segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma voz clama no deserto: Fé na ousadia de Deus! (Mc 1,1-8) - Odete Adriano

Uma voz clama no deserto: Fé na ousadia de Deus! (Mc 1,1-8) - Odete Adriano
O "evangelho" de Jesus não vem dos palácios
Os primeiros versos do Evangelho segundo Marcos retomam a profecia do Antigo Testamento e a conduzem ao Novo, ao evento do Espírito. O Espírito perfaz o novo! Marcos ressalta que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Boa Nova da salvação para a humanidade. Como o mensageiro antigo (Isaías 52,7), João Batista proclama o alegre anúncio, que culmina em Jesus (Marcos 1,14-15) e ressoa nas comunidades cristãs como apelo a anunciar a mensagem de libertação no mundo inteiro (Marcos 13,10; 14,9).
Sabe-se que, para o evangelista, as palavras e ações de Jesus são "evangelho". "Evangelho" é uma palavra que era utilizada pelas autoridades para anunciar as suas ações. Contudo, para o evangelista Marcos, o "evangelho" de Jesus não vem dos palácios, mas da periferia de Nazaré (W. Marxen). O evangelho é alegria, não é imposto, como o evangelho imperial. Aqui nos é apresentado Jesus Cristo como "Filho de Deus", uma expressão que é central para o Evangelho segundo Marcos (cf. Marcos 1,11; 15,39).
Em seguida, Marcos 1,2-8 apresenta o precursor, João Batista. Jesus está na linha da profecia! João Batista é o profeta anunciado em Isaías. Restaura Israel a partir do deserto, como Moisés o fez com o povo que saiu do Egito, como tinha sido a prática de Elias no Horebe. João Batista, o profeta, tem seu foco no deserto. Para a história de Israel, o deserto é símbolo de vida, de resistência, vida restaurada, nova.
A profecia de João Batista apela à conversão, ao arrependimento. Isso é antiga tradição profética. O arrependimento é o eixo da renovação.
 
Fé na renovada ousadia de Deus e olhos fixos no futuro
O povo de Deus sempre teve os olhos fixos no futuro, com esperança na vinda definitiva do Senhor (Isaías). Marcos nos chama a olhar à nossa volta e enxergar dentro de nossa história a vinda de Deus: João é o novo Elias (1 Reis 1,8), isto é, a profecia que volta a ser proclamada, o povo se reúne e se organiza para recomeçar como nos tempos do "deserto", enquanto os poderosos se abalam por se sentirem desmascarados (Mateus 3,7). Em Jesus de Nazaré, é Deus mesmo quem opera a restauração das pessoas.
Assim como se deu com Elias, João foi perseguido e morto covardemente, mas a palavra ressurge em Jesus (Marcos 1,14-15; 6,16). Também Jesus foi perseguido e assassinado, mas a caminhada da Palavra prossegue com seus discípulos e discípulas.
Ouvir de Elias, de João, de Jesus... é ouvir falar da renovada ousadia de Deus, a ousadia da liberdade, que não aceita calar-se nunca, nem teme os poderosos do mundo. Sempre de novo a Palavra ressurge para anunciar que são possíveis "novos céus e nova terra" (2 Pedro 3,13; Marcos 1,9-13; 9,2-13). A Palavra volta a levantar-se para denunciar os obstáculos que se antepõem ao propósito de Deus e proclamar que só há uma maneira de viver nessa nova realidade: "endireitar" os caminhos, reconhecer os erros pessoais e coletivos, refazer as relações pelo perdão, a igualdade e a partilha (Lucas 3,10-14). Aí, sim, o "deserto" se transforma em larga estrada, em jardim do Senhor.
O deserto era o lugar onde frequentemente se refugiava quem se sentia à margem do sistema e se punha na oposição. Lá estavam os essênios, pessoas que romperam com o templo e se consideravam vanguarda do novo povo. Para lá se dirigia quem se proclamava profeta ou messias e pretendia organizar a resistência popular. Por lá andavam guerrilheiros (sicários, zelotas) e bandidos. O movimento de João é de protesto e resistência, por isso foi preso e morto. Herodes o temia.
Batismos e rituais de purificações eram práticas comuns no ambiente dos fariseus e dos essênios. No movimento de João não são os sacrifícios que purificam do pecado, mas a confissão e o arrependimento, a mudança de vida. O povo não peregrina em direção ao templo, mas sai das cidades, como num êxodo, em direção ao deserto. É como se fosse preciso sair de novo do Egito, "a casa da servidão". E, pelo Jordão, entrar na Terra Prometida. Sob a expressão "remissão dos pecados" está escondida a antiga esperança da "remissão das dívidas" prevista para o Ano do Jubileu (Levítico 25). O novo tempo anunciado por João é a possibilidade, com Jesus, de restauração radical da convivência do povo em sociedade, segundo os ideais da igualdade e da justiça. Para isso é que se prevê a "imersão" (batismo) no Espírito Santo. Será como passar pelo fogo (Mateus 3,11; Malaquias 3,2) que purifica e destrói, para que algo novo possa surgir. Essa novidade era esperada desde o final do exílio na Babilônia e é dela que falavam profetas e profetisas no grupo de discípulos de Isaías (Is 40-66).
 
