Hoje vi uma foto minha de quando era
uma menina adolescente. Comecei a olhar para trás... Lembrei-me que eu nunca
fui à menina mais bonita da sala. Nunca fui a mais popular. Nunca fui uma
adolescente descolada. Era na verdade, a pobrinha que mais lia livros na escola. Nunca fui
disputada pra dançar nas festinhas que fazíamos no final do semestre na escola.
Não tinha o menor traquejo com os meninos. Sempre que conversava com um, ficava
nervosa, vermelha como um pimentão e nem sabia o que dizer. Era tímida demais e
ainda sou. Na verdade namorei muito, sem ele saber, via paixão platônica.
Paixões guardadas a sete chaves. Namorei sem ele nunca saber. Ah! Odiava quando
alguém falava “Ficou vermelha!” – aí sim minhas bochechas ferviam de vergonha.
Meu cabelo era uma coisa lisa (hoje
faço loucuras pra ele ficar cheio). Por um tempo precisei usar óculos e odiava.
Feia, desengonçada e de óculos. Automaticamente só me restava ler, jogar futebol
com os vizinhos meninos (ironia da vida).
O tempo passou, fui lutando contra a
timidez, melhorando a aparência. Patinho feio vira cisne. Lagarta vira
borboleta. Simples assim. E a vida foi mudando de rumo e prumo. Aprendi que
tinha que lutar sozinha. Ser independente.
Cair na estrada da vida e lutar. Que é preciso fazer muito mais do que planejar.
Que é bom conversa com todo mundo. Que dormir ao relento faz parte. Que dar risada
é ótimo. Que dançar faz bem. Que ter amigos homens não é errado. Que falar besteira
é ótimo. Que se divertir é terapêutico.
Que não ter frescura faz bem e torna a vida leve. E que viver como se não
houvesse amanhã é preciso, é bom! E que beleza é relativo! Toda pessoa é bela
pra alguém e feia pra outra. E com isso,
a vida segue, com suas surpresas, alegrias, lutas, vitórias e sonhos. Vivamos a
vida! Carpe diem!!