terça-feira, 9 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MULHER: ESCRAVA HISTÓRICA DO HOMEM


MULHER: ESCRAVA HISTÓRICA DO HOMEM
Jó 1,1; 2,1-10 – Ainda conservas tua integridade
Salmo 26 – Faze-me justiça, Senhor, pois busco minha integridade
Hebreus1,1-4;2;5-12 – O homem e a mulher, igualmente, estão sujeitos a Deus
Marcos 10, 2-12 – Aqueles a quem Deus deu unidade, o homem não separe!
O profeta Isaías, antes do cristianismo, pontua sobre mulheres israelitas chamando-as à confiança (emunah) e à fé. Mulheres deportadas experimentavam violências religiosas nos guetos judaicos (Lv15,19-31), políticas, sociais (Ex 21,5); israelitas vendiam suas filhas como escravas. Babilônios, persas, gregos, romanos, hebreus, representam o patriarcalismo que sobrevive no Oriente Islâmico. Entre cristãos, a inculturação patriarcal ainda existe, mesmo disfarçada, no mundo inteiro.
Contudo, além da sexualidade compartilhada, “o homem e a mulher levantam cedo para os afazeres da vida” (Ct 7,11-14), diz o poema rebelde, como toda essa página bíblica de amor erótico, do cânon hebraico. Sem a mãe-mulher, os filhos perdem as raízes da justiça. A mãe ama seus filhos com isonomia. Nenhum é melhor que o outro, mesmo que dotado de capacidades maiores na garantia da continuidade familiar, de gerenciar bens, produzir meios de sobrevivência. Assim, podemos ter uma mulher na presidência da nação. Todos têm direito igual ao carinho, ternura, amor e cuidado. Para entendermos corretamente essa linguagem, que não é de exclusividade bíblica, precisamos buscar os sentidos da compaixão pela humanidade e pela criação aviltada – ter misericórdia (miseri-córdis), um coração cheio de amor (cor) que sai na direção dos miseráveis (miseri) para socorrê-los.
Vem daí o fruto esperado, a prática da justiça para o exercício dos direitos fundamentais do homem e da mulher, igualitariamente, sem considerar ódios ancestrais, sexuais, raciais, preconceitos religiosos e classificações sociais, sob o ethos principialista que organiza a justiça. E não podemos esquecer os ódios ecológicos, contra a Terra, ensinados até por importantes filósofos da modernidade, ou do progresso tecnológico. Isaías aponta o amor que julga: “Ai dos que ao mal chamam bem, que fazem da escuridade luz, e da luz escuridade; põem o amargo por doce, e o doce por amargo ” (Is 5,20). Justiça é atributo e exigência para o homem e para a mulher, indistintamente.
Esse amor que veste a justiça (“ágape” e “phileo” se empregam aqui; reclama-se atenção, na exegese e na hermenêutica: não esquecer “ahavah” e seu sentido no hebraico). Segundo a perspectiva joanina (1Jo …..), não é humano, porque a seiva que recebe vem da raiz e do tronco que sustenta a fé no Cristo de Deus. Jesus funda e engloba tudo que abrange a justiça e o direito (Bíblia do Peregrino, Shöekel, p.2600). O modelo desse amor é o Pai (Abbah, paínho, com toda a meiguice baiana quando pronuncia essa palavra maravilhosa), e se estende aos “amigos” (phileo) da causa do Reino, força viva na mensagem de Jesus.
No princípio, Deus criou o homem e a mulher em igualdade de condições, em igualdade de direitos e obrigações de um para com o outro e com o resto da criação. Mas houve tergiversações e interpretações ajeitadas, que até o próprio Moisés “teria propiciado” (Bíblia Hebraica). Pois bem, Jesus apresenta o original para resgatar a harmonia e o equilíbrio querido entre o homem e a mulher, e a criação, desde o princípio. Pode-se notar também aqui a luta de Jesus pelo mais fraco, pelo que não é contado, na sociedade. Para a sociedade do seu tempo de Jesus, a mulher era somente um objeto que unicamente se usava para a necessária ação da procriação e o cuidado das crianças e do lar (“… e é sentada, em pé, muié tem é que trabaiá, que Patativa do Assaré não disse, mas Vinicius de Morais consagrou0 em Maria Moita). Jesus uma vez mais denuncia este desequilíbrio na relação varão-mulher, quando toma partido em favor das mulheres (Servicios Koinonia).
Jacob Bachofen (1815), talvez interpretando a Bíblia Hebraica, já falava da figura positiva da mulher (ishah) na afirmação da vida, liberdade e igualdade. Por sua própria natureza, a mulher gera a vida, iguala os gerados em seu ventre; um valor próprio da têmpera feminina original, criada “ao lado” do homem (“selah” significa “lado” nas línguas semíticas, e não costela, termo adotado equivocadamente nas versões tradicionais). Mais impressionante, no texto hebraico, é ignorar que a rûah, Espírito Criador, é uma gigantesca mãe-pássaro da Criação que “choca”, agita as asas soprando a vida que dá ordem ao caos, no princípio.
Tanto o homem como a mulher, no entanto, rompem o equilíbrio relacional e dão rédea solta à tendência humana de dominar, de cobiçar o bem do outro. E isto se transforma em “norma social”, é quando se começa a agir em contraposição do que implica ser modelado pela mão de Deus e ser portador do próprio hálito de Deus, e é como agir da maneira mais rasteira, como guiado somente pela matéria, pelo pó da terra; isto é, da maneira mais vil e vulgar. Em suma, os versículos, retirados de um conjunto tão amplo, tão rico e tão profundo, não nos podem fazer esquecer que fazem parte de uma preocupação muito mais ampla que explicar a origem do matrimônio e de sua indissolubilidade que, desde cedo poderia ser iluminada a partir daí, mas não ser reduzida somente a isso.
Derval Dasilio

