"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo..." (Clarice Lispector)
segunda-feira, 30 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Brincar não é perder tempo
"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver
meninos e meninas sem escola, mais triste ainda é vê-l@s sentad@s enfileirad@s em
salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do ser
humano."
Hoje quando olho pra muitas crianças fechadas em suas casas (apartamentos), passando horas em frente a tv, sem correr, brincar, aguçar seus sonhos, suas ideias, olho pra o passado e vejo como corri livre pelos campos, pastos. Parecia que nada tinha limite na imensidão do mundo. Amava correr de braços abertos, com o vento batendo no rosto. Amava simplesmente parar e apreciar o mundo que estava a minha volta: natureza.
A natureza com
suas árvores frutíferas ou não, flores, gramados, rios, fontes, cachoeiras.
Animais ariscos e mansos. Pássaros coloridos a voar pelo céu e eu a imaginar que um dia poderia voar (e eu estava certa, hoje voo de avião rsrsrs) .
Tudo era tão
grande diante da minha pequenez! Tudo era tão lindo diante dos meus olhos.
Como era
gostosos trepar (subir, não pense coisas feias, porque na minha região até hoje
trepar é igual a subir) na árvore e lá comer a fruta. Como era bom deitar numa
pedra em meio ao pasto e ficar olhando para a s nuvens e criando coisas,
imaginando histórias. Como era bom olhar o céu azul, ver o sol brilhando.
Como era lindo
ver a lua enorme e imaginar que lá
morava alguém, como por exemplo São Jorge. Como era bonito ver a noite toda estrela,
pipocada de estrelas brilhando e ficar a imaginar como seria se pudesse pegar
uma nas mãos.
Como era bom andar a cavalo mesmo sendo tão pequenina. Trago na
memória o meu Petiço (esse era o nome dele) encilhado, vindo para um barranco,
onde eu já estava a espera dele para montar, e lá saiamos nós, por horas. Tenho
uma foto nele (e até hoje meus olhos ficam mareados de lágrimas ao lembrar o
dia que tive que dele me separar). Meus pais não se preocupavam com os longos passeios
a cavalo, porque onde morávamos não havia trânsito, poucas pessoas senão raras
andavam por aquelas estradas e de um lado a outro da estrada estavam nossas plantações.
Fruto do trabalho de meus pais.
Também me
recordo que minha outra brincadeira preferida era imaginar novos caminhos,
estradas. Isso mesmo! Eu fazia no terreiro de casa (naquela época na fazenda
não se tinha calçada em volta da casa) com a enxada, estradas, criava
verdadeiros labirintos que só eu conseguia decifrar o inicio e o fim.
Eu era
solitária, tímida, magricela, feinha. Não tinha crianças para brincar comigo,
mas isso não me impedia de sonhar e brincar. Qualquer galho de árvore virava um brinquedo.
Até com os bichos eu brincava (vaca,
boi, carneiro, cabrito, porco, galinha, etc)
Amava ficar no
balanço. Minha mãe fez um dentro de casa, na sala, principalmente porque em
dias frios e chuvosos não dava para sair. O bom é que havia muito espaço em
casa. Nossa casa era enorme na época.
Bem, e a tv?
Isso não existia. O máximo era um rádio. Por isso a imaginação corria solta.
Mamãe também gostava
de contar histórias, e eu ficava ali, com os olhos arregalados para cada
palavra que ela ia dizendo. Era a história do Pedro Malazarte, mula sem cabeça, boitatá, lobisomem, mãe d’água,
saci Pererê, caipora, Iara, João e Maria, o lobo e os sete
cabritinhos, o gênio da garrafa, a amoreira, o flautista de
Hamelin e histórias de vida dela, dos meus avós (que conto outra hora).
Também não havia
os joguinhos (ludo, damas, xadrez, quebra cabeça) que há hoje, então minha mãe
inventava muitos. Um deles que gosto até
hoje é Buzio (feito com milho e nada haver com búzios - sorte) com ele já íamos
aprendendo a somar. Fazia e jogava peteca, criava brinquedos com caixas de
fósforo... Tanta coisa, com tão pouco!
