Minha mãe sempre me disse o que ela ouviu do pai dela: “Dete, nunca
deixe que um homem decida ou escolha por você. Se você deixar, você não
pensará mais por você.” Dona Dora estava certa, meu avô Wenceslau (in
memoria) também. Creio que são feministas sem saberem. Uma mulher além
do tempo. Batalhadora pelos direitos da mulher, mesmo às vezes sem saber
de lei.
Minha mãe sempre prezou pela liberdade. Liberdade de sair,
voltar, falar, escolher amizades, trabalhar no que quiser, fazer o que
quiser, na hora que quiser. Sem se sentir presa ou prisioneira. Se não
aprendemos com ela, por falta de exemplo é que não foi.
Por que
escrevo isso? Porque muitas vezes, por estar casada, algumas coisas soa
estranho para algumas pessoas, e com isso, tenho ouvido: “Seu marido
deixa você sair por aí? Ele não liga quando você corta o cabelo sem
perguntar? Ele não liga quando você coloca essa ou aquela roupa? Ele não
liga de você sair sem hora pra voltar?” Elas precisam conhecer minha
mãe (kkk). E lógico, depois de tantos questionamentos, dias desse
respondi para uma “amiga”: “Meu marido é apenas um detalhe da minha
vida. Eu sou uma mulher livre, faço o que eu quiser. Devo a ele
respeito, mas não a minha vida.” Ela levou um susto, depois riu muito.
Afinal, ninguém é como eu. Kkkk
Principalmente em uma sociedade
que apesar de estarmos em pleno século XI, parece retroagir, pois sempre
fez questão de reforçar o papel da mulher como submissa (negativamente)
ao homem. Para as mulheres, seja de uma igreja ou não, muitas vezes, a
submissão é o papel dela e claro, o lugar dela é, de preferência,
abaixo de qualquer homem. Por isso, insisto em dizer: Mulher, você é
livre! Desperta, tu que dormes!
Assim como os homens não precisam
saber conserta um encanamento, pintar a casa, ser eletricista, mecânico e
outras coisas, as mulheres também não precisam saber cozinhar, faxinar,
ser uma competente lavadeira, passadeira.Não existe uma lei para isso. O
que há, é uma ideia arcaica de que mulheres devem ser assim e homens
assado, ou seja, cada um tem uma tarefa predefinida, como se isso fosse
um santo remédio para o andamento de uma boa relação.
Nossa
sociedade ainda carrega, mesmo que em tempos modernos, um romantismo
acentuado em que a figura da mulher perfeita se reduz a figura da mãe,
que lava, passa, cozinha, cuida d@s filh@s e de quebra tem um emprego...
O desafio é que no pensamento ou imaginário do homem, (me digam se
estou errada), ela também deve ser uma máquina do sexo incessante e que
faz as vontades do marido ou companheiro sem externar suas vontades e
desejos.
Com isso, não quero dizer que mulheres não podem cozinhar,
faxinar ou costurar, mesmo porque eu amo cozinhar e às vezes até fazer
uma boa faxina, e também não digo que um homem não possa trocar
lâmpadas, mexer no encanamento. Também não quero dizer que é errado o
homem querer um sexo gostoso, desde que a mulher também queira, e ambos
tenham prazer. Porque sexo, fazer amor é bom!
O que quero, é que fique claro, que a mulher pode e
deve fazer o que quiser, assim como o homem, desde que não se
desrespeitem ou agridam um ao outr@. A mulher é livre, desde que
seja uma escolha dela (e não do homem), ficar em casa cuidando as
tarefas domésticas e d@s filh@s, como ela também deve ser livre para se
dedicar a sua vida profissional. A mulher é livre para escolher ter ou
não filh@s, viajar ou não.
A mulher deve ser livre para querer
passar o domingo cozinhando para a família e amig@s, como é livre para
passar o dia sem fazer nada, ou simplesmente ficar cuidando de si, num
salão de beleza o dia todo. A mulher deve ser livre para escolher que
roupa usar, como também levar as roupas numa costureira, ou então ser
livre para fazer um curso de corte e costura e costurar sua roupa. A
mulher deve ser livre para fazer academia ou yoga, ou nada. A mulher é
livre para escolher casar ou ficar solteira. A mulher é livre para ser o
quiser ser! Porque a mulher é um ser livre! É sempre bom lembrar que a
mulher não é escrava nem de homem, nem de mulher e nem da sociedade.
E minha mãe continua dizendo isso para a neta!!! E eu, bem, creio que aprendi a lição direitinho com minha mãe. ODete Liber
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