quinta-feira, 25 de junho de 2015

a vida as vezes é uma droga mas vc pode (re) começar

Toda pessoa pode construir uma casa como desejar e pode reforça-la do jeito que quiser. Já um lar, ele é frágil, porque é feito de pessoas com sentimentos, emoções, sonhos, dores...
Eu sei, que vc sabe que um lar é feito de pessoas que você quer nele, mas mesmo assim, ele é frágil e pode quebrar ou as pessoas podem se machucar ou machucar a outra.
Porém é bom lembrar que tudo que é quebrado pode ser consertado. Que tudo que machuca pode remediado. Por isso, não importa se vc está machucad@, quebrad@ ou se vc machucou alguém, não importa a escuridão que aja em sua vida, o sol, ah, o sol, esse sempre vai nascer e brilhar outra vez, sempre. E eu sei que a vida às vezes é uma droga, a gente fica machucad@, quebrad@, dolorid@, mas a gente pode continuar... Sempre poderá (re) começar outra vez! ‪#‎Again‬ #Again ‪#‎forever‬



segunda-feira, 22 de junho de 2015

mesmo que tudo dê errado, mesmo assim, não tem problema.

Quando você está em um momento onde até qualquer respiração mal sincronizada é capaz de tirar a sua paz, está mais do que na hora de aceitar o incerto da vida e ir atrás dos encantos que há escondidos em cada falha que guardamos dentro de nós. 
Parafraseando Los Hermanos: e mesmo que tudo dê errado, mesmo assim, não tem problema. Eu deito no telhado de uma casa qualquer, olho pro céu e invento uma nuvem que chove sorrisos, bem em cima de mim.


sempre é tempo

Como disse Caetano Veloso “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
E lembre-se que depois das podas, vem o inverno e na primavera surgem brotos de vida que florescem em ações voltadas ao bem...
Porém, independente da estação da sua vida, sempre é tempo de ‪#‎Esperança‬, ‪#‎tempo‬ de ‪#‎renovação‬! Bom inicio de semana pra tod@s... ODete Liber.



quarta-feira, 17 de junho de 2015

preço de tudo e o valor de nada

"Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo e o valor de nada."



Quem disse que ser adulto/a é fácil??

Não poderia deixar de compartilhar com vocês este texto, da amiga Elizabeth De Fatima Szczygel
Na caminhada da vida perdemos muitos amores pelo caminho, choramos, rismo, mas magnificamente isso se torna positivo na medida em que cada história ensina e nos prepara para o que vem pela frente. Nem todos os amores que encontramos serão vividos intensamente, nem durarão para sempre. Muitos nem precisam.!!
Segue, abaixo, o texto.



"Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?'
... - 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?"

terça-feira, 9 de junho de 2015

Há um filme chamado Os Condenados de Shawshank (1994) que diz: "Esperança é uma coisa boa, talvez a melhor de todas as coisas, e coisas boas nunca morrem!" "Ocupe-se em viver ou ocupe-se em morrer."
Uma boa dica para nós!!!

hoje

Hoje, conversando com pessoas queridas, mais uma vez, me dei conta de que todas as vezes em que pensei ter chegado ao limite, Deus me deu a chance de dar um passo a mais. Nunca precisei desistir por completo, sempre acabou acontecendo uma mudança no curso das coisas, uma nova direção. Às vezes doído demais, sofrido demais, mas um processo que, acredito eu, tenha ao menos me feito ser menos egoísta, mais compreensiva e menos exigente.
De vez em quando, acho que entendo quando o povo hebreu, depois de quarenta anos no deserto, não tinha pés inchados, nem sandálias gastas, nem roupas puídas. É que eles não poderiam se sentir despidos dos recursos mais vitais até que pudessem trocar o que tinham por algo novo. Eu também não poderia jamais ter trocado minhas vestes de luto pelas de louvor enquanto não tivesse chorado as últimas lágrimas da minha perda. Porque nas vestes de louvor não deveriam mais respingar as dores passadas... Os tempos de riso às vezes parecem poucos na longa extensão da existência. Não sei se são, de fato, mas, se forem é mais uma razão para fazê-los valer a pena. Não basta sorrir pelos cantos, é preciso encher a boca de riso, sujar o rosto de alegria, como quem come caqui no pé.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Ninguém apaga o que está no coração e na memória