Lembro-me que a
mãe não dizia que havia jogo, nem cor certa para menina e para menino. A mãe
sempre disse que as cores são para todo mundo, assim como as brincadeiras. O
que comprova que Simone de Beauvoir estava certa. Afinal, nós não nascemos
mulheres, nos tornamos mulheres. E olha
que minha mãe nem sabe quem é Simone de
Beauvoir.
Também me
recordo que quando viajávamos de carro eu amava ficar olhando tudo, cada pedaço
da estrada, cada arvore cada pássaro, cada casa, cada animal, cada flor. Encantava-me
quando via as torres elétricas da Copel (quem diria que uma criança iria achar
isso lindo).
É, são memórias
que o tempo não leva e não apaga, pois estão gravadas na memória e no coração.
Odete Liber de AAdriano (O.L.A.A)
Acima é minha foto.. EU!!!
quarta-feira, 25 de junho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
Nando.Reis- As Coisas Tão Mais Lindas- Luau.MTV
E as coisas lindas são mais linda onde você está, as coisas são mais lindas!
O EXEMPLO É MAIS FORTE DO QUE MUITAS PALAVRAS
Esses dias eu estava relembrando e confirmando que o exemplo, o que é feito no dia a dia é mais forte que meras palavras bonitas. E lembrei-me desse 'conto':
"A mãe levou seu filho até um sábio e implorou-lhe:
- Mestre, por favor, diga a meu filho para não comer mais açúcar...
Fitando os olhos do menino, o mestre fez uma pausa e nada lhe disse. E, dirigindo-se a senhora, pediu-lhe que retornassem após duas semanas. No final do prazo dado pelo mestre, a mulher retornou com o menino. Então o sábio, olhando novamente nos olhos do garoto, disse-lhe:
- Não coma mais açúcar...
Agradecida, porém perplexa, a mulher perguntou:
- Mestre, por que o senhor me pediu duas semanas se poderia ter dito a mesma coisa quando eu vim aqui pela primeira vez?
E o sábio respondeu-lhe:
- Duas semanas atrás, eu ainda comia açúcar.
Nesse momento a mãe compreendeu a importância de viver aquilo que se aconselha. Para educar bem seu filho, precisa muito mais do que palavras: era necessário dar o exemplo."
Lembre-se: sua palavra só terá poder de transformação quando for vivida, praticada
."A mãe levou seu filho até um sábio e implorou-lhe:
- Mestre, por favor, diga a meu filho para não comer mais açúcar...
Fitando os olhos do menino, o mestre fez uma pausa e nada lhe disse. E, dirigindo-se a senhora, pediu-lhe que retornassem após duas semanas. No final do prazo dado pelo mestre, a mulher retornou com o menino. Então o sábio, olhando novamente nos olhos do garoto, disse-lhe:
- Não coma mais açúcar...
Agradecida, porém perplexa, a mulher perguntou:
- Mestre, por que o senhor me pediu duas semanas se poderia ter dito a mesma coisa quando eu vim aqui pela primeira vez?
E o sábio respondeu-lhe:
- Duas semanas atrás, eu ainda comia açúcar.
Nesse momento a mãe compreendeu a importância de viver aquilo que se aconselha. Para educar bem seu filho, precisa muito mais do que palavras: era necessário dar o exemplo."
