Quando
olho para o passado vejo que a vida por muitas vezes me bateu forte. Lógico que
em alguns momentos quis fugir, gritar, chorar (e o fiz) mas logo percebia que isso não iria me
ajudar. Então, só restava uma alternativa: enfrentar e seguir adiante. Pois o
que importa é: “Frente a uma situação difícil, complicada, dolorosa, o que se faz:
chora, se joga no chão, se fecha em casa
no quarto escuro, fica relembrando como se é fraco, foge ou enfrenta? O que
fará a diferença na vida é qual das opções se escolhe.
E
na caminhada da existência muitas escolhas eu tive que fazer. Umas boas, outras
nem tanto. Certas, erradas. Quis da vida mais do que ela poderia me oferecer. Também
quis mais de mim, mais do que poderia ser. E pior, ainda quero mais de mim.
Em
certos momentos houve dias de desespero, medo, ansiedade, luto, dor, saudade. Mas
também existiram noites de sol com brilho, luz intensa, assim como teve dias de
vazio na alma. Com isso, compreendi certas coisas, outras ainda não. Respondi certas
indagações, questionei e muitas vezes não
tive resposta alguma.
Fugaz,
têm sido os meus dias. Nos desenganos da vida encontrei a “dureza” do dia a
dia. Na descoberta, na luta, a resiliência da minha alma.
Consegui
sempre enfrentar as lutas e adversidades, mesmo que procrastinando. Me
levantei, me recuperei. E como diz a canção: Sigo “caminhando e cantando, e
seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não”.
Com
isso, tornei-me descobridora de mim mesma. Descobridora dos meus caminhos e de
minha lucidez ou “inlucidez”. Descobridora das minhas fraquezas e de minha
força. Descobri meus limites e minha ponderação, bom senso. Também descobri que
não poderia ser além do que eu era, pois encontrei os meus limites. E me adaptei
ao meu tamanho “sem abandonar o sonho” mesmo que a vida por vezes tenha me
abandonado ou me dado uns “solavancos”. Mas isso foi e é bom, pois me faz o que
sou. Sempre aberta ao novo, as novas possibilidades, me adaptando, me
fortalecendo, crescendo, aprendendo, caindo e levantando. Se a vida me bate, é
preciso levantar mais forte. Como disse Sêneca, aquele/a que ‘se cai, luta de
joelhos’. Odete Liber AAdriano