sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Pode me cuidar, paparicar a vontade

Tempos atrás ganhei um super puxão de orelha de uma pessoa hiper querida e abençoada. Ela me disse que eu não sabia ser  cuidada, paparicada. Que eu tinha que parar com essa de que só eu cuido, que sempre estou bem, maravilhosa. Disse-me que “eu precisava aprender a me deixar ser cuidada, mimada. Que eu tinha que aceitar presentes, porque eram gestos de carinho, amor, além da atenção”. E deixei ela me cuidar. Lógico que não é fácil mudar... Mas de lá pra cá, tenho tentado colocar em prática. Tenho deixado que me cuidem, papariquem, me encham de mimos. E né que é bom???
Com isso, tenho tirado  minha armadura, minha pose de mulher durona, que não chora. Prendo o meu cabelo, ando sem batom, mas tô passando  rímel.
Tenho me despido daquela mulher que oferece abraço e deixa de lado as próprias dores, desejos, só porque alguém está pedindo ajuda. Tenho diminuído os passos, porque cansei de correr pra resolver os problemas dos outros.  Já aceito que me paguem a conta. E olha que por anos, não queria nem que o marido fizesse isso.
Hoje me sento no sofá e, completamente desarmada, aceito que me contem piadas, e dou risadas que só. 
Aceito ficar sem fazer nada, aceito convite para sair, passear, viajar. Amo receber carinhos...
Hoje eu desço do salto, tiro o vestido e fico só de langó, e se uma visita chegar, faço um café e vamos papear.
Isso não é egoísmo. Simplesmente to aprendendo a ser cuidada, sem deixar de cuidar de outras pessoas. Sou mais frágil que qualquer taça de vinho, coisa que as pessoas não tem o hábito de reconhecer, sou sensível, coisa que não gosto de deixar transparecer.  Hoje, gosto de receber um “sorriso de gratidão”, “um obrigada pela ajuda”.
Hoje, eu aceito uma visita que  me abrace apertado, porque tem coisas que só um abraço diz tudo.
Estou  colocando em pratica que não salvarei o mundo, não sou responsável pela vida  das pessoas.
Estou na fase de que uma boa  massagem nas costas traz um alivio gostoso, depois de um dia cansativo.
Aceito um bom vinho, ou um suco de cevada, bem gelado! E aí, vamos falar da vida.  Então, você pode vir, porque depois de me ouvir chorar eu quero que escute a minha risada exagerada, no meu surto particular e insano.
Não quero ser a mulher perfeita, me contento em ser o que sou, cuidando de todo mundo, mas precisando também de carinho e atenção.
Pode me paparicar a vontade! Afinal, não sei como passei tantos anos sem isso!
Obrigada Nete pelo puxão de orelha! Faz tempo, mas surtiu resultado. Te amo!!



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