Lembre-se: sua palavra só terá poder de transformação quando for vivida, praticada
Não
"Eu sei que o meu Deus vive e ouve as minhas orações. Que eu
aprenda a aceitar as Suas respostas mesmo quando elas forem um suave e enorme não. ''
domingo, 22 de junho de 2014
amiga como na infância
"Sempre tive o sonho de ter na vida adulta, outra vez um amig@ como aqueles/as que a gente tinha na infância, adolescência. Aqueles/as pra quem você contava tudo, absolutamente tudo, brigava, resmungava, mas tava junto. Aquele/as amig@ que no fim você nem sabe mais se é amig@u irmã ou irmão. Mas como a vida é um “cilculo”, cheia de belas e boas surpresas, isso aconteceu! " (O.L.A.A)
Eu tenho tudo
''Hoje pela manhã, após meu momento de devocional, fiquei algum tempo pensando na vida, em tudo que já fiz e em tudo que deixei de fazer por “enes” motivos. Mas o principal foi que percebi que já fiz e tive tanta coisa, já perdi quase tudo, mas o principal eu continuo tendo: amor, família e amig@s. Com isso, sem querer, eu tenho
tudo. '' (O. L.A.A)
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Bolo maçã receitinha
Esse bolo aprendi com minha cunhada Célia. Depois
fui acrescentando outros ingredientes, trocando alguns... mas sempre
ficando uma delicia!
BOLO DE MAÇÃ
INGREDIENTES
1 xícara (café) de açúcar mascavo (pode ser o cristal/refinado)
1 xícara e meia de trigo integral, (se ficar muito mole a massa pode colocar um pouco mais)
Meia xícara e meia de uva passa sem semente (branca ou preta)
Meia xícara e meia de frutas cristalizadas
4 maçãs
1 colher de bicarbonato,
1 colher de sopa de canela em pó,
1 colher de chá de cravo em pó
1 colher de chá de noz moscada em pó
1 colher de chá de cardamomo em pó
1 colher de fermento
2 ovos inteiros grandes (sem casca, se forem pequenos coloque 3)
Meia xícara de óleo (coco ou girassol, canola...)
1 colher se sopa de cacau (pode ser chocolate comum – Nescau)
Pitada de sal.
Divida os ingredientes assim: tigela e os do liquidificador.
TIGELA: o trigo, açúcar, uva passa, fruta cristalizada, duas maçãs descascadas cortadinhas em cubinhos, o bicarbonato de sódio, a canela em pó, noz moscada, cardamomo, cravo, fermento, pitada de sal.
LIQUIDIFICADOR: coloque o óleo (o da sua preferencia), as outras duas maçãs descascadas, o chocolate ou cacau, os ovos. Bata bem e coloque em seguida o creme que formou na tigela, juntamente com os demais ingredientes. Misture bem. Coloque em forma untada e enfarinhada (eu coloco fubá para não ficar branco o fundo do bolo) para assar por mais ou menos 45 minutos, na temperatura média (isso varia de forno pra forno e se for elétrico muda tudo). O segredo é depois que passar os 30 minutos, ficar observando, colocando o bom e velho palito de madeira para ver se a massa está assada no centro do bolo.
BOM APETITE.
BOLO DE MAÇÃ
INGREDIENTES
1 xícara (café) de açúcar mascavo (pode ser o cristal/refinado)
1 xícara e meia de trigo integral, (se ficar muito mole a massa pode colocar um pouco mais)
Meia xícara e meia de uva passa sem semente (branca ou preta)
Meia xícara e meia de frutas cristalizadas
4 maçãs
1 colher de bicarbonato,
1 colher de sopa de canela em pó,
1 colher de chá de cravo em pó
1 colher de chá de noz moscada em pó
1 colher de chá de cardamomo em pó
1 colher de fermento
2 ovos inteiros grandes (sem casca, se forem pequenos coloque 3)
Meia xícara de óleo (coco ou girassol, canola...)
1 colher se sopa de cacau (pode ser chocolate comum – Nescau)
Pitada de sal.
Divida os ingredientes assim: tigela e os do liquidificador.
TIGELA: o trigo, açúcar, uva passa, fruta cristalizada, duas maçãs descascadas cortadinhas em cubinhos, o bicarbonato de sódio, a canela em pó, noz moscada, cardamomo, cravo, fermento, pitada de sal.