TENTAÇÃO

Caindo em tentação
Texto bíblico: Lucas 4.1-13
O assunto proposto para a prédica nesta manhã nos apresenta nada mais nada menos do que um aspecto central da existência cristã. A tentação, por um lado, a está para a vida cristã assim como, por outro lado, está a fé, a confiança e a certeza. São dois lados, duas forças, dois poderes que paradoxalmente estão em uma constante tensão na vida cristã.
O relato que nos é apresentado de Jesus sendo tentado tem uma finalidade. O Jesus que está só no deserto e entregue ao assalto do Diabo e que vai ficar outra vez só no Getsemani e na cruz, é o Jesus que nas suas andanças não permaneceu só, mas se colocou na companhia do povo sofrido, chamando de bem aventurado os pobres, curando os enfermos, saciando os famintos, desafiando os poderosos e chamando ao discipulado. Em nosso texto está traçado o seu caminho até a cruz.
Podemos indagar: Ainda somos tentad@s? Como crist@s para quê vivemos? Que rumo tem tomado nossa vida?
Vivemos numa sociedade repleta de desemprego, de subemprego e pobreza que encobrem os rostos dos famintos (adultos e crianças) que perambulam pelas ruas. As nossas comunidades (em especial as da periferia) refletem a onipresença aterradora do poder político-econômico vigente em nosso país, que cada vez mais contribui para com a desigualdade, a injustiça, a falta de dignidade humana.
Sabemos também que podemos por nossa vida a perder, quando a direcionamos por falsos valores e metas, pois estamos rodead@s de tentações permanentes. Como já dissemos, Jesus foi ameaçado e em suas tentações estão figuradas as tentações que nos assolam, que em nossa realidade dão combate incessante à verdadeira vida conquistada por Jesus. Mas é nas tentações que encontramos a vontade de Deus que impele ao seu Reino e nos chama à opção pela vida.
Vejamos as tentações que encontramos em nosso texto:
A- TENTAÇÃO DA FALTA DO PÃO
O texto nos diz que Jesus sentiu fome. Bonhoeffer diz que as duas grandes interrogações na vida do ser humano são: indagar a respeito de Deus e do pão, mas ambas sentem ciúmes uma da outra.  Podemos dizer que há algumas situações que tornam o ser humano especialmente vulnerável às tentações. Se lembrarmos a oração do Pai nosso, onde suplicamos o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perceberemos a profundidade dessa vulnerabilidade, dessa fragilidade. Só quem experimenta a realidade da fome pode compreender que magnitude tem a tentação do pão fácil, pois nessa situação todos os valores mudam. Por exemplo: o que significa o roubo, quando se tem fome? O que significa aquela mãe que rouba um alimento qualquer para saciar a fome dos filhos? Ou então quando se está com uma grande vontade de comer alguma coisa e não se tem como comprá-la.
Por isso, só quem experimenta a realidade da fome (e não quem está satisfeito e fecha os olhos) pode entender o significado que tem, quando Jesus, sofrendo essa situação, reconhece que mais importante do que tudo é a palavra de Deus, que intenciona um reino fraterno, de amor a Deus e justiça entre os seres humanos, sem comparação até mesmo com qualquer necessidade na vida humana: lar, alimentação, vestuário, saúde, escola e descanso. Mas mesmo assim essa palavra de Deus tem sido abusada pelos próprios cristãos, já que Jesus usou esta frase “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”, quando estava só, como arma de defesa contra o diabo. Jamais para dizer que se deve passar fome, visto que quando esteve com os famintos, nãos consolou, mas lhe deu pão. Assumiu privação ele mesmo, mas em solidariedade aos que passavam privação forçada. Logo, só tem direito de empregar esta frase quem estiver dispost@ a demonstrar em si mesmo que a palavra de Deus lhe é mais importante do que o pão, isto é, quem estiver dispost@ a partilhar seu próprio pão e lutar pelo pão dos que não tem. Precisamos sentar à mesa juntos (Lc 10.4-9), para um banquete, cujo convite foi recusado pelos convidados (Lc 14.16-23). A fome e o pão são importantes nessa passagem, porque nos remete para um projeto de sociedade diferente, onde tod@s têm a possibilidade de sentar-se à mesa, em regime de igualdade, judeus, pagãos, ricos, pobres, brancos, negros, homens, mulheres, crianças, todos nós. O pão não é dado, mas é repartido, não é sinal de poder, mas de fraternidade.