Deus sabe o caminho que devemos andar
João Batista, o precursor, propõe a conversão como meio para preparar o caminho do Senhor e acelerar a chegada de um mundo novo de justiça. Deus caminha pelo deserto da história, ensinando-nos a endireitar as veredas através de gestos solidários de amor e paz.
Dietrich Bonhoeffer dizia: "Eu não entendo os Teus caminhos, Senhor. Mas Tu sabes os caminhos que devo andar!" E é verdade! Deus sabe o caminho que devemos andar. Sabe, quanto mais procuro vivenciar e entender as coisas que Deus quer de mim, mais me surpreende o quanto Deus vem ao meu, ao nosso encontro nas áreas mais essenciais e carentes da vida: "significado, pertencimento, saúde, liberdade e comunidade". É que Deus - que é um Deus de amor e, consequentemente, de salvação - vem ao nosso encontro nas áreas mais necessitadas da existência humana e comunitária.
Por isso, "Ficai atentos, preparem-se". Ficai Atentos! A Esperança não pode esmorecer, mas resistir. Esperança Teimosa! Nascida do discernimento. Construída mesmo no tempo de sofrimento e esmorecimento! O tempo que vivemos é tempo de resistir pela solidariedade ao egoísmo e ao individualismo que nos consomem. Ser sensível é ser humano! Olhar o mundo sem indiferença. Com compaixão e afeto que movam à transformação! Vivamos intensamente este tempo! Pois este período nos  ensina: Não canse de esperar, o que esperamos vai chegar!

domingo, 23 de junho de 2013

Cancion Para Mi America

Canción para mi América (Daniel Viglietti)
Dale tu mano al indio Dale que te hará bien
Y encontrarás el camino Como ayer yo lo encontré
Dale tu mano al indio Dale que te hará bien
Te mojara el sudor santo De la lucha y el deber
La piel del indio te enseñará Toda las sendas que habrás de andar
Manos de cobre te mostrarán Toda la sangre que has de dejar
Dale tu mano al indio Dale que te hará bien
Y encontrarás el camino Como ayer yo lo encontré
Es el tiempo del cobre Mestizo, grito y fusil
Si no se abren las puertas El pueblo las ha de abrir
América esta esperando Y el siglo se vuelve azul
Pampas, ríos y montañas Liberan su propia luz
La copla no tiene dueño Patrones no más mandar
La guitarra americana Peleando aprendió a cantar
Dale tu mano al indio Dale que te hará bien

" Todas las voces " Mercedes Sosa


sexta-feira, 21 de junho de 2013

“Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos”! Salmos 90:17

Seja você mesm@


 Se você está procurando crescer, observe os outros, mas jamais procure agir exatamente como eles. Cada pessoa tem um caminho diferente nesta vida. Não nos transformamos em mestres porque sabemos repetir o que os mestres fazem, mas porque aprendemos a pensar por nós mesmos. Descubra sua própria luz ou passará o resto da vida sendo um pálido reflexo da luz alheia.
Esse princípio de vida é fundamental para o seu crescimento profissional dentro de uma empresa. Até que ponto você deve pedir ajuda ao seu gerente ou diretor? Até que ponto o seu comportamento não está fazendo com que você seja apenas uma sombra no seu ambiente de trabalho e, quem sabe, também na vida familiar?
 
