terça-feira, 26 de maio de 2015

A vida começa todos os dias para quem tem esperança

I TESSALONICENSES 5.1-11 - JUIZES 4.1-7- MATEUS 25.14-30
As leituras propostas tem em comum a vigilância e o preparo para o dia do juízo.
Mateus conta a parábola dos talentos. Mostrar que o dia do Senhor pode demorar (tardar), mas chegará inesperadamente para o ajuste de contas entre Deus e os seres humanos. Nesse dia, o Senhor nos perguntará o que fizemos durante o tempo que ele nos concedeu com os talentos que ele nos confiou.
Em I Tessalonicenses 5.1-11 é acentuado que não importa o dia em que o senhor voltará, mas sim, importa que, quando o Senhor vier, ele encontre seus fiéis sóbrios e vigilantes.
No texto de Juízes, a tarefa da vigilância pode significar ações bem concretas da vida cotidiana. Requer participação, disposição para servir, por parte de homens e mulheres chamd@s cristãos/ãs.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, a preocupação de Paulo quando escreve aos irmãos e irmãs de Tessalônica é de caráter poimênico. Seu objetivo principal não é ensinar e sim pastorear, cuidar. O que Paulo te a dizer sobre o futuro não é nenhum projeto a respeito do fim do mundo, nenhum tratado teológico, mas visa pastoralmente seu leitores/as. Ele quer que eles e elas se consolem (5.11), admoestem (5.12) e edifiquem-se mutuamente (5.11).
Também hoje em dia vive-se em aflição em relação ao futuro. Eu sempre me pego preocupada com o futuro. Em muitos aspectos, o futuro tem feições apocalípticas: a perspectiva de destruição global é concreta (guerra nuclear, catástrofes naturais em todos os cantos desse mundo e outros). As reações a isso diferem: desde a apatia, fuga da realidade (também mediante os mais diferenciados tipos de drogas, vícios, dificuldades da vida) ou até mesmo o ativismo exagerado (dentro e fora da igreja). Por um lado, diz-se que estamos destruindo a terra, por outro, somos chamados a salvá-la. Isso gera uma sobrecarga em nós, nas pessoas.
O texto nos lembra de que o futuro de Deus não é feito com o que nós produzimos. É Deus mesmo que o prepara e nos oferece a possibilidade de participar dele. Nesse tempo de espera, o texto destaca dois pontos chaves:
  1-Somos filh@s da luz e do dia. É uma afirmação teológica. Isso agente não consegue perceber apenas olhando para dentro de nós. É preciso que alguém de fora nos diga isso e que  nos entreguemos em fé e confiança a essa verdade. Quando olhamos para dentro de nós mesmo e ao redor, frequentemente nos deparamos com noite escura, escuridão. Sempre de novo experimentamos que escuridão nos agarra, que as sombras se lançam sobre nosso coração e nossa mente e nos deparamos com caminhos escuros, difíceis, que muitas vezes não nos possibilitam nenhum futuro.
Contra essa experiência de vida, o texto faz uma afirmação ousada: "Vós sois filh@s da luz e do dia". Isso significa que nossos caminhos não terminam na escuridão e nossa vida não está destinada à ruína ou a perdição, mas a um viver "em união com Ele". Deus, em Jesus, iluminou nossa existência. Através de Jesus sabemos quem somos e a quem pertencemos. Nós temos o nosso lugar junto dele. E por isso, nossa vida e o  nosso futuro não precisam nos angustiar (apesar de que as vezes isso acontece), porque Deus quer cuidar da nossa vida e do nosso futuro.
Paulo busca animar a comunidade a viver diante da incerteza e a olhar com esperança para o futuro de Deus, ao invés de elaborar teorias sobre ele. O Novo ser d@s batizad@s (a nova existência) deve ser orientado pela esperança fé em Deus/Jesus.
2- "Assim, pois, vigiemos e sejamos sóbrios." Quem coloca o futuro nas mãos de Deus não precisa elaborar teorias sobre ele, nem participar dos esquemas e tabelas que calculam com precisão a data do fim do mundo com suas consequências e estragos.
Diante da pergunta pelo fim dos tempos, é bom sempre lembrar que não somos fugit@s e nem prisioneir@s deste mundo, não olhamos fixamente para o chão nem perdemos nosso olhar par o infinito vazio. É preciso ter fé e esperança em qualquer tempo. Agir como Lutero, quando lhe perguntaram a respeito do fim do mundo, e como resposta ele disse: "Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, então ainda hoje plantaria uma macieira".
Que tenhamos fé, esperança e amor, para que, como Igreja, e como cristãos/ãs sejamos portadores/as dos sinais do reinado de Deus e que possamos ver  no mundo a esperança que o Dia do Senhor proclama. Deus nos abençoe.

Pa. MS. Odete Liber de A. Adriano

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