B- TENTAÇÃO DO EMPREGO DO PODER
Jesus ao resistir à tentação da falta de pão triunfa sobre o mal, enquanto ser humano, despido de qualquer poder extraordinário. Mas nos vv.6-8 o diabo “abre o jogo”, colocando todas as cartas na mesa. Como diz Bonhoeffer: “Esta vez Satanás luta com suas próprias armas. Aqui não há mais camuflagem alguma, nem simulação.” O poder de satã se opõe diretamente ao de Deus. Seu oferecimento é imensamente grande e belo e ao mesmo tempo sedutor. Ele exige em retribuição a adoração. Ele exige a franca apostasia de Deus, que não mais tem justificativa, a não ser a grandeza e a beleza do reino de Satanás. Nesta tentação, o caso é a clara e definitiva negação de Deus e a submissão a Satanás. Poder e riqueza para quem adorar o diabo! E quem adora o diabo? A resposta é simples: Aquele que já não “dá bola” para Deus e toma o ser humano como objeto de manipulação. Assim como Jesus resumiu toda  a lei em amar a Deus acima de tudo e o próximo como cada um ama a si mesmo, assim ceder a essa tentação é renunciar a Deus e ao próximo.
Na prática, inúmeras pessoas, a rigor, todos nós, muitas vezes, demonstramos, pelas conseqüências, que adoramos ao diabo. Essa realidade se repete e acontece em nossas relações familiares marcadas pela tirania, desrespeito, desamor, em nossas relações grupais quando estas se norteiam por interesses particulares e até mesmo em nossas comunidades eclesiais (quando repetimos e reproduzimos como espelho as discriminações e injustiças sociais, quando queremos que a igreja se pareça com a atual sociedade). Isto se torna mais claro quando o poder político que deve ser destinado ao bem comum, é empregado para oprimir pessoas, povos inteiros, lesando seus direitos, para manter os privilégios dos detentores do poder e seus aliados (quantos cristãos não fazem isso).
Outra realidade triste é a da esfera econômica, quando o ser humano não é seu dono e beneficiário, mas reduzido a produtor do que necessita e não pode usufruir do que produz. Há também muitas outras formas de tentações que se expressam na vida individual e comunitária. Na vida comunitária, podemos lembrar, de modo particular, as situações em que em nossas celebrações, muitas vezes sem o perceber, o diabo tenta através de nós o próprio Deus, exigindo sinais e exigindo que ele cumpra suas promessas, porque temos o poder em nossas mãos. Mas por que como cristãos fazemos isto? Talvez porque não permitimos que ocorra em nós e através de nós um verdadeiro confronto entre valores de sermos filh@s de Deus e os valores do mundo, do diabo.
C- TENTAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DA FÉ
Superadas pela palavra de Deus a tentação da falta do pão (ou apego ao pão), uma tentação que provia das próprias condições desumanas de vida, e a tentação do poder, o diabo assalta agora dentro da própria fé. O diabo ataca com a escritura (vv.9-11), citando o Salmo 91. O diabo, aqui, empata em conhecimentos bíblicos com Jesus, mas apenas Jesus tem o espírito da Escritura consigo.
A tentação da demonstração de fé quer manifestar sinais prodigiosos em nome de Deus. Ela procura também inverter as coisas. Deus nos conduz para a tribulação, nos quer em fraqueza solidária para com o próximo, mas nós o queremos poderoso para nós. Pedimos a Deus em oração todo tipo de conforto pessoal (o desafiamos e cremos!), quando Deus nos chama para assumir sua cruz. Consideramos bênçãos de Deus quando tudo vai bem (nossos ambiciosos desejos são concretizados, afinal nosso Deus é o Deus do ouro e da prata), não precisamos abrir mão de nada. Consideramos tentação diabólica quando estamos em dificuldade, quando não temos trabalho, quando não podemos comprar carro novo ou roupa de marca etc. O texto bíblico nos apresenta que o inverso é verdade: o bem estar pode ser a tentação diabólica e a dificuldade pode ser a chance divina de colocar-se ao lado de quem está destituído de seu amor.
