terça-feira, 20 de novembro de 2012

tempo de advento


TEMPO DE ADVENTO: espera e esperança[1]

         Advento vem do latim "advir, adventus", significa vinda, chegada.  Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.
O advento cristão tem seu inicio com São Gregório Magno (590- 604), que foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
Depois, o advento cristão tem seus primeiros traços a partir do período de preparação para o Natal no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho. Já no século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros e com isso, no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Assim, apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos.
Hoje, sabemos que o advento é o período de quatro semanas no qual a Igreja se alegra com a primeira vinda de Cristo e antecipa com esperança a segunda vinda do Messias. Entrar no Advento é entrar no tempo da espera inflamada pelo desejo de ir ao encontro do Senhor. A espera é esse tempo que verifica a nossa fé nesta travessia do deserto até chegarmos à terra prometida. O Senhor vem. E durante o Advento, a Igreja, nós gritamos: "Vem, Senhor Jesus!" e instaura o seu Reino entre nós e manifesta a sua graça, seus sinais. 
E com isso vem à memória a música de Alceu Valença em que ele diz com sua voz inconfundível carregada com o belo sotaque pernambucano "Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais!"
O advento nos remete ao natal, e com isso, nos deparamos com o comércio. Nesse período o comércio já se enfeitou para o natal, ele não tem compromisso com o calendário sacro.  O mundo do mercado é veloz, ele anda com sua própria lógica e seus próprios calendários e símbolos, onde o lucro, o luxo e o consumismo andam de mãos dadas. Shoppings, lojas de rua e as cidades a esta altura do ano já estão enfeitadas, com muito brilho, muita luz e muito luxo lutando entre si para chamar atenção do consumidor. O corre-corre nas ruas deve estar a cada dia se intensificando mais até ficar quase impossível de caminhar ou encontrar um estacionamento na medida em que mais perto fica o natal.
Como nós cristãos vamos nos preparar para enfrentar esta onda de consumismo e luxo que toma conta de tudo? Como vamos nadar contra a correnteza que nos arrasta para um mundo de fantasia e às vezes nos faz esquecer o principal? Por isto a importância de se observar o calendário litúrgico cristão. Neste período ele nos alerta para não nos esquecermos da simplicidade que envolveu o nascimento e vida de Jesus e nos prepararmos para recebê-lo outra vez.
O poeta sacro escreveu a canção:

Advento é tempo de preparação

Abrir caminhos para o Deus criança

É estar disposto para ajudar o irmão

E uma irmã encher de esperança 

Advento é tempo de avaliação

De unir caminhos e acertar estradas

É tempo certo de pedir perdão

E perdoar seguindo de mãos dadas

 Advento é tempo de transformação

Sonhar caminhos para o mundo novo

E ver que a luz de Deus é doação

E a novidade é para todo o povo

 Advento é tempo de decoração

Florir caminhos e aplainar colinas

Encher de amor e paz o coração

Para espalhar nas noites natalinas

 
Na letra desta canção, existem várias dicas de como se preparar e viver o Advento.  Recuperar e vivenciar este período que antecede o natal significa uma oportunidade para renovar as esperanças. É tempo de esperança porque Cristo é nossa esperança (1º Tm 1-1). É tempo de celebração, onde o foco é a expectativa da vinda do Messias, o Cristo prometido. Celebra-se a espera do Messias, e nela nos deparamos com a dimensão da expectativa da segunda vinda de Cristo, bem como, a expectativa da chegada do Messias que concretiza o Reino, o “já” e o “ainda não” – que significava viver a espera do cumprimento das promessas e renovar a esperança no Reino que virá.
Respeitar e seguir o calendário litúrgico com seus símbolos, cores e textos bíblicos apropriados, não é engessar as nossas celebrações e nem matar a criatividade. Na verdade ele serve para que nossas comunidades de fé possam não só fazer memória, mas atualizar a ação do nosso Deus na história da nossa salvação. Arrumar e enfeitar as casas, enfeitar nossas igrejas não tem problema nenhum, mas não podemos esquecer-nos de colocar no centro disto tudo “Aquele que veio e que há de vir”.
 Então um abençoado período de Advento para você!

