domingo, 26 de outubro de 2014

Esperando contra a esperança



“Abraão, esperando contra a esperança, creu...” (Rm 4:18)
É preciso crer contra realidade. A fé desafia a realidade. A fé não é fuga da realidade. É, antes, esperança contra a esperança! A partir da certeza de que Deus ressuscita os mortos e chama à existência, a fé é protesto contra tudo o que promove morte.  Nesse sentido, a fé liberta para viver. A mensagem evangélica da graça de Deus é inspiração poderosa para trabalharmos os desafios que surgem e se nos colocam em nossa caminhada de vida. Vale lembrar que a vivência na fé não nega o mundo! Estamos livres, também, para nos voltar aos excluídos e lutar com el@s por uma vida digna. Dietrich Bonhoeffer diz: “Só quem ama a terra e Deus ao mesmo tempo pode crer no reino de Deus”. Podemos amar a terra e ouvir o grito d@ oprimid@, d@s que estão à margem, exatamente porque Deus, em sua infinita misericórdia, amor e graça, nos libertou.
Como disse E. Käsemann sobre Abraão: “Não se refugia na ilusão, nem mesmo em nome de uma piedade edificante. Vê-se, ao contrário, aqui na terra, em confronto com a morte e o nada, em si mesmo e no mundo que o cerca, neste sentido, ele é caracterizado não pelo credo “quia absurdum”, mas pelo credo “absurdum”, isto é, no que assim é considerado pela razão humana. Contra toda realidade terrena, Abraão ousou confiar na promessa divina e abandonar-se àquele que ressuscita os mortos. Não tem outra garantia, além da promessa.” Fé não é ruga, fé não é entorpecente! Ela faz enxergar a realidade tal qual ela é e a lutar para transformá-la. Precisamos crer, mesmo em tempos difíceis. Odete Liber AAdriano

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