Assumir a responsabilidade pelo que faz e sentir-se seguro para tomar as próprias decisões é um processo de aprendizado, que deve ser praticado. É importante que você siga o exemplo das pessoas a quem respeita, confia e admira, mas vai chegar o momento em que você terá de ser você mesmo e tomar suas próprias decisões. Só assim poderá crescer e descobrir a sua capacidade! Você não vai se transformar em gerente porque copia o que o seu gerente faz. É preciso que você aprenda a pensar e a agir por você mesmo.
 
 

domingo, 16 de junho de 2013

O ser humano como nó de relações totais

 

 
    Em 1845 Karl Marx escreveu suas famosas 11 teses sobre Feurbach, publicadas somente em 1888 por Engels. Na sexta tese Marx afirma algo verdadeiro mas reducionista:”A essência humana é o conjunto das relações sociais”. Efetivamente não se pode pensar a essência  humana fora das relações sociais. Mas ela é muito mais que isso pois resulta do conjunto de suas relações totais.
Descritivamente, sem querer definer a essência humana, ela emerge como um nó de relações voltadas para todas as direções: para baixo, para cima, para dentro e para fora. É como um rizoma, aquele bulbo com raízes em todas as direções. O ser humano se constrói na medida em que ativa este complexo de relações, não somente as sociais.
Em outros termos, o ser humano se caracteriza por surgir como  uma abertura ilimitada: para si mesmo, para o mundo, para o outro e para a totalidade. Sente em si uma pulsão infinita, embora encontre somente objetos finitos. Daí a sua permanente implenitude e insatisfação. Não se trata de um problema psicológico que um psicanalista ou um psiquiatra possa curar. É sua marca distintiva, ontologógica, e não um defeito.
Mas aceitando a indicação de Marx, boa parte da construção  do humano se realiza, efetivamente, na sociedade. Daí a importância de considerarmos qual seja a formação social que melhor cria as condições para ele poder desabrochar mais plenamente nas mais variadas relações.
Sem oferecer as devidas mediações, diria que a melhor formação social é a democracia: comunitária, social, representativa, participativa, debaixo para cima e que inclua a todos sem exceção. Na formulação de Boaventura de Souza Santos, a democracia deve ser ser sem fim. Temos a ver com um projeto aberto, sempre em construção que começa nas relações dentro da família, da escola, da comunidade, das associações, dos movimentos, das igrejas e culmina na organização do estado.
Como numa mesa, vejo quatro pernas que sustentam uma democracia mínima e verdadeira, como tanto acentuava em sua vida Herbert de Souza (o Betinho) e que juntos em conferências e debates, procurávamos difundir entre prefeitos e lideranças populares.
A primeiro perna reside na participação: o ser humano, inteligente e livre, não quer ser apenas beneficiário  de um processo mas ator e participante. Só assim se faz sujeito e cidadão. Esta participação deve vir de baixo para não excluir ninguém.
A segunda perna consiste na igualdade. Vivemos num mundo de desigualdades de toda ordem. Cada um é singular e diferente. Mas a participação crescente em tudo impede que a diferença se transforme em desigualdade e permite a igualdade crescer. É a igualdade no reconhecimento da dignidade de cada pessoa e no respeito a seus direitos que sustenta a justiça social. Junto com a igualdade vem a equidade: a proporção adequada que cada um recebe por sua colaboração na construção do todo social.
A terceira perna é a diferença. Ela é dada pela natureza. Cada ser, especialmente, o ser humano, homem e mulher, é diferente. Esta deve ser acolhida e respeitada como manifestação das potencialidades próprias das pessoas, dos grupos e das culturas. São as diferenças que nos revelam que podemos ser humanos de muitas formas, todas elas humanas e por isso merecedoras de respeito e de acolhida.
A quarta perna se dá na comunhão: o ser humano possui subjetividade, capacidade de comunicação com sua interioridade e com a subjetividade dos outros; é um  portador de valores como  solidariedade, compaixão, defesa dos mais vulneráveis e de diálogo com a natureza e com a divindade. Aqui aparece a espiritualidade como aquela dimensão da consciência que nos faz sentir parte de um Todo e como aquele conjunto de valores intangíveis que dão sentido à nossa vida pessoal e social e também a todo o universo.
Estas quatro pernas  vem sempre juntas e equilibram a mesa, vale dizer, sustentam uma democracia real. Ela nos educa a sermos co-autores da construção do bem comum; em nome dele aprendemos a limitar nossos desejos por amor à satisfação dos desejos coletivos.
Esta mesa de quatro pernas não existiria se não estivesse apoiada no chão e na terra. Assim a democracia não seria completa se não  incluisse a natureza que tudo possibilita. Ela fornece a base físico-química-ecológica que sustenta a vida e a cada um de nós.  Pelo fato de terem valor em si mesmos, independente do uso que fizermos deles, todos os seres são portadores de direitos. Merecem continuar a existir e a nós cabe respeitá-los eentendê-los como concidadãos. Serão incluidos numa democracia sem fim sócio-cósmica. Esparramdo em todas estas dimensões realiza-se o ser humano na história, num processo ilimitado e sem fim.
Leonardo Boff é autor de O destino do homem e do mundo, Vozes 2000.