 BIBLIOGRAFIA
Manual do Culto da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
HPD- Hinos do Povo de Deus- Hinário da Igreja Luterana do Brasil. Advento é tempo de preparação: Edson Ponick.
Culto e Arte- Celebrando a Vida. Advento-Natal e Epifania. Rubem Alves. Org., RJ: Vozes,1999.
ILLARZE, Enrique. Pão da vida: comentário ao lecionário anglicano. Ano A, 2007, p. 373-374.
Site: http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/formacao-liturgica/3992-advento-significado-e-origem.html
ADRIANO. Odete Lieber de Almeida. Apostila de Liturgia. Londrina:2008.

 

 



[1] Autoras: Sônia Gomes Mota- Pastora da Igreja Presbiteriana Unida; Odete Lieber de Almeida Adriano- Teóloga e Pedagoga.

sábado, 3 de novembro de 2012

ESPIRITUALIDADE MINISTERIAL: CARISMA, CARÁTER E CARIDADE

Gosto de pensar na espiritualidade enquanto uma relação de experiências adquiridas, do conhecimento e do saber com a vida prática, com a vida no seu dia a dia. Ou seja, de pensar na conexão do interior com o exterior, o dentro e o fora. A espiritualidade nos desafia a sermos uma pessoa que evidencia esta conexão em todos os momentos da vida.
No que concerne aos ministérios desenvolvidos, à espiritualidade une o sentido de vocação com os atos ministeriais praticados. Ressalto, a tríade nesta espiritualidade ministerial, que são o carisma, caráter e caridade. Pois sem carisma não há qualidade e autoridade no ministério que se exerce, sem caráter não há autoridade nas ações pastorais e ministeriais e sem caridade não dá para chegar ao coração, ao amago das pessoas com as quais trabalhamos.
Assim, escrever ou falar sobre carisma é referir-se ao ato de ‘reconhecimento e de mandato’ dado pela Igreja. O carisma, seja do ministério pastoral ou dos ministérios laicos, é reconhecido pela comunidade cristã e desenvolvido em sintonia com a eclesiologia. Não compete, seja qual for a denominação, um ministério autônomo e sem qualquer relação com as doutrinas, em especial a que define o modo de ser igreja.  Carisma é o dom através do qual o Espírito Santo age na vida d@ cristão/ã  e da Igreja na medida em que @ cristão/ã  se entrega  a Deus em resposta ao Seu amor. O carisma se confirma de forma comunitária e não individualizada, pois ele se expressa por meio da dedicação da pessoa ao serviço de Deus e por meio da Sua Graça. Ou seja,  o carisma que confere  autoridade ao ministério, não é o pessoal, não são os dons pessoais ou os talentos da pessoa, e sim o mandato, a ordenação ou a consagração realizada pela comunidade de fé. E ouso dizer que isso é mais que  ser ordenad@ por uma instituição, requer reconhecimento da comunidade de fé.
Também, sabe-se que o  ministério “carismático” é  aquele que tem o carisma dado pela Igreja é seguido  por condutas e atitudes que comprovam um bom caráter, um conjunto de boas qualidades.
E nas cartas pastorais de I e II Timóteo e Tito, o autor apostólico realça muitas qualidades que se referem ao comportamento ético e relacional dos líderes da comunidade de fé. Refere-se, assim, de caráter e de integridade na vida pessoal, familiar e social.
Nesse sentido, falar  do carisma é o mesmo que falar da integridade da pessoa, já que o que dá valor e autoridade ao carisma recebido por ordenação e consagração é a integridade que a pessoa evidencia. E isso fica evidente na forma de  comportamento ético,  na responsabilidade, na transparência, honestidade, respeito e confiabilidade. Sem esta integridade a pessoa que desempenha um determinado ministério, mesmo que possua o carisma, não possuirá autoridade e muito menos legitimidade para suas ações ministeriais. Da mesma forma que na figura da espiritualidade há conexão do interior com o exterior, deve existir conexão entre o carisma dado pela Igreja e o caráter da pessoa que recebe o mandato (carisma). O carisma sem caráter não tem autoridade/substancia e qualidade.
Já em vez de falar de amor, é preferível falar de caridade. Porque nos últimos tempos, jornais, revistas, filmes, musicas, as pessoas tem falado tanto de amor, mas tudo tem ficado distante . O amor como descrito pelas sagradas escrituras e que se refere ao ato de entregarem-se pelos outros, perdoar, pedir perdão, restauração, andar junto, sofrer com e pelo outro, etc, parece ser algo que ficou no passado. O amor hoje se transformou  simplesmente numa virtude teologal quando deveria ser um fruto sempre presente na vida d@ cristão/ã.  Por isso, assim como a música que fala da volta ao primeiro amor, lembrando a carta dirigida à Igreja de Éfeso (Ap 2.4),digo que ela tem  razão: a Igreja precisa voltar ao primeiro amor e começar de novo suas boas obras na ótica do ágape.
Sabe-se que não é possível amar como Cristo amou, mas é possível que exista  pelo menos caridade para com os mais fracos, caridade para com os diferentes, caridade para com o que pensam de forma diferenciada e que ela seja para integrar e incluir os que ficam marginalizad@s. E isso me traz a memoria as  palavras do apóstolo Paulo dita aos tessalonicenses: “admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejas longânimos para com todos” (I Ts 5.14).  Estas palavras inspiram atitudes de caridade.
Vale citar que caridade pode ser complacência, benevolência ou compaixão e caridos@ seria aquela pessoa que procura identificar-se com o amor de Deus e se alcançarmos isto em nossas práticas diárias e ministeriais já estaremos  trilhando uma boa estrada. Afinal, não é possível concluir esta reflexão, pois ela nos apresenta inquietações, preocupações, desafios, provocações, questionamentos, medos, e acima de tudo um convite para o diálogo e para o aprofundamento do tema do carisma ao longo da nossa caminhada por este mundo...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

