"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo..." (Clarice Lispector)
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
O SOFRIMENTO FAZ PARTE DAS CONQUISTAS
Era uma vez, um riacho de águas cristalinas, que serpenteava entre as montanhas. Em certo ponto de seu percurso, o riacho notou que à sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar. Olhou, então, para Deus e protestou:
- Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como esse! Como faço agora?
Deus respondeu:
- Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele.
Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano. Aí você se transformará em oceano.
É preciso entrar para valer nos projetos da vida. Se uma pessoa passar a vida toda evitando sofrimento, também acabara evitando o prazer que a vida oferece.
Não procure o sofrimento, mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.
Uma hora chegará o que é meu
Farto-me
da imaginação, visualizo, sonho e desejo muito que aconteça.
Mas algumas coisas não são assim. Algumas
coisas demoram.
Têm seu tempo certo para acontecer. Outras nem acontecem e nem irão se
realizar. Mas é assim!
Por mais que me esforce, que corra atrás, lute,
esse tempo não vem. E passo dias repetidos com esse ‘vazio’, querendo tanto ver
existir, o que desejo.
Então, nesse intervalo de tempo, a gente
descobre que cresce por dentro. Aprende a aceitar, aprende a mudar.
E uma coisa é certa, a vida acontece nessa
demora, nesse tempo que por nós é medido, contado, esperado.
E, às vezes, já nem sou mais a mesma
pessoa, embora continue imaginando, e desejando.
Nesse tempo, vou seguindo, caminhando,
plantando, mudando, construindo e desconstruindo. A vida segue, anoitece e amanhece. É preciso viver com o que se tem, esperando, sonhando, desejando que no
amanhã algo se realize.
As coisas mudaram, e agora digo assim: - Tá
tudo bem 'coisa demorada', eu já aprendi a esperar você acontecer. Afinal, há
tempo para todas as coisas. Uma hora chegará o que é meu...
sexta-feira, 28 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
segunda-feira, 24 de março de 2014
Salmo 22
É o Senhor que me leva a descansar
Junto às fontes de águas puras repousantes eu vou
Minhas forças o Senhor vai animar
Tu és, Senhor, o meu pastor
Por isso nada em minha vida faltará
Tu és, Senhor, o meu pastor
Por isso nada em minha vida faltará (nada faltará)
Nos caminhos mais seguros junto d'Ele eu vou
E pra sempre o Seu nome eu honrarei
Se eu encontro mil abismos nos caminhos eu vou
Segurança sempre tenho em suas mãos
Ao banquete em sua casa muito alegre eu vou
Um lugar em Sua mesa me preparou
Ele unge minha fronte e me faz ser feliz
E transborda a minha taça em Seu amor
Com alegria e esperança caminhando eu vou
Minha vida está sempre em suas mãos
E na casa do Senhor eu irei habitar
E este canto para sempre irei cantar
domingo, 23 de março de 2014
teologia
Começaria por
informar meus leitores de que teologia é uma brincadeira, parecida com o jogo
encantado das contas de vidro que Hermann Hesse descreveu, algo que se faz por
puro prazer, sabendo que Deus está muito além de nossas tramas verbais.
Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar...
Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar o nosso corpo.
Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne.
Ah! Pensam que sou herege... Nada disto. Estou apenas repetindo coisa muito velha, esquecida, da tradição protestante, que diz que 'conhecer a Cristo é conhecer os seus benefícios': de Deus, o único que podemos saber é o bem que faz ao nosso corpo. Com o que concorda o sábio Riobaldo: 'Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. E o aberto perigo das grandes e pequenas horas... Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim, dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença para coisa nenhuma.'
Aqui se resume a teologia; o resto são floreios. (Rubem Alves)
Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar...
Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar o nosso corpo.
Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne.
Ah! Pensam que sou herege... Nada disto. Estou apenas repetindo coisa muito velha, esquecida, da tradição protestante, que diz que 'conhecer a Cristo é conhecer os seus benefícios': de Deus, o único que podemos saber é o bem que faz ao nosso corpo. Com o que concorda o sábio Riobaldo: 'Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. E o aberto perigo das grandes e pequenas horas... Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim, dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença para coisa nenhuma.'
Aqui se resume a teologia; o resto são floreios. (Rubem Alves)
quinta-feira, 20 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
terça-feira, 18 de março de 2014
Baraka
Baraka é um filme de 1992, não narrado, realizado por Ron Fricke Baraka
sobre a Terra e sobre a vida, uma colecção de fotogramas tirados aos
mais belos fenómenos da natureza, às mais memoráveis paisagens, às obras
arquitectónicas mais sonantes e aos rituais mais inesquecíveis do
Mundo. Sim, Baraka tem muitas das coisas que todos devíamos ver antes de
morrer: a aurora boreal, as Cataratas Vitória, ou o Mausoléu de
Shah-e-Cheragh.
O filme/documentário foi filmado 23 países
diferentes: Argentina, Brasil, Camboja, China, Equador, Egipto, França,
Hong Kong, Índia, Indonésia, Irão, Israel, Itália, Japão, Quénia,
Kuweit, Nepal, Polónia, Arábia Saudita, Tanzânia, Tailândia, Turquia e
EUA.
O filme é simplesmente belo. Uma escolha de imagens de
tirar o fôlego, bem encadeadas e pertinentemente acompanhadas pela
banda-sonora. É como se fossêmos os olhos de Deus ao debruçar-se do Céu e
ao observar durante hora e meia o que crio, suspirando por ter tido tão
belo momento de génio.
Mas não se pense que o filme se faz só
das coisas boas da vida. Existem também os guetos, as guerras, as
explosões dos poços de petróleo na primeira Guerra do Iraque, ou a
devastação da Amazónia. No entanto, até estes episódios são retratados
com uma poética graciosa, como se estes acontecimentos fossem também
simples factos da vida. E como a vida é bela, também estes
acontecimentos são belos.
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