terça-feira, 9 de junho de 2015

hoje

Hoje, conversando com pessoas queridas, mais uma vez, me dei conta de que todas as vezes em que pensei ter chegado ao limite, Deus me deu a chance de dar um passo a mais. Nunca precisei desistir por completo, sempre acabou acontecendo uma mudança no curso das coisas, uma nova direção. Às vezes doído demais, sofrido demais, mas um processo que, acredito eu, tenha ao menos me feito ser menos egoísta, mais compreensiva e menos exigente.
De vez em quando, acho que entendo quando o povo hebreu, depois de quarenta anos no deserto, não tinha pés inchados, nem sandálias gastas, nem roupas puídas. É que eles não poderiam se sentir despidos dos recursos mais vitais até que pudessem trocar o que tinham por algo novo. Eu também não poderia jamais ter trocado minhas vestes de luto pelas de louvor enquanto não tivesse chorado as últimas lágrimas da minha perda. Porque nas vestes de louvor não deveriam mais respingar as dores passadas... Os tempos de riso às vezes parecem poucos na longa extensão da existência. Não sei se são, de fato, mas, se forem é mais uma razão para fazê-los valer a pena. Não basta sorrir pelos cantos, é preciso encher a boca de riso, sujar o rosto de alegria, como quem come caqui no pé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário