria cumprida. E isso é o principal desse relato: continuar confiando/crendo na promessa apesar das evidencias contrarias. A grandeza da estória reside no fato de que Abrão enfrenta o abalo da fé. Em seguida dou uma passad em Hebreus e me deparo com a fé que é capaz de ver o invisível, que é o fundamento e a prova das coisas que não se veem. A fé nos ensina a confiar incondicionalmente nas promessas de Deus, porque Deus honra sua palavra. Fé é dependência, é confiança, é coragem, é esperança. Os nossos antepassados testemunharam o que é fé e isso nos é relatado. Eles viram, ouviram e viveram sua fé.
 Percebo então que vida e fé ficam fundidas numa só coisa. A experiência de vida das pessoas, sejam elas cristãs ou não, acontece através de ações libertadoras e também opressoras. A experiência acontece em nosso mundo concreto. A experiência de vida e fé torna as pessoas mais maduras, pelo menos é isso que se espera. Sei que nos dias hoje falar de fé às vezes é complicado. Concentramos-nos demais nos “resultados concretos e comparativos” e esquecemos que muitas coisas podem acontecer pela fé. Fé é milagre!! Ficamos olhando para a vida de outras pessoas, como elas conseguem tanta coisa e a gente nada. Isso nos faz sentirmo-nos pequen@s, perdedores/as. E quando isso acontece, é preciso ver o mundo com os olhos da fé de Abrão e sua luta. Ele aprendeu a ler a realidade não com o critério do que se pode tocar, ver e controlar, mas com a medida Daquele que pode romper com o presente exausto e abrir novas possibilidades. Rudolf Otto, um teólogo criou a expressão mysterium tremendum e mysterium fascinosum para se referir aos 2 tipos de experiência de fé com o sagrado. É o que vemos nos exemplos bíblicos em Hebreus e em toda a Bíblia. Momentos dramáticos, quando populações escravizadas decidem dispor-se a seguir um novo líder sem garantias, mas com expectativas que a situação presente de dor, sofrimento e humilhação iria mudar, tudo isso pela fé, que era a única garantia. E com essa garantia peregrinaram movidos pela utopia da terra que mana leite e mel, construindo ali sua vida por seguidas gerações. E o segundo é o Deus em que os sonhos e esperanças são ancorados. É o Deus vivo, Deus forte e poderoso porque deixa de ser apenas de um povo e passa a ser o deus de todos, podendo ser adorado, amado do lugar onde estiverem seus filhos.
 Não importa como você esteja: feliz, triste, chei@ de problemas, etc e tal. Basta que você tenha fé no Deus que você crê. Na fé dada por Jesus, você já participa no reino de Deus. Muitos fatos ameaçam matar a fé do ser humano em Cristo Jesus. Mas a fé é teimosa, ela se agarra à promessa do Evangelho. E, por isso ter fé, é viver apesar dos golpes que sofremos ou das crueldades que acontecem a nossa volta e às vezes em nossa vida. É preciso continuar, sem desanimar. Em algum lugar da caminhada algo maravilhoso vai acontecer e sua vida, nossa vida vai mudar! Que Deus nos ajude a vencermos tudo aquilo que nos impede de crer Nele! ODete Liber

sexta-feira, 5 de abril de 2019

É caminhando que se faz o caminho


É caminhando que se faz o caminho - Lucas 13;31-35
Estamos na quaresma, tempo em que acompanhamos a caminhada de Jesus (v.33) rumo a Jerusalém. É um período propício para refletirmos sobre a nossa caminhada como Crist@s, como discipul@s de Cristo.  É tempo de repensarmos e, quem sabe, de refazermos nossa caminhada rumo a Jerusalém. Afinal, é preciso caminhar com convicção da missão que temos como cristãos e cristãs, é preciso assumir a missão até o fim e, como foi dito no domingo passado, ser cristão muitas vezes não é fácil, não é ser rico, poderoso e, sim, enfrentar as lutas e desafios que nos aparecem ao longo da caminhada.
Quantas coisas e fatos nos amedrontam e, às vezes, nos desanimam, mas é preciso caminhar, seguir adiante, pois Deus nos ajunta como a galinha ajunta seus pintinhos debaixo de suas asas.
O essencial nesse texto biblico é que o caminho dos seguidores de Jesus é o mesmo d’Ele: os seguidores, @s discipul@s podem ter o mesmo destino do mestre. O destino de Jesus em Jerusalém é a rejeição por causa do caminho que Ele seguiu, ou seja, sua opção de vida, como registrada em Lucas 4:17-19:
17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
Jesus, para cumprir sua missão com êxito, demonstra que tem paciência e infinito amor para salvar todas as pessoas pecadoras (ou seja, todos nós), pois seu desejo é que ninguém se perca, porém, esse caminho é de mão dupla: por uma via Jesus oferece gratuita e amorosamente a salvação e, por outra, a pessoa deve desejar ser salva, precisa, a partir de seu encontro com Jesus, “buscar o Reino de Deus e a sua justiça”.
Jesus propõe o Reino que liberta e dá vida. E isso deve acontecer não com violência ou com imposição. É preciso servir e não dominar!
A morte de Jesus aconteceu para cumprir os desígnios do Reino de Deus. E esta morte não foi um fracasso e, sim, um êxito, uma vitória, a qual é demonstrada pelos Evangelhos por meio das curas e expulsão de demônios, que são sinais também do Reino de Deus.
A presença de Deus pode abandonar os lugares santos. Vários textos bíblicos, como, por exemplo, o próprio verso 35. A sorte de Jesus transformara o destino da vida dos seres humanos, porque de inimigos passaram a amigos, pois com Jesus é sempre tempo de reencontro.
O que interessa é que Jesus foi rejeitado, mas cumpre sua missão. E a igreja tem sido sinal do reino? E nós? Você tem cumprido seu papel como discípul@ de Jesus?
Vale ressaltar que seguir a Jesus é muitas vezes ser rejeitado, porque os discipul@s andam na contramão da sociedade. É literalmente fazer a diferença evangelizando, curando, pregando e anunciando o ano aceitável do Senhor.
A subida a Jerusalém depende da descida à periferia, inclusive aos marginalizados.
Na caminhada com Jesus, somos desafiados para a prática da solidariedade com as pessoas sofridas: mulheres, homens doentes, crianças abandonadas, idosos solitários, afastados, pessoas desiludidas da vida e tantos outr@s.
Não podemos ficar alhei@s ao mundo. A casa não pode ficar deserta, porque logo será propriedade abandonada. Como filh@s, discipul@s de Deus é preciso caminhar, andar pelos caminhos da vida, através dos quais Deus mesmo se achega e ingressa na vida das pessoas.  É preciso compromisso exclusivamente com o Reino de Deus, para não nos deixarmos intimidar e nem desviar do caminho. Quem não consegue seguir o caminho enfrentando os inimigos acaba sendo inimigo do Reino, os quais, em Filipenses 3:18-19 são chamados inimigos da cruz, que têm como destino a perdição. No domingo passado também ouvimos um pouco sobre o que é ser profeta de Deus, inclusive que ser profeta é muitas vezes ser rechaçado.
Não podemos ser como Jerusalém, que era o lugar escolhido por Deus para ali fazer habitar o seu nome, símbolo da presença de Deus e da proximidade com Deus e ao mesmo tempo cidade que mata os profetas a ela enviados. Jerusalém era a cidade que refletia a presença de Deus e que abrigava quem conhecia os caminhos de Deus, mas também não percebeu quando Deus lhe falava através de seus enviados. Não percebeu Jesus.
Jesus morreu ‘em’ e ‘por’ intermédio de Jerusalém, porque Ele era e é o enviado especial para trazer a nossas vidas a presença e o abrigo de Deus. O texto nos diz que diversas vezes Deus se dirigiu as pessoas e estas não ouviram os seus enviados. É preciso avaliar nossa ação, afinal, Deus usa a nossa comunidade para servir de abrigo aos que precisam, para acolher as pessoas desamparadas e a comunidade deve lembrar que ela precisa das asas protetoras de Deus.
