sexta-feira, 29 de maio de 2015

Pessoas são pessoas através de outras pessoas

Falar de pedagogia ou educação socioeducativa nesses tempos é de grande valia. Porém mais que simplesmente escrever e falar, é preciso responder algumas indagações, principalmente quando se trata de adolescentes em conflito com a lei.
De que forma a prática pedagógica tem influenciado a permanência na escola de adolescentes que cumprem medida socioeducativa com privação de liberdade? A permanência na escola faz diferença ou fará a diferença na vida do adolescente que cumprem medida socioeducativa com privação de liberdade?  Quais os sentidos e significados da “prática pedagógica internalizados” pelas professoras/es?
São questionamentos, indagações que muitas vezes não obtém respostas, ou as respostas são silenciadas, dado o resultado negativo. Porém, é essencial buscar caminhos, novas formas e jeitos que contribuam para fazer a diferença na vida de adolescentes que estão a margem da sociedade, cumprindo ou não medida socioeducativa com privação de liberdade. 
Lembrando que é no cenário em que a educação é prática social e direito de todos,  que a prática pedagógica socioeducativa entra em pauta como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos nesse processo, haja vista ser desenvolvida por professores/as, pedagogas/os que visam práxis muito mais voltada para a transformação social do que para a transmissão de conteúdos. É nas interações e através destas que as pessoas se desenvolvem. Interações que se dão desde o início da vida e através das quais a criança apreende tudo, desde falar, andar e realizar tudo o que é rotineiro, até a consciência de si mesma e do outro. O outro é a pessoa que cuida, ama ou rejeita, é o grupo mais próximo, porém, é também a realidade mais distante que impregna a vida social. Afinal, “”.
Sabe-se que na prática não há uma formação para os profissionais da área socioeducativa. A maioria das iniciativa padece de proposta pedagógica e de estrutura material.
E o educador/a, professor/a, pedagogo/a é aquele/a que cria condições para que interações positivas se estabeleçam:, ou seja, do educando com as pessoas próximas, do educando com a realidade social, do educando com o saber, do educando com ele mesmo. Por isso que Arendt disse que “O eu é a única pessoa de quem não posso me separar, que não posso deixar, com quem estou fundido. Logo, “é muito melhor estar em desacordo com o mundo todo do que, sendo um, estar em desacordo comigo mesmo”. A ética, não menos do que a lógica, tem sua origem nessa afirmação, pois a consciência, em seu sentido mais geral, também se baseia no fato de que posso estar de acordo ou em desacordo comigo mesmo; isso significa que não só apareço para os outros, mas para mim mesmo.”
Nesse sentido todas as  atitudes, sejam, repressiva, ou que venha a negar a dignidade ao sujeito e que não permita um encontro consegue mesmo, não será educativa. É por isso que o ECA prevê em todas as etapas o respeito aos direitos da criança e do adolescente, que deve ocorrer desde o momento do contato com a polícia até o final do cumprimento da medida socioeducativa, que nada mais é do que o tratamento justo, firme e respeitoso, pois isso sim,  será um tratamento educativo, que culminará em mudança de atitude por parte do educando, adolescente. 





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