A resposta de Jesus lança a Palavra de Deus contra a Palavra de Deus, de um modo que a verdade se revela contra a mentira. Se Jesus exigisse um  único sinal, daria lugar à dúvida em seu coração. A fé não necessita mais do que a simples Palavra de Deus em mandamento e promessa. Por isso, ela se torna tentação quando cobramos e exigimos que nossos desejos sejam realizados. Ela também se torna tentação quando julgamos o outr@, pois quando isso acontece, nos colocamos no lugar do próprio Deus, agindo como juiz do próxim@.
CONCLUSÃO:
O texto de Lucas 4.1-13 nos mostra a tentação a respeito da falta do pão (os indiferentes), a tentação do emprego do poder (cada um ama a si mesmo, o melhor de tudo é ter domínio) e a tentação da demonstração da fé (a tentação de manifestar sinais prodigiosos em nome de Deus e inverter as coisas, agindo como se fossemos Deus. Trata-se, em outras palavras, da tentação espiritual, de não saber seu lugar, da empáfia de deixar a posição adequada de criatura em relação ao Criador). A experiência parece ensinar que tem razão os indiferentes, os hipócritas e os poderosos, porque eles estão “por cima” e “prosperam”. Onde estaria realidade do temor a Deus e da fraternidade entre as pessoas, prometida pela palavra de Deus? Olhando a nossa realidade poderíamos desesperar. Contudo, devemos olhar para Cristo.
A luta dos primeiros seguidor@s de Jesus foi contra os detentores do poder na sociedade judaica: o poder religioso responsável pela lei, e  o poder político, que perseguia os adversários até a morte. Por esta razão os opositores são chamados de uma geração insensível a qualquer apelo (Lc 7.31-35), má e que busca um sinal  (Lc 11.29-31), mata os profetas (11.49-50), come e bebe sem se preocupar com o que vai acontecer (17.23-37; 12.45-46), são os fariseus, preocupados com o exterior e não com o interior, sobrecarregam o povo, mas eles mesmas não praticam (11.39-52), estão envolvidos com as morte dos profetas (11.48).
O nosso texto apresenta um chamado à Igreja, que também sofre a tentação do poder e do autoritarismo, para que ela se renove a luz do Evangelho e sempre se confronte com o testemunho de Jesus de Nazaré. É um chamado, porque não, para uma mudança de mente, uma mudança de estruturas, uma mudança na maneira de ver o mundo.
Somos convidados e convidadas, como batizad@s que somos e participantes do banquete – a ceia -, para uma conversão e renovação, as quais se concretizam cada vez que individual ou coletivamente nos comprometemos na construção de uma Igreja onde tod@s tenham espaço e onde tod@s tenham direitos iguais, onde definitivamente a tentação do poder e da exclusão estejam superadas.
Neste texto e, em geral, na tradição bíblica a tentação sempre se constitui numa ameaça integral ao rumo de toda a vida, seus valores e suas dimensões. Vemos que não está em jogo algumas atitudes morais ou piedosas de Jesus, mas sim o direcionamento de toda sua vida e obra. Nossa perícope, localizada logo após a passagem referente ao batismo de Jesus e antes do relato da sua vida pública, é um momento de definição. A tentação tem, assim, a dimensão de totalidade, pois ela é o oposto do chamado a decisão de fé e “cair em tentação” é o oposto da opção de vida. Como disse Bonhoeffer: “Nenhuma tentação é mais terrível do que a de não sermos tentados.” Nas tentações somos desafiad@s, somos lembrad@s de vivermos sob a cruz. Jesus, em nosso texto, foi desafiado, pois faminto decidiu viver pela palavra de Deus, embora filho de Deus renunciou o pedir milagres do Pai, tentado pelo poder e pelas riquezas, optou permanecer como um ser humano solidário com seu semelhante e assim temente ao Senhor. Não se trata de fugir às tentações, nem de reprimi-las ou tampouco ignorá-las. É necessário enfrentá-las, pois as armas o Senhor nos dá: “Espírito, Verdade.” O que devemos saber é que precisamos confiar na Palavra de Deus e “amar a Deus acima de tudo e ao outro como nos amamos”. O Deus que esteve conosco em Jesus Cristo, com seu Espirito Santo “nos guiará a toda verdade”. Ouçamo-lhe, pois este pode ser o início de uma vida cristã mais autêntica, superando as tentações do pão, do poder e da fé, vivendo na e pela Palavra de Deus. Odete Liber Adriano

