Quando olho para o passado vejo que a vida por muitas vezes me bateu
forte. Lógico que em alguns momentos quis fugir (geralmente fico
escondida em casa por uns três dias), gritar, chorar (e o fiz) mas logo
percebia que isso não iria me ajudar. Então, só me restava uma
alternativa: enfrentar e seguir adiante. Pois o que importa é: “Frente a
uma situação difícil, complicada, dolorosa, o que se faz: chora, se
joga no chão, se fecha em casa no quarto escuro, fica relembrando como se é fraco, foge ou enfrenta? O que fará a diferença na vida é qual das opções se escolhe.
E na caminhada da existência muitas escolhas eu tive que fazer e
continuo a faze-las. Umas boas, outras nem tanto. Certas, erradas. Quis
da vida mais do que ela poderia me oferecer. As vezes me achei (e ainda
acho) incapaz sem ser. Também quis mais de mim, mais do que poderia ser.
E pior, ainda quero mais de mim.
Em certos momentos houve dias de
desespero, medo, ansiedade, luto, dor, saudade. Mas também existiram
noites de sol com brilho, luz intensa, assim como teve dias de vazio na
alma. Com isso, compreendi certas coisas, outras ainda não. Respondi
certas indagações, questionei e muitas vezes não tive resposta alguma.
Fugaz, têm sido os meus dias. Nos desenganos da vida encontrei a
“dureza” do dia a dia. Na descoberta, na luta, a resiliência da minha
alma.
Consegui sempre enfrentar as lutas e adversidades, mesmo que
procrastinando. Me levantei, me recuperei. Cai novamente, levante outra
vez! E como diz a canção: Sigo “caminhando e cantando, e seguindo a
canção, somos todos iguais, braços dados ou não”.
Com isso,
tornei-me descobridora de mim mesma. Descobridora dos meus caminhos e de
minha lucidez ou “inlucidez”. Descobridora das minhas fraquezas e de
minha força. Descobri meus limites e minha ponderação, bom senso. Também
descobri que não poderia ser além do que eu era, pois encontrei os meus
limites. E me adaptei ao meu tamanho “sem abandonar o sonho” mesmo que a
vida por vezes tenha me abandonado ou me dado uns “solavancos, tapas
fortes”. Mas isso foi e é bom, pois me faz o que sou. Sempre aberta ao
novo, as novas possibilidades, me adaptando, me fortalecendo, crescendo,
aprendendo, caindo e levantando. Se a vida me bate, é preciso levantar
mais forte. Como disse Sêneca, aquele/a que ‘se cai, luta de joelhos’. E
segue, sabendo que vencerá!! Lá vou, a vida segue, a luta também!! ODete Liber
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