Tempos
em que precisamos de algo mais
Quando ligo a TV, ou pego uma
revista para folhear (cultura inútil), me deparo com modelos e padrões de moda,
seja na maneira de vestir, seja, no modelo de porte físico, cor do cabelo,
magra, alta, etc. Tod@s perfeit@s e eu aqui, na minha imperfeição. Depois, vem a questão de que tod@s devemos ser bem sucedid@s
na vida. E novamente eu, na luta do dia a dia. Não há lugar para perdedor/a. É preciso ter muito. O ser já não
importa. Tudo é muito rápido e passa quase sem deixar vestígio da sua
ocorrência. Vamos apenas vivendo, acordando e dormindo, acordando e dormindo...
Nessa loucura da vida atual, vem à
sensação de vazio, de eterna busca "do não sei o que". O ser humano perde-se em si mesmo, já não
sabe muitas vezes quem é, para que veio e para onde vai. E acabamos nos levando pelo ditado que "felicidade são apenas momentos", e depois fica a angustia, solidão, vazio.
E com isso, às vezes bate a porta
de nossa vida uma sensação de que algo nos falta. É a sensação de que nos faz
lembrar que somos humanos, por isso vivemos esse emaranhado de emoções. O
sentido da vida não pode ser inventado, tem de ser descoberto na caminhada da
vida. O mundo nos diz que é preciso correr contra o tempo, é preciso ter,
ter... E o relógio não para: tic, tac, tic, tac.. O tempo não para!!!
E nós vamos vivendo como louc@s, sem sentir, viver intensamente a vida na sua simplicidade. Leonardo Boff indaga: “Para
onde vamos, já que sabemos tão pouco de onde viemos e apenas um pouco do que
somos? As respostas nos fazem corajosos ou covardes, felizes ou trágicos,
esperançosos ou indiferentes”.
Recordo-me que uma amiga querida
sempre diz: "A vida é um circulo". E isso tem sentido. É uma
afirmação circular, que significa que vida nos confronta com desafios e, à
medida que o indivíduo se torna capaz de enfrentá-los, ele cresce como pessoa e
encontra sentido. Pois todo ser humano tem a liberdade de mudar a qualquer
instante. O ser humano é capaz de mudar o mundo para melhor, se possível, e de
mudar a si mesmo para melhor, se necessário. E nós sabemos que quanto mais a
pessoa se esquece de si mesma — dedicando-se a servir uma causa ou a amar o ser humano como são — mais humana será e mais se realizará. É como diz Eclesiates: “E compreendi
que não há felicidade para o homem a não ser a de alegrar-se e fazer o bem
durante sua vida. E, que o homem coma e beba, desfrutando do produto de todo o
seu trabalho, é dom de Deus” (Ec 3.12 e 13)
E vale lembrar que o livro de Eclesiastes foi escrito por um homem em crise. Alguém que não
estava satisfeito com as respostas do senso comum religioso de sua época. Seu
discurso revela uma inquietude com a vida em todas as suas dimensões. É uma
pessoa crítica que, mesmo sem saber, fez análise de conjuntura e colocou
questões cruciais para a existência humana, especialmente em sua vertente
religiosa.
Com isso também me recordo de Jó. Jó, um dos personagens que mais representa o sofrimento absurdo, ou como poderíamos dizer, ele era o campeão em sofrimento, a medalha de ouro. Lembremo-nos que o sofrimento, de certo modo, deixa de ser sofrimento no instante em que encontramos nele um sentido. Voltemos a Jó. Com ele vemos e aprendemos muitas coisas. Com Jó, temos a superação dos medos em relação ao destino, porque ele reage contra as teologias que aumentam o sofrimento (lei da retribuição), e propõe uma ação solidária dos seres humanos como sujeitos de sua própria história coletiva e individual, e resgata uma nova experiência de Deus, um Deus que caminha com seu povo, ao seu lado. Vale citar, que antes Jó enfrentou, a face desse Deus que ele ousou interrogar no seio da tempestade e de quem recebeu uma palavra à altura: “Quem é esse que obscurece meus desígnios com palavras sem sentido? Onde estavas, quando lancei os fundamentos da terra? Dize-mo, se é que sabes tanto” (Jó 38,2.4).
Vive-se hoje numa sociedade que cobra tanto do ser humano que às vezes é difícil viver tranquilamente. As pessoas vivem num constante emaranhado de emoções e exigências, como se a vida fosse uma constante tempestade, que é difícil continuar a caminhar com tranquilidade. E com isso, somos confrontad@s como Jó, com uma busca de sentido. E como ele, somos convocad@s a nos cingirmos, tateando uma nova maneira de se situar nesse mundo.
Com isso também me recordo de Jó. Jó, um dos personagens que mais representa o sofrimento absurdo, ou como poderíamos dizer, ele era o campeão em sofrimento, a medalha de ouro. Lembremo-nos que o sofrimento, de certo modo, deixa de ser sofrimento no instante em que encontramos nele um sentido. Voltemos a Jó. Com ele vemos e aprendemos muitas coisas. Com Jó, temos a superação dos medos em relação ao destino, porque ele reage contra as teologias que aumentam o sofrimento (lei da retribuição), e propõe uma ação solidária dos seres humanos como sujeitos de sua própria história coletiva e individual, e resgata uma nova experiência de Deus, um Deus que caminha com seu povo, ao seu lado. Vale citar, que antes Jó enfrentou, a face desse Deus que ele ousou interrogar no seio da tempestade e de quem recebeu uma palavra à altura: “Quem é esse que obscurece meus desígnios com palavras sem sentido? Onde estavas, quando lancei os fundamentos da terra? Dize-mo, se é que sabes tanto” (Jó 38,2.4).
Vive-se hoje numa sociedade que cobra tanto do ser humano que às vezes é difícil viver tranquilamente. As pessoas vivem num constante emaranhado de emoções e exigências, como se a vida fosse uma constante tempestade, que é difícil continuar a caminhar com tranquilidade. E com isso, somos confrontad@s como Jó, com uma busca de sentido. E como ele, somos convocad@s a nos cingirmos, tateando uma nova maneira de se situar nesse mundo.
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