MAÇÃ: RECEITAS DELICIOSAS

Maçã é uma delícia e faz um bem que só. Ela faz bem para a digestão, para o hálito, é diurética, regula o intestino, ajuda a controlar o colesterol, ativa a memória, e é facilmente encontrada em qualquer mercado e quarquer pessoa tem em sua fruteira ou geladeira.
Vale lembrar que a sabedoria popular recomenda uma por dia para ter mais saúde! Então vamos aproveitar que é uma fruta saborosa e não tão cara e usá-la também em delícias culinárias, como essas a seguir.
Trouxe 3 tipos de torta de maçã, testadas e aprovadas, para você deliciar-se. Escolha aquela que mais combina com seu momento de vida agora e alegre sua família (e seu estômago!), desperte @ don@ de casa quituteir@ que existe em você!
 
1-Torta de maçã
 Ingredientes:
  • massa para pizza ou massa folhada
  • 1 maçã grande
  • 3 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • uva passa à gosto
Preparo:
Cortar a maçã em fatias e colocar sobre metade da massa, salpicar o açúcar mascavo por cima da maçã, jogar a uva passa por cima, fechar a massa como se fosse um grande pastel. Assar a 180° por 40 minutos.

2- Bolo de maçã com canela

Ingredientes:

  • 3 ovos
  • 1 xícara (chá) de leite desnatado
  • ½ xícara (chá) de óleo
  • 3 maçãs Fuji descascadas (reserve as cascas) (600 g)
  • 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo
  • ½ xícara (chá) de aveia em flocos finos
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó
  • ½ colher (sopa) de canela em pó
  • ½ xícara (chá) de amêndoas laminadas tostadas
  • ½ xícara (chá) de Tal e Qual (13 g)
Preparo
Bata no liquidificador os ovos, o leite, o óleo e as cascas das maçãs. Despeje essa mistura em uma tigela. Pique as maçãs em cubinhos e a adicione-as à tigela, junto com o restante dos ingredientes. Misture bem.

Despeje essa massa em uma assadeira retangular (30 x 20 cm), untada e enfarinhada, e leve ao forno médio (180°C), pré-aquecido, por cerca de 35 minutos, ou até que, ao espetar um palito no centro da massa, ele saia limpo. Espere esfriar, desenforme e sirva.
 
3- Bolo de maçã
Cobertura 2 maçãs fatiadas (sem as sementes)
½ xícara de açúcar para o caramelo.
Canela em pó a gosto
Forrar uma forma redonda com folha de papel alumínio, distribuir as fatias
de maçã, polvilhar com canela e despejar o caramelo (levar o açúcar ao fogo numa panela de fundo grosso até dourar, sem mexer.)
Reservar.
Massa:
2 ovos
1 xícara de leite
½ xícara de café de óleo de milho
½ xícara de açúcar (como já tem o caramelo reduzi o açúcar da massa)
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1 colher de sobremesa de fermento
Bater os líquidos e o açúcar no liquidificador, adicionando a farinha aos poucos. Juntar o fermento, misturar e a despejar a massa na forma sobre as maçãs. Levar ao forno pré-aquecido por 35/40 minutos ( 200°) . Para desenformar: Deixar amornar e virar sobre um prato, soltando o papel alumínio.