Hoje quando olho pra muitas crianças fechadas em suas casas (apartamentos), passando horas em frente a tv, sem correr, brincar, aguçar seus sonhos, suas ideias, olho pra o passado e vejo como corri livre pelos campos, pastos. Parceia que nada tinha limite na imensidão do mundo. Amava correr de braços abertos, com o vento batendo no rosto. Amava simplesmente parar e apreciar o mundo que estava a minha volta: natureza.
A natureza com suas árvores frutíferas ou não, flores, gramados, rios, fontes, cachoeiras. Animais ariscos e mansos. Pássaros coloridos.
Tudo era tão grande diante da minha pequenez!     
Como era gostosos trepar (subir, não pense coisas feias, porque na minha região até hoje trepar é igual a subir) na árvore e lá comer a fruta. Como era bom deitar numa pedra em meio ao pasto e ficar olhando para as nuvens e criando coisas, imaginando histórias. Como era bom olhar o céu azul, ver o sol brilhando. Como era bom brincar de carrinho no terreiro, fazendo estradas com a enxada.
Como era lindo ver  a lua enorme e imaginar que lá morava alguém, como por exemplo São Jorge.  Como era bonito ver a noite toda estrela, pipocada de estrelas brilhando e ficar a imaginar como seria se pudesse pegar uma nas mãos.
Como era bom andar  a cavalo mesmo sendo tão pequenina. Trago na memória o meu Petiço (esse era o nome dele) encilhado, vindo para um barranco, onde eu já estava a espera dele para montar, e lá saiamos nós, por horas. Tenho uma foto nele (e até hoje meus olhos ficam mareados de lágrimas ao lembrar o dia que tive que dele me separar). Meus pais não se preocupavam com os longos passeios a cavalo, porque onde morávamos não havia trânsito, poucas pessoas, senão raras, andavam por aquelas estradas e de um lado a outro da estrada, estavam nossas plantações. Fruto do trabalho de meus pais. 
Também me recordo que minha outra brincadeira preferida era imaginar novos caminhos, estradas. Isso mesmo! Eu fazia no terreiro de casa (naquela época na fazenda não se tinha calçada em volta da casa) com a enxada, estradas, criava verdadeiros labirintos que só eu conseguia decifrar o inicio e o fim.  
Eu era solitária, tímida, magricela, feinha. Não tinha crianças para brincar comigo, mas isso não me impedia de sonhar e brincar.  Qualquer galho de árvore virava um brinquedo. Até com os bichos  eu brincava (vaca, boi, carneiro, cabrito, porco, galinha, etc)
Amava ficar no balanço. Minha mãe fez um dentro de casa, na sala, principalmente porque em dias frios e chuvosos não dava para sair. O bom é que havia muito espaço em casa. Nossa casa era enorme na época.  
Bem, e a tv? Isso não existia. O máximo era um rádio. Por isso a imaginação corria solta.
Mamãe também gostava de contar histórias, e eu ficava ali, com os olhos arregalados para cada palavra que ela ia dizendo. Era a história do Pedro Malazarte,  mula sem cabeça, boitatá, lobisomem, mãe d’água,  saci Pererê,  caipora, Iara, João e Maria, o lobo e os sete cabritinhos,   o gênio da garrafa, a amoreira, o Flautista de Hamelin e histórias de vida dela, dos meus avós (que conto outra hora).
Também não havia os joguinhos (ludo, damas, xadrez, quebra cabeça) que há hoje, então minha mãe inventava muitos.  Um deles que gosto até hoje é Buzio (feito com milho e nada haver com búzios - sorte) com ele já íamos aprendendo a somar. Fazia e jogava peteca, criava brinquedos com caixas de fósforo... Tanta coisa, com tão pouco!
Lembro-me que a mãe não dizia que havia jogo, nem cor certa para menina e para menino. A mãe sempre disse que as cores são para todo mundo, assim como as brincadeiras. O que comprova que Simone de Beauvoir estava certa. Afinal, nós não nascemos mulheres, nos tornamos mulheres.  E olha que minha mãe nem sabe quem é  Simone de Beauvoir.
Também me recordo que quando viajávamos de carro eu amava ficar olhando tudo, cada pedaço da estrada, cada arvore cada pássaro, cada casa, cada animal, cada flor. Encantava-me quando via as torres elétricas da Copel (quem diria que uma criança iria achar isso lindo). 

É, são memórias que o tempo não leva e não apaga, pois estão gravadas na memória e no coração. 

