quarta-feira, 27 de abril de 2016

Filme Hair



Hair é um filme de 1979,  a versão cinematográfica dirigida por Milos Forman,  da peça teatral homônima escrita por James Rado e Gerome Ragni, que estreou off-Brodway. O filme é do gênero musical e o cenário reproduz de modo emblemático o espírito da revolta juvenil que eclodiu no segundo pós-guerra chamado de contracultura. Todo o enredo gira em torno de um grupo de jovens de comportamento libertário e lúdico que podemos identificar como hippies. Eles criticam e desafiam o modelo de sociedade capitalista, tecnocrata e individualista norte- americana através de uma vida comunitária, propostas pacifistas, amor livre de compromissos, uso de alucinógenos, hindumentária enfeitada, cabelos longos e desarrumados. As músicas, com suas letras, também fazem uma crítica direta aos valores da sociedade atacada pelos hippies e nos mostram muito de seus ideais. Vale citar que em nossos dias o bordão “Paz e Amor” já não condiz com os espaços públicos, cercados e vazios, e substituído por Campanhas e Passeatas pela Paz que idealizam uma sociabilidade entre iguais no interior de lugares defensivamente fechados. Já a rebeldia se mostra atualmente, em ações pontuais, como greves, abaixo-assinados, eleição de um político de perfil não convencional que atendem a questões igualmente pontuais, independentes entre si, sem um projeto coletivo agregador. Já no lugar das experiências radicais com a maconha, o peyote e o LSD, há toda uma farmacologia administrada com competência pelos jovens para “ficar bem e estar feliz”. A viagem ao interior de si é trocada pelo “turbinamento para a ação”.  Nesta nova conjuntura, a associação das drogas com os riscos à saúde e à criminalidade é reforçada. A naturalização das drogas como “problema” desconsidera os múltiplos significados adjudicados a elas pelas diferentes sociedades ou segmentos sociais como fato da cultura e da história e ignora as contribuições das Ciências Humanas distantes das suas representações proibitivas. Assim, o filme vale pelo que testemunha e Hair nos apresenta um movimento social que, como tal, aconteceu independentemente das principais organizações como Estado, Igreja, partidos políticos, já que foi uma repulsa ao controle institucional da sociedade. Nesse sentido, o filme Hair, nos incita a discutir os  principais temas que deram origem a uma cultura hippie como o pacifismo, o relacionamento desinteressado, o amor livre, as experiências religiosas e o uso de alucinógenos. O ideário da contracultura é apresentado, sobretudo nas letras das músicas que retratam o enfrentamento das principais instituições do ocidente moderno: a segregação racial, a polícia, os militares, a propriedade privada e a família tradicional burguesa. Vale assistir!!!


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