LIQUIDIFICADOR: coloque o óleo (o da sua preferencia), as outras duas maçãs descascadas, o chocolate ou cacau, os ovos. Bata bem e coloque em seguida o creme que formou na tigela, juntamente com os demais ingredientes. Misture bem. Coloque em forma untada e enfarinhada (eu coloco fubá para não ficar branco o fundo do bolo) para assar por mais ou menos 45 minutos, na temperatura média (isso varia de forno pra forno e se for elétrico muda tudo). O segredo é depois que passar os 30 minutos, ficar observando, colocando o bom e velho palito de madeira para ver se a massa está assada no centro do bolo.
BOM APETITE.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
e como A Copa VIP dos "yellow blocs"
E como já dizia Cazuza, a burguesia fede... Ele já sabia disso, agora só se comprova dia a após dia...
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos
Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua
Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos
Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua
Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
segunda-feira, 16 de junho de 2014
A dúvida não invalida a preocupação do ser humano com o seu futuro
A dúvida não invalida a preocupação do ser humano com o seu futuro
Por: Odete Liber de AAdriano
A dúvida não invalida a preocupação do
ser humano com o seu futuro. A dúvida não invalida a esperança e a fé. O ser
humano observa diferentes etapas em sua vida, ele tem e faz planos, cria
antecedentes para seu futuro ao tomar decisões ou ao não tomá-las. A vida em meio
a dúvidas, preocupações, medos, anseios, dores, se faz por ciclos. Observe sua
vida, ela não é simplesmente uma eterna volta às mesmas coisas, apesar da
rotina que possa haver. E ciclos não são eternas voltas ao começo.
O tempo que passa, o
que passou e o que está por vir, aquele que não temos mais e o tempo que nos
resta, são os ciclos que fazem nossa história e que o completam. Tempo que prossegue,
que continua e que se transforma em algo maior. Tempo que é preenchido por esperança, crises, dores,
alegrias, fracassos, sucessos. Levanta-se, cai-se e a vida segue.
Todo ser humano
necessita de uma esperança para viver.
Então a questão
para o futuro é algo inato
nos seres humanos. O problema é como
o ser humano vive seu tempo.
O problema do tempo, sempre estará
presente na vida humana. Quando o amanhã chega, reclamamos que não fizemos o
que deveríamos ter feito ontem, planejamos e deixamos muita coisa por fazer. O importante é refletir sobre o que fazemos
entre o nascer e o morrer, entre o plantar e o colher, entre matar e curar,
entre guerra e paz. O que temos feito no decorrer desse ciclo? O
que temos feito com o nosso tempo? Temos o percebido? Ou o tempo apenas passa por nós? Temos sentido
o tempo em nossas mãos ou ele tem escorrido como água entre os dedos?
Nesse tempo, nesse ciclo da vida, é claro
que a vida precisa de uma dose de constância e perseverança. É preciso força e paciência
para lidar com as forças negativas que se opõem a nossa vida, ao nosso tempo, aos
nossos planos. Às vezes é preciso uma palavra
de encorajamento, para alentar os corações e as vidas que
estão cansad@s de esperar por algo
do futuro, para aqueles/as
para os quais a vida passou a ser mera rotina:
todos os dias a mesma miséria, a mesma dor, a mesma cor, todos os dias a falta
de um sentido para a vida, algo que faça valer a pena viver. E assim se
acostuma com isso. E os ciclos da vida começam e terminam sem se perceber.
Os nossos ciclos são como as estações
do ano e ás vezes nem os percebemos. Ou o percebemos quando ele bate forte em
nossa vida. A primavera com suas flores
e com ela os frutos, os momento bonitos de nossa vida, onde florescemos, quando
nascem os sorrisos, exalamos perfume, os verões, tempo de festa, alegria,
calor, felicidade. Às vezes ficamos como o outono, onde as folhas caem, ficam
sem frutos, galhos secos, ou então os invernos, escuros, frios, gelados, quando
precisamos de algo que aqueça nosso coração, nossa alma, que está fria, que parece
sem vida, mas que na verdade é um momento de introspecção, de conhecimento de
si mesmo, ou então de dor que precisa ser acalentada, curada. Em nossa vida, às
vezes vivemos todas as estações num só dia.