Pessoas são pessoas através de outras pessoas

Falar de pedagogia ou educação socioeducativa nesses tempos é de grande valia. Porém mais que simplesmente escrever e falar, é preciso responder algumas indagações, principalmente quando se trata de adolescentes em conflito com a lei.
De que forma a prática pedagógica tem influenciado a permanência na escola de adolescentes que cumprem medida socioeducativa com privação de liberdade? A permanência na escola faz diferença ou fará a diferença na vida do adolescente que cumprem medida socioeducativa com privação de liberdade?  Quais os sentidos e significados da “prática pedagógica internalizados” pelas professoras/es?
São questionamentos, indagações que muitas vezes não obtém respostas, ou as respostas são silenciadas, dado o resultado negativo. Porém, é essencial buscar caminhos, novas formas e jeitos que contribuam para fazer a diferença na vida de adolescentes que estão a margem da sociedade, cumprindo ou não medida socioeducativa com privação de liberdade. 
Lembrando que é no cenário em que a educação é prática social e direito de todos,  que a prática pedagógica socioeducativa entra em pauta como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos nesse processo, haja vista ser desenvolvida por professores/as, pedagogas/os que visam práxis muito mais voltada para a transformação social do que para a transmissão de conteúdos. É nas interações e através destas que as pessoas se desenvolvem. Interações que se dão desde o início da vida e através das quais a criança apreende tudo, desde falar, andar e realizar tudo o que é rotineiro, até a consciência de si mesma e do outro. O outro é a pessoa que cuida, ama ou rejeita, é o grupo mais próximo, porém, é também a realidade mais distante que impregna a vida social. Afinal, “”.
Sabe-se que na prática não há uma formação para os profissionais da área socioeducativa. A maioria das iniciativa padece de proposta pedagógica e de estrutura material.
E o educador/a, professor/a, pedagogo/a é aquele/a que cria condições para que interações positivas se estabeleçam:, ou seja, do educando com as pessoas próximas, do educando com a realidade social, do educando com o saber, do educando com ele mesmo. Por isso que Arendt disse que “O eu é a única pessoa de quem não posso me separar, que não posso deixar, com quem estou fundido. Logo, “é muito melhor estar em desacordo com o mundo todo do que, sendo um, estar em desacordo comigo mesmo”. A ética, não menos do que a lógica, tem sua origem nessa afirmação, pois a consciência, em seu sentido mais geral, também se baseia no fato de que posso estar de acordo ou em desacordo comigo mesmo; isso significa que não só apareço para os outros, mas para mim mesmo.”
Nesse sentido todas as  atitudes, sejam, repressiva, ou que venha a negar a dignidade ao sujeito e que não permita um encontro consegue mesmo, não será educativa. É por isso que o ECA prevê em todas as etapas o respeito aos direitos da criança e do adolescente, que deve ocorrer desde o momento do contato com a polícia até o final do cumprimento da medida socioeducativa, que nada mais é do que o tratamento justo, firme e respeitoso, pois isso sim,  será um tratamento educativo, que culminará em mudança de atitude por parte do educando, adolescente. 