Hoje logo de manhã


domingo, 7 de outubro de 2012

Bolinho de Carne ao Molho de Jabuticaba: uma delicia


CUIDADOS PARA COM A PELE

Cuidados com a pele
O que funciona:

- Para o rosto (efeito lifting)

Ingredientes:
1 ovo ( só a clara)
1 colher de sopa de amido de milho
Como fazer?
Bata a clara em neves e depois acrescente o amido de milho. Misture até ficar
homogêneo e aplique no rosto de 2 a 3 vezes na semana, deixando agir por 15 minutos.

- Esfoliante para rosto e corpo (bom para peles com cravos)
Ingredientes:
5 colheres de sopa de açúcar
5 colheres de sopa de óleo de amêndoas
Como fazer?
Misture e aplique no rosto, colo e corpo 2 a 3 vezes por semana em movimentos circulares e suaves para não machucar.

- Creme hidratante
Ingredientes:
1/2 abacate
1 colher de sopa de azeite
2 colheres de sopa de mel
Como fazer?
Misture bem, aplique no rosto e deixe agir por 10 minutos. Enxague com água morna.

sábado, 6 de outubro de 2012

A dimensão do profundo: o espírito e a espiritualidade

Compartilhando um texto de leonardo Boff.

A dimensão do profundo: o espírito e a espiritualidade

O ser humano não possui  apenas exterioridade que é sua expressão corporal. Nem só interioriadade que é seu universo psíquico interior. Ele vem dotado também de profundidadeque é sua dimensão espiritual.
O espírito não é uma parte do ser humano ao lado de outras. É  o ser humano inteiro que por sua consciência se percebe partencendo ao Todo e como porção integrante dele. Pelo espírito temos a capacidade de ir além das meras aparências, do que vemos, escutamos, pensamos e amamos.  Podemos apreender o outro lado das coisas, o seu profundo.  As coisas não são apenas ‘coisas’. O espírito capta nelas símbolos e metáforas de uma outra realidade, presente nelas mas que não está circunscrita a elas, pois as desborda por todos os lados. Elas recordam, apontam e remetem à outra dimensão a que  chamamos de profundidade.Assim, uma montanha não é apenas uma montanha. 
Pelo fato de ser montanha, transmite o sentido da majestade.  O mar evoca a grandiosidade, o céu estrelado, a imensidão, os vincos profundos do rosto de um ancião, à dura luta  da vida e os olhos brilhantes de uma criança, o mistério da vida.É próprio do ser humano, portador de espírito, perceber valores e significados e não apenas elencar fatos e ações.  Com efeito, o que realmente conta para as pessoas, não são tanto as coisas que lhes acontecem mas o que elas significam para suas vidas e que tipo de experiências marcantes lhes proporcionaram.Tudo que acontece carrega, existencialmente, um caráter simbólico, ou podemos dizer até sacramental. Já observava finamente Goethe:”tudo o que é passageiro não é senão  um sinal”(Alles Vergängliche ist nur ein Zeichen”). É da natureza do sinal-sacramento tornar presente um sentido maior, transcendente, realizá-lo na pessoa e faze-lo objeto de experiência. Neste sentido, todo evento nos relembra aquilo que vivenciamos e nutre nossa profundidade, vale dizer, nossa espiritualidade.