sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eu acredito em anjos



Eu acredito em anjos
Tem gente que acredita em anjos, tem gente que não acredita. Eu acredito.
Encontrei um ontem.  Anjos não têm asas, não são louros, altos, como está no ideário de muit@s. São gente, humanos!
São gentis, tem um sorriso encantador, são simples, calad@s, calm@s, brincam e sempre dispostos a ajudar a tod@s.
O engraçado é que, quando menos se espera a gente se depara com um/a. E quando isso acontece a gente também fica sem reação, estarrecid@s, quase que indagando: “É verdade?”, pois não estamos acostumad@s a encontra-los nesses tempos difíceis.
Nesses tempos difíceis em que as pessoas já não mais sorriem (só riem de você), não dizem mais com licença, por favor. Nesses tempos em que tod@s só pensam em si mesmos e só fazem algo para tirar proveito, para ganhar algo em troca. Vivemos a lógica do comércio, das trocas e não da simplicidade, gratuidade, gentileza, amor.
Mas vamos aos fatos. Fui buscar um documento numa repartição publica. O chefe daquela repartição disse que o mesmo só ficaria pronto em 15 dias úteis e que esse prazo seria só para o final da próxima semana.
Gelei! Pela conta que fiz, dancei, pois precisava do documento para o trabalho!
Porém, outro funcionário, um estagiário, ao qual chamo de anjo, veio discretamente e me disse: “Essa semana ninguém buscou nada lá na DPC”. “Eu saio daqui às 12:30 h e posso ir lá com você e pegar pessoalmente pra você”.
Pensei: “hummm, sei não”. Agradeci, sai e já na rua resolvi dar marcha ré, voltei, subi as escadarias e perguntei pro C (irei chamar meu anjo de C) se poderia então esperá-lo, ali, sentadinha e, claro, ele disse que sim.
Esperei mais de 50 minutos, tranquilamente, barriga roncando, mas tudo bem, pois a dele também deveria estar roncando. Saímos praticamente as 13 horas, rumo ao DPC. Descendo as escadas, ele me perguntou se eu não ligaria de andar umas 4 quadras sob o sol. Respondi que iríamos de carro e ele sorriu. Disse-me que o seu ônibus passa ali pertinho e só.  Pensei que ele iria ao DPC para trabalhar, mas não, era só para pegar minha “certidão”, “meu documento”. Novamente fiquei pasma, pois como que alguém que trabalhou a manhã toda, já eram 13 horas, com certeza sem almoço, diz que iria lá só para me ajudar. Senti-me a top, famosa e maravilhosa, mas com o coração na mão de tanta gratidão por esse gesto.
Lá fomos nós. Chegando ao DPC logo ele foi cumprimentando tod@s com um lindo sorriso (o sorriso faz muita diferença, assim como um bom dia, boa tarde, boa noite. Como amo essas sutilezas simples da vida que a cada dia vão ficando raras!) Lá C foi para uma sala, para outra, pergunta daqui, é inquerido dali e sumiu... Fiquei aguardando uns dez minutos e, de repente, lá vem meu anjo sorrindo, com o documento na mão. Ele diz: “Pronto, peguei, tchau”. Agradeci. E ele saiu rapidinho e eu fiquei “tontinha”, porque às vezes já sou por natureza. Ele sumiu, não pude nem perguntar onde ele morava para, quem sabe, levá-lo até à sua casa.
Em pensamento, agradeci a Deus por sua vida e pedi que outros anjos o abençoem.  Sempre acreditei em anjos, mas meu anjo hoje não caiu do céu, andou comigo, me ajudou e partiu sorrindo, com seu fone de ouvido branco, andando rapidinho.
Eu posso continuar seguindo, acreditando que no mundo ainda há pessoas boas, amáveis, gentis, humanas. Que Deus me ajude a ser uma pessoa melhor a cada dia, apesar de minhas fragilidades, demônios, erros. E que eu possa ajudar, sempre! 
Odete Liber Adriano

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