Tempos atrás
ganhei um super puxão de orelha de uma pessoa hiper querida e abençoada. Ela me
disse que eu não sabia ser cuidada,
paparicada. Que eu tinha que parar com essa de que só eu cuido, que sempre
estou bem, maravilhosa. Disse-me que “eu precisava aprender a me deixar ser
cuidada, mimada. Que eu tinha que aceitar presentes, porque eram gestos de carinho, amor, além da atenção”. E deixei ela me cuidar. Lógico que não é fácil mudar... Mas de lá pra cá, tenho tentado colocar
em prática. Tenho deixado que me cuidem, papariquem, me encham de mimos. E né
que é bom???
Com isso, tenho tirado minha armadura, minha pose de mulher durona,
que não chora. Prendo o meu cabelo, ando sem batom, mas tô passando rímel.
Tenho me despido daquela mulher que
oferece abraço e deixa de lado as próprias dores, desejos, só porque alguém está
pedindo ajuda. Tenho diminuído os passos, porque cansei de correr pra resolver
os problemas dos outros. Já aceito que
me paguem a conta. E olha que por anos, não queria nem que o marido fizesse
isso.
Hoje me sento no sofá e, completamente
desarmada, aceito que me contem piadas, e dou risadas que só.
Aceito ficar sem
fazer nada, aceito convite para sair, passear, viajar. Amo receber carinhos...
Hoje eu desço do salto, tiro o vestido e fico
só de langó, e se uma visita chegar, faço um café e vamos papear.
Isso não é egoísmo. Simplesmente to aprendendo
a ser cuidada, sem deixar de cuidar de outras pessoas. Sou mais frágil que
qualquer taça de vinho, coisa que as pessoas não tem o hábito de reconhecer,
sou sensível, coisa que não gosto de deixar transparecer. Hoje, gosto de receber um “sorriso de gratidão”,
“um obrigada pela ajuda”.
Hoje, eu aceito uma visita que me abrace apertado, porque tem coisas que só um abraço diz tudo.
Estou
colocando em pratica que não salvarei o mundo, não sou responsável pela vida
das pessoas.
Estou na fase de que uma boa massagem nas costas traz um alivio gostoso,
depois de um dia cansativo.
Aceito um bom vinho, ou um suco de
cevada, bem gelado! E aí, vamos falar da vida. Então, você pode vir, porque depois de me
ouvir chorar eu quero que escute a minha risada exagerada, no meu surto
particular e insano.
Não quero ser a mulher perfeita, me
contento em ser o que sou, cuidando de todo mundo, mas precisando também de carinho
e atenção.
Pode me paparicar a vontade! Afinal, não
sei como passei tantos anos sem isso!
Obrigada Nete pelo puxão de orelha! Faz tempo, mas surtiu resultado. Te amo!!
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