Falar de
pedagogia ou educação socioeducativa nesses tempos é de grande valia. Porém
mais que simplesmente escrever e falar, é preciso responder algumas indagações,
principalmente quando se trata de adolescentes em conflito com a lei.
De que forma a prática
pedagógica tem influenciado a permanência na escola de adolescentes que cumprem
medida socioeducativa com privação de liberdade? A permanência na escola faz
diferença ou fará a diferença na vida do adolescente que cumprem medida
socioeducativa com privação de liberdade? Quais os sentidos e significados da “prática pedagógica
internalizados” pelas professoras/es?
São
questionamentos, indagações que muitas vezes não obtém respostas, ou as
respostas são silenciadas, dado o resultado negativo. Porém, é essencial buscar
caminhos, novas formas e jeitos que contribuam para fazer a diferença na vida
de adolescentes que estão a margem da sociedade, cumprindo ou não medida
socioeducativa com privação de liberdade.
Lembrando que é no cenário em que a educação é prática
social e direito de todos, que a prática
pedagógica socioeducativa entra em pauta como um dos mais importantes aspectos
a serem discutidos nesse processo, haja vista ser desenvolvida por professores/as,
pedagogas/os que visam práxis muito mais voltada para a transformação social do
que para a transmissão de conteúdos. É nas interações e através destas que as
pessoas se desenvolvem. Interações que se dão desde o início da vida e através
das quais a criança apreende tudo, desde falar, andar e realizar tudo o que é
rotineiro, até a consciência de si mesma e do outro. O outro é a pessoa que
cuida, ama ou rejeita, é o grupo mais próximo, porém, é também a realidade mais
distante que impregna a vida social. Afinal, “”.
Sabe-se que na prática não há uma formação para os
profissionais da área socioeducativa. A maioria das iniciativa padece de
proposta pedagógica e de estrutura material.
E o
educador/a, professor/a, pedagogo/a é aquele/a que cria condições para que
interações positivas se estabeleçam:, ou seja, do educando com as pessoas
próximas, do educando com a realidade social, do educando com o saber, do
educando com ele mesmo. Por isso que Arendt disse que “O eu é a única pessoa de
quem não posso me separar, que não posso deixar, com quem estou fundido. Logo,
“é muito melhor estar em desacordo com o mundo todo do que, sendo um, estar em
desacordo comigo mesmo”. A ética, não menos do que a lógica, tem sua origem
nessa afirmação, pois a consciência, em seu sentido mais geral, também se
baseia no fato de que posso estar de acordo ou em desacordo comigo mesmo; isso
significa que não só apareço para os outros, mas para mim mesmo.”
Nesse sentido todas as atitudes, sejam, repressiva, ou que venha a
negar a dignidade ao sujeito e que não permita um encontro consegue mesmo, não
será educativa. É por isso que o ECA prevê em todas as etapas o respeito aos
direitos da criança e do adolescente, que deve ocorrer desde o momento do
contato com a polícia até o final do cumprimento da medida socioeducativa, que
nada mais é do que o tratamento justo, firme e respeitoso, pois isso sim, será um tratamento educativo, que culminará em
mudança de atitude por parte do educando, adolescente.
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