A imagem da galinha é aplicada ao Deus protetor, que também se refere ao templo, que é lugar de proteção e presença divina. É também a imagem feminina e maternal, que assegura a proteção e ternura aos seres humanos recém nascidos. É a descrição da graça, a grande novidade do Reino.
Não nos agarramos a Deus primeiro, é Deus quem nos protege. Jesus diz: “Eu quis ajuntar”. Os pintinhos se perdem, piam, gritam e a mãe os chama. Deus nos chama!
A comunidade de fé, formada por tod@s nós deve ser espaço, o abrigo para os pintinhos perdidos (afinal quantas vezes nos sentimos como pintinhos perdidos, desprotegidos). A comunidade de fé, as pessoas que confessam sua fé em Jesus Cristo e o seguem, podem ensaiar solidariedade e anunciar a presença viva de Deus conosco. Membros em perigo a mãe – Deus ajunta e protege. Dá sua vida por eles, que é o que Jesus fez por nós.
Encontrei uma história muito bonita, sob o titulo “Debaixo de suas asas”
“Após um incêndio no parque nacional Yellowstone dos Estados Unidos, começou a tarefa de limpeza e avaliação dos danos. Um guarda florestal ia caminhando pelo parque, quando encontrou uma ave carbonizada ao pé de uma árvore, numa posição bastante estranha, pois não parecia que morrera escapando, nem que fora apanhada, simplesmente estava com suas asas fechadas ao redor do corpo. O guarda intrigado, encostou nela suavemente com uma vara; 3 pequenos filhotes vivos apareceram debaixo das asas da mãe. Mãe que sabia que seus filhotes vivos não poderiam escapar do fogo, por isso não os abandonou, nem os levou para o ninho sobre a arvore, onde a fumaça subiria  e o calor se acumularia. Levou-os para debaixo da arvore, provavelmente um por um, e ali ofereceu a sua vida, para salvar a vida deles. Podem imaginar a cena? O fogo rodeando, os filhotes assustados e a mãe muito decidida transmitindo paz, dizendo-lhes: “Não tema, venham par debaixo de minhas asas e nada lhes acontecerá”. E os filhotinhos estavam tão seguros  e protegidos do fogo, que horas depois do incêndio terminado ainda não tinham saído de lá. Estavam totalmente confiantes na proteção da mãe, somente após o encostar do guarda no corpo morto da mãe, é que pensaram que deveriam sair.”
Tens a quem amar assim?  És capaz de amar o irmão de fé? Alguém tem te amado assim? Quem encontra um motivo pelo qual vale a pena viver, encontra um motivo pelo qual vale a pena dar a vida. E seguir a Cristo vale a pena!
Pois a vinda de Jesus, com Jesus a caminho, caminhando, é o modo como Deus ingressa na vida das pessoas, é como Ele ingressou na minha vida, me encontrou e passamos a caminhar juntos.    
Quaresma é tempo de acompanhar Jesus na sua caminhada para Jerusalém. A serviço. Sem desvios. É caminhar: com coragem e firmeza de fé, com o objetivo certo: o Reino de Deus, não a promoção pessoal; obediente a Deus e não ao poder do mundo; com solidariedade aos sofrid@s e não pensar que não tem mais nada a fazer, que já é tarde, porque para Deus nunca é tarde; sem pensar em deixar para os outros ou pensar que a mudança vai tardar; é caminhar com a certeza das asas protetoras da mãe e na confiança: nossa pátria esta nos céus, de onde aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Caminhar confiando que Deus está conosco, apesar da caminhada muitas vezes não ser fácil e a conscientização de que há um “tarde demais”.
Deus nos abençoe e guarde com suas asas protetoras. Que Deus toque nossos olhos para que possamos enxergar a beleza da vida e a dor dos que sofrem, toque nossos ouvidos para que possamos ouvir o clamor das pessoas, toque nossa boca para que possamos levar adiante a sua mensagem, toque nossas mãos para que possamso ofertar com disposição, toque nossa vida para que o Espírito Santo possa nos envolver, toque nosso coração e nos permita sentir seu amor e  sejamos forte para seguirmos o caminho, andar pelos caminhos da vida, com o compromisso radical com quem sofre e passa necessidades. Odete Liber













terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

amor é casa que se constrói


Quem ama cuida
Quem nunca ouviu essa frase ? Creio que todos já ouviram.
