sábado, 27 de fevereiro de 2016

Livre para ser o que quiser

Minha mãe sempre me disse o que ela ouviu do pai dela: “Dete, nunca deixe que um homem decida ou escolha por você. Se você deixar, você não pensará mais por você.” Dona Dora estava certa, meu avô Wenceslau (in memoria) também. Creio que são feministas sem saberem. Uma mulher além do tempo. Batalhadora pelos direitos da mulher, mesmo às vezes sem saber de lei.
Minha mãe sempre prezou pela liberdade. Liberdade de sair, voltar, falar, escolher amizades, trabalhar no que quiser, fazer o que quiser, na hora que quiser. Sem se sentir presa ou prisioneira. Se não aprendemos com ela, por falta de exemplo é que não foi.
Por que escrevo isso? Porque muitas vezes, por estar casada, algumas coisas soa estranho para algumas pessoas, e com isso, tenho ouvido: “Seu marido deixa você sair por aí? Ele não liga quando você corta o cabelo sem perguntar? Ele não liga quando você coloca essa ou aquela roupa? Ele não liga de você sair sem hora pra voltar?” Elas precisam conhecer minha mãe (kkk). E lógico, depois de tantos questionamentos, dias desse respondi para uma “amiga”: “Meu marido é apenas um detalhe da minha vida. Eu sou uma mulher livre, faço o que eu quiser. Devo a ele respeito, mas não a minha vida.” Ela levou um susto, depois riu muito. Afinal, ninguém é como eu. Kkkk
Principalmente em uma sociedade que apesar de estarmos em pleno século XI, parece retroagir, pois sempre fez questão de reforçar o papel da mulher como submissa (negativamente) ao homem. Para as mulheres, seja de uma igreja ou não, muitas vezes, a submissão é o papel dela e claro, o lugar dela é, de preferência, abaixo de qualquer homem. Por isso, insisto em dizer: Mulher, você é livre! Desperta, tu que dormes!
Assim como os homens não precisam saber conserta um encanamento, pintar a casa, ser eletricista, mecânico e outras coisas, as mulheres também não precisam saber cozinhar, faxinar, ser uma competente lavadeira, passadeira.Não existe uma lei para isso. O que há, é uma ideia arcaica de que mulheres devem ser assim e homens assado, ou seja, cada um tem uma tarefa predefinida, como se isso fosse um santo remédio para o andamento de uma boa relação.
Nossa sociedade ainda carrega, mesmo que em tempos modernos, um romantismo acentuado em que a figura da mulher perfeita se reduz a figura da mãe, que lava, passa, cozinha, cuida d@s filh@s e de quebra tem um emprego... O desafio é que no pensamento ou imaginário do homem, (me digam se estou errada), ela também deve ser uma máquina do sexo incessante e que faz as vontades do marido ou companheiro sem externar suas vontades e desejos.
Com isso, não quero dizer que mulheres não podem cozinhar, faxinar ou costurar, mesmo porque eu amo cozinhar e às vezes até fazer uma boa faxina, e também não digo que um homem não possa trocar lâmpadas, mexer no encanamento. Também não quero dizer que é errado o homem querer um sexo gostoso, desde que a mulher também queira, e ambos tenham prazer. Porque sexo, fazer amor é bom!
O que quero, é que fique claro, que a mulher pode e deve fazer o que quiser, assim como o homem, desde que não se desrespeitem ou agridam um ao outr@. A mulher é livre, desde que seja uma escolha dela (e não do homem), ficar em casa cuidando as tarefas domésticas e d@s filh@s, como ela também deve ser livre para se dedicar a sua vida profissional. A mulher é livre para escolher ter ou não filh@s, viajar ou não.
A mulher deve ser livre para querer passar o domingo cozinhando para a família e amig@s, como é livre para passar o dia sem fazer nada, ou simplesmente ficar cuidando de si, num salão de beleza o dia todo. A mulher deve ser livre para escolher que roupa usar, como também levar as roupas numa costureira, ou então ser livre para fazer um curso de corte e costura e costurar sua roupa. A mulher deve ser livre para fazer academia ou yoga, ou nada. A mulher é livre para escolher casar ou ficar solteira. A mulher é livre para ser o quiser ser! Porque a mulher é um ser livre! É sempre bom lembrar que a mulher não é escrava nem de homem, nem de mulher e nem da sociedade.
E minha mãe continua dizendo isso para a neta!!! E eu, bem, creio que aprendi a lição direitinho com minha mãe. ODete Liber





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