TESSALONICENSES
5.1-11 - JUIZES 4.1-7- MATEUS 25.14-30
13/11/2011 -
As leituras propostas tem em comum a vigilância e o preparo para o dia do juízo.
Mateus conta a parábola dos
talentos. Mostrar que o dia do Senhor pode demorar (tardar), mas chegará
inesperadamente para o ajuste de contas entre Deus e os seres humanos. Nesse
dia, o Senhor nos perguntará o que fizemos durante o tempo que ele nos concedeu
com os talentos que ele nos confiou.
Em I Tessalonicenses 5.1-11 é
acentuado que não importa o dia em que o senhor voltará, mas sim, importa que,
quando o Senhor vier, ele encontre seus fiéis sóbrios e vigilantes.
No texto de Juízes, a tarefa da
vigilância pode significar ações bem concretas da vida cotidiana. Requer
participação, disposição para servir, por parte de homens e mulheres chamd@s
cristãos/ãs.
Diante da pergunta pelo fim dos
tempos, a preocupação de Paulo quando escreve aos irmãos e irmãs de Tessalônica
é de caráter poimênico. Seu objetivo principal não é ensinar e sim pastorear,
cuidar. O que Paulo te a dizer sobre o futuro não é nenhum projeto a respeito
do fim do mundo, nenhum tratado teológico, mas visa pastoralmente seu
leitores/as. Ele quer que eles e elas se consolem (5.11), admoestem (5.12) e
edifiquem-se mutuamente (5.11).
Também hoje em dia vive-se em
aflição em relação ao futuro. Eu sempre me pego preocupada com o futuro. Em
muitos aspectos, o futuro tem feições apocalípticas: a perspectiva de
destruição global é concreta (guerra nuclear, catástrofes naturais em todos os
cantos desse mundo e outros). As reações a isso diferem: desde a apatia, fuga
da realidade (também mediante os mais diferenciados tipos de drogas, vícios,
dificuldades da vida) ou até mesmo o ativismo exagerado (dentro e fora da
igreja). Por um lado, diz-se que estamos destruindo a terra, por outro, somos
chamados a salvá-la. Isso gera uma sobrecarga em nós, nas pessoas.
O texto nos lembra de que o futuro
de Deus não é feito com o que nós produzimos. É Deus mesmo que o prepara e nos
oferece a possibilidade de participar dele. Nesse tempo de espera, o texto
destaca dois pontos chaves:
1-Somos filh@s da luz e do
dia. É uma afirmação teológica. Isso agente não consegue perceber apenas
olhando para dentro de nós. É preciso que alguém de fora nos diga isso e
que nos entreguemos em fé e confiança a
essa verdade. Quando olhamos para dentro de nós mesmo e ao redor,
frequentemente nos deparamos com noite escura, escuridão. Sempre de novo
experimentamos que escuridão nos agarra, que as sombras se lançam sobre nosso
coração e nossa mente e nos deparamos com caminhos escuros, difíceis, que
muitas vezes não nos possibilitam nenhum futuro.
Contra essa experiência de vida, o
texto faz uma afirmação ousada: "Vós sois filh@s da luz e do dia".
Isso significa que nossos caminhos não terminam na escuridão e nossa vida não
está destinada à ruína ou a perdição, mas a um viver "em união com
Ele". Deus, em Jesus, iluminou nossa existência. Através de Jesus sabemos
quem somos e a quem pertencemos. Nós temos o nosso lugar junto dele. E por
isso, nossa vida e o nosso futuro não
precisam nos angustiar (apesar de que as vezes isso acontece), porque Deus quer
cuidar da nossa vida e do nosso futuro.
Paulo busca animar a comunidade a
viver diante da incerteza e a olhar com esperança para o futuro de Deus, ao
invés de elaborar teorias sobre ele. O Novo ser d@s batizad@s (a nova
existência) deve ser orientado pela esperança fé em Deus/Jesus.
2-
"Assim, pois, vigiemos e sejamos sóbrios." Quem coloca o futuro nas mãos
de Deus não precisa elaborar teorias sobre ele, nem participar dos esquemas e
tabelas que calculam com precisão a data do fim do mundo com suas consequências
e estragos.
Diante da pergunta pelo fim dos
tempos, é bom sempre lembrar que não somos fugit@s e nem prisioneir@s deste
mundo, não olhamos fixamente para o chão nem perdemos nosso olhar par o
infinito vazio. É preciso ter fé e esperança em qualquer tempo. Agir como
Lutero, quando lhe perguntaram a respeito do fim do mundo, e como resposta ele
disse: "Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, então ainda hoje
plantaria uma macieira".
Que tenhamos fé, esperança e amor,
para que, como Igreja, e como cristãos/ãs sejamos portadores/as dos sinais do
reinado de Deus e que possamos ver no
mundo a esperança que o Dia do Senhor proclama. Deus nos abençoe.
Odete Liber de A. Adriano
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