E mais, muitos repetem essa frase e afirmam que quem ama cuida ao se referir ao ciúme. Ciúme virou sinônimo de amor, cuidado. Vale lembrar que vivemos numa sociedade adoecida e que nos ensina uma série de ideias que na realidade são distorções da verdade. Isso vale lembrar que cuidar não é sinônimo de ciúme. Não é viver em função do outr@. Não é ser possessivo.
Quem ama cuida, é parcialmente verdadeira. Sabe por que ? Porque quem ama respeita o outro como ela é! Respeita sua forma de ser e agir, não impõe, não fica com cobranças, imposições.
Quem ama cuida e dá  asas para o outro voar, pois voar é permitir a individualidade do outro, para que “o outro” cultive seus interesses e se desenvolva plenamente. E ambos, cada um na sua individualidade, buscam aprender com as experiências de cada dia, com as conversas, com as viagens, as leituras e inclusive um com o outro. Lembrando que, o amor é fortalecido quando respeitamos o espaço e as necessidades de cada um.
Quem ama cuida e procura enraizar as relações afetivas, sem “dominar ou controlar”. Porque alimentar nossas raízes é cultivar o afeto diário, o respeito e o amor para crescerem juntos. “No amor, quero asas para voar e raízes para crescer”. Sabe, as pessoas podem optar por qualquer tipo de relacionamento, mas a creio que a felicidade em nossas relações sociais e afetivas provém do  mágico equilíbrio entre afeto diário, respeito a individualidade. Assim, não se transforma a relação em uma ilha.
Quem ama cuida e com isso, quando cada um prioriza suas necessidades e se esquece de agir em prol do relacionamento, há algo de errado ou egoísta.  Deve-se buscar manter um equilíbrio entre os objetivos individuais e os objetivos do casal, oferecendo apoio mútuo e, com isso, “fortalecendo as raízes e oferecendo asas”.
Logico que todo relacionamento inicia-se cheio de emoções e muita paixão, tesão. Cria-se um mundo à parte e até esquecem d@s amig@s; familiares, e aí complica a relações. Nenhuma relação é uma ilha.
Quem ama não fica stalqueando as redes sociais do outr@,  questionando as curtidas do outro. Mas sim, ligará de forma despretensiosa, apenas para dizer que @ outr@ faz falta. Irá aparecer em qualquer dia da semana, numa noite qualquer, para surpreender carinhosamente @ outr@. Quem ama cuida, demonstrando não ter medo de fazer planos e sonhar junto. Gostará de ver o outr@ como é: cabelo arrepiado, pijama estranho, acordando sem querer conversa pela manhã nos primeiros 30 minutos. Ninguém acorda maquiad@, hello!!
Quem ama faz o outr@ ficar, sem pedir. Sem crises de ciúmes ou chantagens emocionais.
Quem ama cuida e por isso, aprende a dialogar, a confiar um no outro. Ou seja, não irá oferecer  dúvidas, pelo contrário, oferecerá abrigo, firma um compromisso sem medo do que os outros vão pensar. Esquece as ”fases” da vida e quer aproveitar o tempo, mesmo cansad@ do trabalho. Ouve, faz um cafuné e também fala, afinal, ambos precisam se ouvir.
Quem ama cuida e não fica com cenas de ciúmes, como se o outro fosse seu objeto preferido. Você não é uma coisa, é gente, é ser humano. Quem ama cuida e não confunde amor, estar junto, ser companhia e fazer companhia com “posse”. Afinal, quem ama cuida e faz o jardim de ambos florescer, apesar dos espinhos. Pois “no amor, quero asas para voar e raízes para crescer”. Relações afetivas se constroem ao longo da vida, amor é casa que se constrói. Odete Liber