Quando Chapeuzinho é filha de advogad@

Chapeuzinho vermelho, filha de advogad@

– Chapeuzinho Vermelho, vá até a floresta levar doces para a Vovó que está doente, mas cuidado! Lá existe um grande lobo mau.
E a menina, filha de advogado, responde:
– Mãe, fique sabendo que: Abandono de idosos é crime, por isso traga a Vovó para morar conosco; Eu não posso ir para a floresta sozinha porque o Estatuto da Criança não permite, ainda mais sabendo que lá tem lobo... E tem mais. Se a Vovó está doente, não pode comer somente doces.

pra rir um pouco

UM DEVOGADO DOS BÃO
Dizem que aconteceu em Minas Gerais, em Ubá, cidade onde nasceu o genial compositor Ary Barroso.
Na cidade havia um senhor, cujo apelido era Cabeçudo. Nascera com uma cabeça grande, dessas cuja boina dá pra botar dentro, fácil, fácil, uma dúzia de laranjas. Mas fora isso, era um cara pacato, bonachão e paciente.
Não gostava, é claro, de ser chamado de Cabeçudo, mas desde os tempos do grupo escolar, tinha um chato que não perdoava.
Onde quer que o encontrasse, lhe dava um tapa na cabeça e perguntava:
... 'Tudo bom Cabeçudo'?
O Cabeçudo, já com seus quarenta e poucos anos, e o cara sempre zombando dele.
Um dia, depois do milésimo tapão na sua cabeça, o Cabeçudo meteu a faca no zombeteiro e matou-o na hora.
A família da vítima era rica; a do Cabeçudo, pobre.
Não houve jeito de encontrar um advogado pra defendê-lo, pois o crime tinha muitas testemunhas.
Depois de apelarem pra advogados de Minas e do Rio, sem sucesso algum, resolveram procurar um tal de 'Zé Caneado', advogado que há muito tempo deixara a profissão, pois, como o próprio apelido indicava, vivia de porre.
Pois não é que o 'Zé Caneado' aceitou o caso? Passou a semana anterior ao julgamento sem botar uma gota de cachaça na boca!
Na hora de defender o Cabeçudo, ele começou a sua defesa assim:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
Quando todo mundo pensou que ele ia continuar a defesa, ele repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
Repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz:
- Peço ao advogado que, por favor, inicie a defesa.
Zé Caneado, porém, fingiu que não ouviu e:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
E o promotor:
- A defesa está tentando ridicularizar esta corte!
O juiz:
- Advirto ao advogado de defesa que, se não apresentar imediatamente os seus argumentos... Foi cortado por Zé Caneado, que repetiu: - Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
O juiz não agüentou:
- Seu moleque safado, seu bêbado irresponsável, está pensando que a justiça é motivo de zombaria? Ponha-se daqui pra fora, antes que eu mande prendê-lo.
Foi então que o Zé Caneado disse: -Senhoras e Senhores jurados, esta Côrte chegou ao ponto em que eu queria chegar...
Vejam que, se apenas por repetir algumas vezes que o juiz é meritíssimo, que o promotor é honrado e que os membros do júri são dignos, todos perdem a paciência, consideram-se ofendidos e me ameaçam de prisão..., pensem então na situação deste pobre homem, que durante quarenta anos, todos os dias da sua vida, foi chamado de Cabeçudo!
Cabeçudo foi absolvido e o Zé voltou a tomar suas cachaças em paz.
Moral da história:Mais vale um 'Bêbado Inteligente' do que um 'Alcoólatra Anônimo'!

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