É por isso que enchemos nossos lares com fotos e objetos amados de nossos pais, avós, familiares e amigos; de todos aqueles que entram em nossas vidas e que tem significado para nós.  Pode ser a última camisa usada pelo pai que morreu de um enfarte fulminante com apenas 54 anos, o pente de madeira da avó querida que faleceu já há anos ou a folha seca dentro de um livro, enviada pelo namorado cheio de saudades. Estas coisas não são apenas objetos;  são sacramentos que nos falam para o nosso profundo, nos lembram pessoas amadas ou acontecimentos significativos para nossas vidas
O espírito nos permite fazer uma experiência de não-dualidade, tão bem descrita pelo zenbudismo. “Você é o mundo, é o todo” dizem os Upanishads  da Índia enquanto o guru aponta para o universo.  Ou “Você é tudo” como muitos yogis dizem.  O Reino de Deus (Malkuta d’Alaha ou ‘os Princípios Guias do Todo) estão dentro de vós” proclamou Jesus.  Estas afirmações nos remetem a uma experiência viva ao invés de uma simples doutrina.
A experiência de base é que estamos ligados e religados (a raiz da palavra ‘religião’) uns aos outros e todos com a Fonte Originária.  Um fio de energia, de vida e de sentido passa por todos os seres tornando-os um cosmos ao invés de caos, uma sinfonia ao invés de cacofonia. Blaise Pascal que além de genial matemático era também místico, disse incisivamente; “é o coração que sente Deus, não a razão” (Pensées, frag. 277).  Este tipo de experiência transfigura tudo.  Tudo se torna permeado de veneração e unção.
As religiões vivem desta experiência espiritual. Elas são posteriores a ela. Articulam-na em doutrinas, ritos, celebrações e caminhos éticos e espirituais.  Sua função primordial é criar e oferecer as condições necessárias para permitir a todas as pessoas e comunidades de mergulharem na realidade divina e atingir uma experiência pessoal do Espírito Criador. Infelizmente muitas delas se tornaram doentes de fundamentalismo e de doutrinalismo que dificultam a experiência espiritual.
Esta experiência, precisamente por ser experiência e não doutrina, irradia serenidade e profunda paz, acompanhada pela ausência do medo.  Sentimo-nos amados, abraçados e acolhidos pelo Seio Divino.  O que nos  acontece, acontece no seu amor.  Mesmo a morte não nos mete medo; é assumida como parte da vida, como o grande momento alquímico da transformação que nos permite estar verdadeiramente no Todo, no coração de Deus. Precisamos passar pela morte para viver mais e melhor
Leonardo Boff é autor de Espiritualidade: caminho de realização. Vozes 2003.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

