segunda-feira, 20 de maio de 2013

Espiritualidade


“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer. Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...” Fernando Pessoa

Para Boff vivemos no século da consolidação da globalização. A globalização provocada pelo avanço da revolução tecnológica, caracterizada pela internacionalização da produção e pela expansão dos fluxos financeiros; regionalização caracterizada pela formação de blocos econômicos; fragmentação que dividem globalizadores e globalizados, centro e periferia, os que morrem de fome e os que morrem pelo consumo excessivo de alimentos, rivalidades regionais, confrontos políticos, étnicos e confessionais, terrorismo. É nesse contexto, nessa travessia de milênio, que devemos pensar a espiritualidade, ou melhor, que o ser humano começa a voltar-se cada dia mais para a busca do transcendente, da espiritualidade.
Vivemos em uma época em que não há mais uma única história e sim, história da humanidade unificada e globalizada, unida com a história da Terra. E com isso há a consciência coletiva, ou seja, uma preocupação que vai além do meu bairro, cidade, Estado, país. É algo global!

Nessa globalização o desenvolvimento e sustentabilidade são compatíveis e é possível falarmos em desenvolvimento fora da lógica do capital. E assim como Boff, Gadotti diz que isso tudo "implica um equilíbrio do ser humano consigo mesmo e com o planeta, mais ainda, com o universo. A sustentabilidade que defendemos refere-se ao próprio sentido do que somos de onde viemos e para onde vamos, como seres de sentido e doadores de sentido a tudo o que nos cerca (GADOTTI, 2005, p. 16). E é a partir disto que o ser humano buscará mais a espiritualidade. Num mundo de caos e tantas diferenças busca-se algo mais, a espiritualidade.
Pois, segundo Boff, "A espiritualidade dará leveza à vida e fará que os seres humanos não se sintam condenados a um vale de lágrimas, mas se sintam filhos e filhas da alegria de viver juntos nesse mundo." Afinal, desde crianças temos a sensação de estarmos ligados ao universo, pois não somos apenas corpo e nem só psique. Somos espírito. O sentimento de pertença ao universo, de se estar ligad@ ou re-ligad@ com algo que é muito maior do que nós. E creio que sim, vivemos cada dia mais uma época em que o ser humano busca experimentar o sagrado, a espiritualidade. Busca-se um encontro com o transcendente, que é segundo Boff o "gerador de grande sentido e de entusiasmo para viver".
Odete Liber de AAdriano

Referencia:

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra e cultura de sustentabilidade. In: Revista Lusófona de Educação, 2005, 6, 15-29.


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