A teologia que acredito envolve todos os sentidos,
é indecente e provocativa. Ela mexe com estruturas sociais e eclesiásticas. Deixa
tudo de ponta cabeça. Não está presa em doutrinas, dogmas, cadernos do sim e
não, pode ou não pode, é pecado ou não.
A teologia que acredito não está presa à Bíblia, porque a Bíblia não prende Deus. A
Bíblia não contempla todo Mistério e muito menos dá as respostas para todas as
questões da vida.
A teologia que acredito não é a de um Deus punitivo ou
manipulador. Não tem seu foco no sangue, no sacrifício e na lógica da morte e abandono.
A teologia que acredito é a da terra, do povo, da luta, da alegria, do amor, do
sonho e da festa mesmo em meio às dificuldades, do diálogo interreligioso, da
diversidade sexual, do direito do corpo da mulher. Não é uma teologia que
exclui, que massacra os corpos, que é rígida, que define quem é Deus. É a
teologia do Mistério da Vida, da nuvem do não-saber, da mística e da beleza. É
a teologia que acontece em meio à vida cotidiana com suas alegrias e agruras,
lutas, vitória, perdas, mas que nos anima e dá esperança para seguir na
caminhada da vida. Odete Liber
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