Acordamos pensando na hora de
deitarmos. Horários lotados, tomados por compromissos. Queremos ter um tempo
maior do que o que Deus nos Deus. Ou então, deixamos simplesmente o tempo
passar, quiet@s, inertes, amendrontad@s.
Há pessoas que esperam
que todas as mudanças possíveis aconteçam rapidamente; e o perigo é decepção, pois não se considera que, como
no mundo físico, na vida também há uma
forte inércia.
Jesus ensina: não se preocupe
com o amanhã. W. Kammermeier diz: “Hoy se entiende por futuro aquello que ha de
ser forjado por la mano del hombre. El porvenir no es aquél que nos sobreviene.
Así el futuro tiene su propia efervescência”.
Para algumas pessoas a esperança não
existe. Elas a perderam em um dado percurso da vida. A vida
então não tem sentido. O ritmo da vida
é igual todos os dias, seja pela pobreza, pela doença, pelos relacionamentos rompidos, por perda
de pessoas queridas, por dificuldade que surgem no dia a dia, pela falta de trabalho/emprego,
ou até pela rotina do trabalho ou pelo acostumar-se da vida ser assim. Não
falta a experiência da esperança de
Deus no futuro, mas sim, Deus no presente. Porém lembremo-nos de que Deus
cuida de tod@s no aqui e agora, e também no amanhã. É
preciso viver o dia por inteiro. E não apenas o começo e o fim. A vida está nos
detalhes, na simplicidade, nas pequenas coisas, na tentativa, no acerto e no erro.
Na insistência, na esperança, na luta, na resiliência.
Lindolfo Weingärtner fala da prática da esperança:
Uma canoa à beira da lagoa
Um velho pescador, os pés firmados na popa,
lançando a tarrafa.
Há meia hora que o estou observando.
É um senhor tarrafeador:
Em círculo perfeito rede cai sobre a água.
Ele espera, enquanto a tarrafa afunda,
até que suas bordas, pesadas de chumbo,
tocam o fundo lamacento.
Um velho pescador, os pés firmados na popa,
lançando a tarrafa.
Há meia hora que o estou observando.
É um senhor tarrafeador:
Em círculo perfeito rede cai sobre a água.
Ele espera, enquanto a tarrafa afunda,
até que suas bordas, pesadas de chumbo,
tocam o fundo lamacento.
Depois começa a puxar a corda,
cauteloso, com mãos esperançosas,
ansiosas, sentindo se há vida na rede,
ou se vai ser outra esperança desfeita.
cauteloso, com mãos esperançosas,
ansiosas, sentindo se há vida na rede,
ou se vai ser outra esperança desfeita.
A rede está vazia.
Ele a sacode, prepara o próximo lance.
Contei os arremessos:
Vinte e três vezes seguidas ele lançou a tarrafa.
Vinte e três vezes a tirou da água, vazia.
Ele a sacode, prepara o próximo lance.
Contei os arremessos:
Vinte e três vezes seguidas ele lançou a tarrafa.
Vinte e três vezes a tirou da água, vazia.
Porque é preciso lançar a rede, ensaiando esperança —
praticando esperança porque deixar de lançá-la
seria o mesmo que desistir, e desistir seria igual a morrer.
Ele sabe: Há dias em que é preciso lançar a rede,
contrariando as expectativas, contrariando o bom senso —
vinte vezes, cinquenta vezes, cem vezes —
praticando esperança porque deixar de lançá-la
seria o mesmo que desistir, e desistir seria igual a morrer.
Ele sabe: Há dias em que é preciso lançar a rede,
contrariando as expectativas, contrariando o bom senso —
vinte vezes, cinquenta vezes, cem vezes —
Prática da esperança:
Agradeço-te, velho pescador. Teu trabalho não foi em vão.
Hoje eu necessitava desesperadamente
que alguém me desse o recado que me acabas de dar.
Eu o entendi.
Agradeço-te, velho pescador. Teu trabalho não foi em vão.
Hoje eu necessitava desesperadamente
que alguém me desse o recado que me acabas de dar.
Eu o entendi.
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