O profeta Jonas foi um homem bem interessante,
teimoso, azedo e chato. E seu livro repleto de surpresas. Mas falar o que sobre
ele... E dizer o que? Dizer que ele foi cabeça dura? Teimoso? Dizer que ele
estava deprimido, estressado e tinha vontade de largar a sua profissão? Vamos
dizer que ele foi um louco? Não, talvez...Falaremos muitas coisas... A começar
pela época em que ele vivia que eram tempos difíceis, talvez como hoje.
Digo que o livro de Jonas é como um mapa, uma
cartografia de acidentes geográficos e humanos, com abismos notáveis e
desnecessários, com vales e planaltos, com picos de ira e inimizades.
Despenhadeiros e relevos insignificantes. Planície de humanas guerras, areias
movediças e desertos de genocídios. A história de Jonas é como um canal feito
de águas e correntes, redemoinhos, com marés insuportáveis (intolerantes),
vulcões de ódio permanente, latitudes e
longitudes sem perdão. Vácuos de misericórdia –espaços vazios de misericórdia.
Jonas pretende conhecer o mapa e se recusa a descobrir
o mundo maior e mais variado e se recusa a conhecer um Deus mais livre e
misericordioso e também bem humorado!
Jonas está no porto. Ninive de um lado. Jonas indo
para outro lado. Jonas dentro do navio. Jonas embaixo. Os marinheiro em cima. Jonas não. O mar
antes e depois. Tempestade. Encontro e desencontro. Eu e os outros. Fora do
barco. Dentro domar. Seco e molhado. Jogado e tomado dentro do peixe. Fundo do
mar. Ventre do peixe. Alto mar. Outro altar. Engolido e vomitado. Perto de
Ninive. Dentro da cidade. Pressa e jejum. Fora da cidade. Baixo e alto. Ira e
calor. Esquerda e direita. Rancor e perdão. Misericórdia e paixão. Jonas não é apenas a história do homem
chamado Jonas e sim, principalmente sobre Deus. Deus! Isso tudo é o livro de
Jonas!!! Uma novela, um filme espetacular!!!
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