É preciso saber viver

Quando fatos inesperados acontecem, a gente leva um choque. Chora, reclama, murmura, resmunga, depois reflete, ora, ora à Deus e descobre que é preciso apenas dormir. Dormir muito. É assim que faço, depois retorno a vida cheia de energia e forças para continuar. E como diz Marta Medeitros: ‎''Às vezes é preciso dormir, dormir muito. Não para fugir, mas para descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira.'' Que outubro, novembro, dezembro, com fatos bons ou não, nos traga, com a graça de Deus, disposição enorme para  enfrentarmos os desafios. E que nós, tenhamos alma de criança e maturidade de adulto para enfrentar e superar tudo... Que venham sim, novos tempos em nossa vida e que tragam uma brisa alvissareira para enfrentarmos e transformarmos qualquer situação. Que Deus, em sua graça, nos ajude a sermos doces, amáveis com o outro e conosco mesmos, e cada vez mais, resilientes... Seguindo e cantando a canção, pois é preciso saber viver. Odete Liber
 
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vigilância e o preparo para o dia do juízo

TESSALONICENSES 5.1-11 - JUIZES 4.1-7- MATEUS 25.14-30
13/11/2011 -
As leituras propostas tem em comum a vigilância e o preparo para o dia do juízo.
Mateus conta a parábola dos talentos. Mostrar que o dia do Senhor pode demorar (tardar), mas chegará inesperadamente para o ajuste de contas entre Deus e os seres humanos. Nesse dia, o Senhor nos perguntará o que fizemos durante o tempo que ele nos concedeu com os talentos que ele nos confiou.
Em I Tessalonicenses 5.1-11 é acentuado que não importa o dia em que o senhor voltará, mas sim, importa que, quando o Senhor vier, ele encontre seus fiéis sóbrios e vigilantes.
No texto de Juízes, a tarefa da vigilância pode significar ações bem concretas da vida cotidiana. Requer participação, disposição para servir, por parte de homens e mulheres chamd@s cristãos/ãs.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, a preocupação de Paulo quando escreve aos irmãos e irmãs de Tessalônica é de caráter poimênico. Seu objetivo principal não é ensinar e sim pastorear, cuidar. O que Paulo te a dizer sobre o futuro não é nenhum projeto a respeito do fim do mundo, nenhum tratado teológico, mas visa pastoralmente seu leitores/as. Ele quer que eles e elas se consolem (5.11), admoestem (5.12) e edifiquem-se mutuamente (5.11).
Também hoje em dia vive-se em aflição em relação ao futuro. Eu sempre me pego preocupada com o futuro. Em muitos aspectos, o futuro tem feições apocalípticas: a perspectiva de destruição global é concreta (guerra nuclear, catástrofes naturais em todos os cantos desse mundo e outros). As reações a isso diferem: desde a apatia, fuga da realidade (também mediante os mais diferenciados tipos de drogas, vícios, dificuldades da vida) ou até mesmo o ativismo exagerado (dentro e fora da igreja). Por um lado, diz-se que estamos destruindo a terra, por outro, somos chamados a salvá-la. Isso gera uma sobrecarga em nós, nas pessoas.
O texto nos lembra de que o futuro de Deus não é feito com o que nós produzimos. É Deus mesmo que o prepara e nos oferece a possibilidade de participar dele. Nesse tempo de espera, o texto destaca dois pontos chaves:
1-Somos filh@s da luz e do dia. É uma afirmação teológica. Isso agente não consegue perceber apenas olhando para dentro de nós. É preciso que alguém de fora nos diga isso e que  nos entreguemos em fé e confiança a essa verdade. Quando olhamos para dentro de nós mesmo e ao redor, frequentemente nos deparamos com noite escura, escuridão. Sempre de novo experimentamos que escuridão nos agarra, que as sombras se lançam sobre nosso coração e nossa mente e nos deparamos com caminhos escuros, difíceis, que muitas vezes não nos possibilitam nenhum futuro.
Contra essa experiência de vida, o texto faz uma afirmação ousada: "Vós sois filh@s da luz e do dia". Isso significa que nossos caminhos não terminam na escuridão e nossa vida não está destinada à ruína ou a perdição, mas a um viver "em união com Ele". Deus, em Jesus, iluminou nossa existência. Através de Jesus sabemos quem somos e a quem pertencemos. Nós temos o nosso lugar junto dele. E por isso, nossa vida e o  nosso futuro não precisam nos angustiar (apesar de que as vezes isso acontece), porque Deus quer cuidar da nossa vida e do nosso futuro.
Paulo busca animar a comunidade a viver diante da incerteza e a olhar com esperança para o futuro de Deus, ao invés de elaborar teorias sobre ele. O Novo ser d@s batizad@s (a nova existência) deve ser orientado pela esperança fé em Deus/Jesus.
2- "Assim, pois, vigiemos e sejamos sóbrios." Quem coloca o futuro nas mãos de Deus não precisa elaborar teorias sobre ele, nem participar dos esquemas e tabelas que calculam com precisão a data do fim do mundo com suas consequências e estragos.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, é bom sempre lembrar que não somos fugit@s e nem prisioneir@s deste mundo, não olhamos fixamente para o chão nem perdemos nosso olhar par o infinito vazio. É preciso ter fé e esperança em qualquer tempo. Agir como Lutero, quando lhe perguntaram a respeito do fim do mundo, e como resposta ele disse: "Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, então ainda hoje plantaria uma macieira".
Que tenhamos fé, esperança e amor, para que, como Igreja, e como cristãos/ãs sejamos portadores/as dos sinais do reinado de Deus e que possamos ver  no mundo a esperança que o Dia do Senhor proclama. Deus nos abençoe.
Odete Liber de A. Adriano