terça-feira, 26 de maio de 2015

bênção celta


A vida começa todos os dias para quem tem esperança

I TESSALONICENSES 5.1-11 - JUIZES 4.1-7- MATEUS 25.14-30
As leituras propostas tem em comum a vigilância e o preparo para o dia do juízo.
Mateus conta a parábola dos talentos. Mostrar que o dia do Senhor pode demorar (tardar), mas chegará inesperadamente para o ajuste de contas entre Deus e os seres humanos. Nesse dia, o Senhor nos perguntará o que fizemos durante o tempo que ele nos concedeu com os talentos que ele nos confiou.
Em I Tessalonicenses 5.1-11 é acentuado que não importa o dia em que o senhor voltará, mas sim, importa que, quando o Senhor vier, ele encontre seus fiéis sóbrios e vigilantes.
No texto de Juízes, a tarefa da vigilância pode significar ações bem concretas da vida cotidiana. Requer participação, disposição para servir, por parte de homens e mulheres chamd@s cristãos/ãs.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, a preocupação de Paulo quando escreve aos irmãos e irmãs de Tessalônica é de caráter poimênico. Seu objetivo principal não é ensinar e sim pastorear, cuidar. O que Paulo te a dizer sobre o futuro não é nenhum projeto a respeito do fim do mundo, nenhum tratado teológico, mas visa pastoralmente seu leitores/as. Ele quer que eles e elas se consolem (5.11), admoestem (5.12) e edifiquem-se mutuamente (5.11).
Também hoje em dia vive-se em aflição em relação ao futuro. Eu sempre me pego preocupada com o futuro. Em muitos aspectos, o futuro tem feições apocalípticas: a perspectiva de destruição global é concreta (guerra nuclear, catástrofes naturais em todos os cantos desse mundo e outros). As reações a isso diferem: desde a apatia, fuga da realidade (também mediante os mais diferenciados tipos de drogas, vícios, dificuldades da vida) ou até mesmo o ativismo exagerado (dentro e fora da igreja). Por um lado, diz-se que estamos destruindo a terra, por outro, somos chamados a salvá-la. Isso gera uma sobrecarga em nós, nas pessoas.
O texto nos lembra de que o futuro de Deus não é feito com o que nós produzimos. É Deus mesmo que o prepara e nos oferece a possibilidade de participar dele. Nesse tempo de espera, o texto destaca dois pontos chaves:
  1-Somos filh@s da luz e do dia. É uma afirmação teológica. Isso agente não consegue perceber apenas olhando para dentro de nós. É preciso que alguém de fora nos diga isso e que  nos entreguemos em fé e confiança a essa verdade. Quando olhamos para dentro de nós mesmo e ao redor, frequentemente nos deparamos com noite escura, escuridão. Sempre de novo experimentamos que escuridão nos agarra, que as sombras se lançam sobre nosso coração e nossa mente e nos deparamos com caminhos escuros, difíceis, que muitas vezes não nos possibilitam nenhum futuro.
Contra essa experiência de vida, o texto faz uma afirmação ousada: "Vós sois filh@s da luz e do dia". Isso significa que nossos caminhos não terminam na escuridão e nossa vida não está destinada à ruína ou a perdição, mas a um viver "em união com Ele". Deus, em Jesus, iluminou nossa existência. Através de Jesus sabemos quem somos e a quem pertencemos. Nós temos o nosso lugar junto dele. E por isso, nossa vida e o  nosso futuro não precisam nos angustiar (apesar de que as vezes isso acontece), porque Deus quer cuidar da nossa vida e do nosso futuro.
Paulo busca animar a comunidade a viver diante da incerteza e a olhar com esperança para o futuro de Deus, ao invés de elaborar teorias sobre ele. O Novo ser d@s batizad@s (a nova existência) deve ser orientado pela esperança fé em Deus/Jesus.
2- "Assim, pois, vigiemos e sejamos sóbrios." Quem coloca o futuro nas mãos de Deus não precisa elaborar teorias sobre ele, nem participar dos esquemas e tabelas que calculam com precisão a data do fim do mundo com suas consequências e estragos.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, é bom sempre lembrar que não somos fugit@s e nem prisioneir@s deste mundo, não olhamos fixamente para o chão nem perdemos nosso olhar par o infinito vazio. É preciso ter fé e esperança em qualquer tempo. Agir como Lutero, quando lhe perguntaram a respeito do fim do mundo, e como resposta ele disse: "Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, então ainda hoje plantaria uma macieira".
Que tenhamos fé, esperança e amor, para que, como Igreja, e como cristãos/ãs sejamos portadores/as dos sinais do reinado de Deus e que possamos ver  no mundo a esperança que o Dia do Senhor proclama. Deus nos abençoe.

