“Abraão,
esperando contra a esperança, creu...” (Rm 4:18)
É preciso crer contra realidade. A fé desafia a realidade.
A fé não é fuga da realidade. É, antes, esperança contra a esperança! A partir
da certeza de que Deus ressuscita os mortos e chama à existência, a fé é
protesto contra tudo o que promove morte.
Nesse sentido, a fé liberta para viver. A mensagem evangélica da graça
de Deus é inspiração poderosa para trabalharmos os desafios que surgem e se nos
colocam em nossa caminhada de vida. Vale lembrar que a vivência na fé não nega
o mundo! Estamos livres, também, para nos voltar aos excluídos e lutar com el@s
por uma vida digna. Dietrich Bonhoeffer diz: “Só quem ama a terra e Deus ao
mesmo tempo pode crer no reino de Deus”. Podemos amar a terra e ouvir o grito d@
oprimid@, d@s que estão à margem, exatamente porque Deus, em sua infinita
misericórdia, amor e graça, nos libertou.
Como disse E. Käsemann sobre Abraão: “Não se
refugia na ilusão, nem mesmo em nome de uma piedade edificante. Vê-se, ao
contrário, aqui na terra, em confronto com a morte e o nada, em si mesmo e no
mundo que o cerca, neste sentido, ele é caracterizado não pelo credo “quia
absurdum”, mas pelo credo “absurdum”, isto é, no que assim é considerado pela
razão humana. Contra toda realidade terrena, Abraão ousou confiar na promessa
divina e abandonar-se àquele que ressuscita os mortos. Não tem outra garantia,
além da promessa.” Fé não é ruga, fé não é entorpecente! Ela faz enxergar a
realidade tal qual ela é e a lutar para transformá-la. Precisamos crer, mesmo
em tempos difíceis. Odete Liber AAdriano
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