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cozinhar é coisa das bruxas e magos


 
Quando estou triste, cansada ou feliz, umas das coisas que me dá alegria, paz e me faz sentir-me bem comigo, com o outro, é cozinhar... Inventar pratos diferentes, seguir receitas, criar novos sabores, com temperos diferentes e depois: provar, se deliciar com tudo. Comer é mais que matar a fome, é aventura, prazer, é ficar feliz, alegre, é ter vida!  E como disse Ruben Alves:
Quem pensa que a comida só faz matar a fome está redondamente enganado. Comer é muito perigoso. Porque quem cozinha é parente próximo das bruxas e dos magos. Cozinhar é feitiçaria, alquimia. E comer é ser enfeitiçado. Sabia disso Babette, artista que conhecia os segredos de produzir alegria pela comida. Ela sabia que, depois de comer, as pessoas não permanecem as mesmas. Coisas mágicas acontecem. E desconfiavam disso os endurecidos moradores daquela aldeola, que tinham medo de comer do banquete que Babette lhes preparara. Achavam que ela era uma bruxa e que o banquete era um ritual de feitiçaria. No que eles estavam certos. Que era feitiçaria, era mesmo. Só que não do tipo que eles imaginavam. Achavam que Babette iria por suas almas a perder. Não iriam para o céu. De fato, a feitiçaria aconteceu: sopa de tartaruga, cailles au sarcophage, vinhos maravilhosos, o prazer amaciando os sentimentos e pensamentos, as durezas e rugas do corpo sendo alisadas pelo paladar, as máscaras caindo, os rostos endurecidos ficando bonitos pelo riso, in vino veritas… Está tudo no filme A Festa de Babette. Terminado o banquete, já na rua, eles se dão as mãos numa grande roda e cantam como crianças… Perceberam, de repente, que o céu não se encontra depois que se morre. Ele acontece em raros momentos de magia e encantamento, quando a máscara-armadura que cobre o nosso rosto cai e nos tornamos crianças de novo. Bom seria se a magia da Festa de Babette pudesse ser repetida… ” (Ruben Alves).