Pa. MS. Odete Liber de A. Adriano

Tempos em que precisamos de algo mais

Tempos em que precisamos de algo mais

Quando ligo a TV, ou pego uma revista para folhear (cultura inútil), me deparo com modelos e padrões de moda, seja na maneira de vestir, seja, no modelo de porte físico, cor do cabelo, magra, alta, etc. Depois, vem a questão de que tod@s devemos ser bem sucedid@s na vida. Não há lugar para perdedor/a. É preciso ter muito. O ser já não importa. Tudo é muito rápido e passa quase sem deixar vestígio da sua ocorrência.
Nessa loucura da vida atual, vem à sensação de vazio, de eterna busca "do não sei o que".  O ser humano perde-se em si mesmo, já não sabe muitas vezes quem é, para que veio e para onde vai.
E com isso, às vezes bate a porta de nossa vida uma sensação de que algo nos falta. É a sensação de que nos faz lembrar que somos humanos, por isso vivemos esse emaranhado de emoções. O sentido da vida não pode ser inventado, tem de ser descoberto na caminhada da vida. O mundo nos diz que é preciso correr contra o tempo, é preciso ter, ter... E o relógio não para: tic, tac, tic, tac..
É como diz Leonardo Boff: “Para onde vamos, já que sabemos tão pouco de onde viemos e apenas um pouco do que somos? As respostas nos fazem corajosos ou covardes, felizes ou trágicos, esperançosos ou indiferentes”.
Recordo-me que uma amiga querida sempre diz: "A vida é um circulo". E isso tem sentido. É uma afirmação circular, que significa que vida nos confronta com desafios e, à medida que o indivíduo se torna capaz de enfrentá-los, ele cresce como pessoa e encontra sentido. Pois todo ser humano tem a liberdade de mudar a qualquer instante. O ser humano é capaz de mudar o mundo para melhor, se possível, e de mudar a si mesmo para melhor, se necessário. E nós sabemos que quanto mais a pessoa se esquece de si mesma — dedicando-se a servir uma causa ou a amar outra pessoa — mais humana será e mais se realizará. E diz Eclesiates: “E compreendi que não há felicidade para o homem a não ser a de alegrar-se e fazer o bem durante sua vida. E, que o homem coma e beba, desfrutando do produto de todo o seu trabalho, é dom de Deus” (Ec 3.12 e 13)
E vale lembrar que o livro de Eclesiastes foi escrito por um homem em crise. Alguém que não estava satisfeito com as respostas do senso comum religioso de sua época. Seu discurso revela uma inquietude com a vida em todas as suas dimensões. É uma pessoa crítica que, mesmo sem saber, fez análise de conjuntura e colocou questões cruciais para a existência humana, especialmente em sua vertente religiosa. A filosofia nos ensina (e a Bíblia também) que o ser humano sábio é aquele que tem mais perguntas do que respostas. 
Com isso também me recordo de Jó. Jó, um dos personagens que mais representa o sofrimento absurdo, ou como poderíamos dizer, ele era o campeão em sofrimento, a medalha de ouro. Lembremo-nos que o sofrimento, de certo modo, deixa de ser sofrimento no instante em que encontramos nele um sentido. Voltemos a Jó. Com ele vemos e aprendemos muitas coisas. Com Jó, temos a superação dos medos em relação ao destino, porque ele reage contra as teologias que aumentam o sofrimento (lei da retribuição), e propõe uma ação solidária dos seres humanos como sujeitos de sua própria história coletiva e individual, e resgata uma nova experiência de Deus, um Deus que caminha com seu povo, ao seu lado. Vale citar, que antes Jó enfrentou, a face desse Deus que ele ousou interrogar no seio da tempestade e de quem recebeu uma palavra à altura: “Quem é esse que obscurece meus desígnios com palavras sem sentido? Onde estavas, quando lancei os fundamentos da terra? Dize-mo, se é que sabes tanto” (Jó 38,2.4).
      Vive-se hoje numa sociedade que cobra tanto do ser humano que às vezes é difícil viver tranquilamente. As pessoas vivem num constante emaranhado de emoções e exigências, como se a vida fosse uma constante tempestade, que é difícil continuar a caminhar com tranquilidade. E com isso, somos confrontad@s como Jó, com uma busca de sentido. E como ele, somos convocad@s a nos cingirmos, tateando uma nova maneira de se situar nesse mundo.
E se tivermos coragem, talvez possamos descobrir, no final, que o vazio que sentimos muitas vezes, pode ser resolvido com pequenos atos e gestos. Ajudando o próximo, ganhando um abraço paertado, um bom papo,  uma boa gargalhada, encontrar uma amig@ que ha tempos não se via, um abraço apertado, uma boa noticia que ha tempos se espera.... Nas coisas simples encontramos a felicidade, e é justamente a coleção das pequenas alegrias que vamos colhendo e celebrando pelo meio do caminho que nos impulsionam a continuar e a crer que Deus está conosco sempre. Como todos nós, nossa felicidade também é peregrina. Guimarães Rosa sabia disso ao afirmar: “a felicidade não está nem na partida nem na chegada, mas no meio da travessia”.
E já que a vida é infinita enquanto dura, então devemos celebrá-la constantemente fazendo o bem e fazendo isso muito bem. Se a felicidade é peregrina, o bem é definitivo. E no meio disso tudo está a vida, dom de Deus a ser celebrado, a ser desfrutado. Pa. Odete Liber