Minha mãe sempre me disse o que ela ouviu do pai dela: “Dete, nunca
deixe que um homem decida ou escolha por você. Se você deixar, você não
pensará mais por você.” Dona Dora estava certa, meu avô Wenceslau (in
memoria) também. Creio que são feministas sem saberem. Uma mulher além
do tempo. Batalhadora pelos direitos da mulher, mesmo às vezes sem saber
de lei.
Minha mãe sempre prezou pela liberdade. Liberdade de sair,
voltar, falar, escolher amizades, trabalhar no que quiser, fazer o que
quiser, na hora que quiser. Sem se sentir presa ou prisioneira. Se não
aprendemos com ela, por falta de exemplo é que não foi.
Por que
escrevo isso? Porque muitas vezes, por estar casada, algumas coisas soa
estranho para algumas pessoas, e com isso, tenho ouvido: “Seu marido
deixa você sair por aí? Ele não liga quando você corta o cabelo sem
perguntar? Ele não liga quando você coloca essa ou aquela roupa? Ele não
liga de você sair sem hora pra voltar?” Elas precisam conhecer minha
mãe (kkk). E lógico, depois de tantos questionamentos, dias desse
respondi para uma “amiga”: “Meu marido é apenas um detalhe da minha
vida. Eu sou uma mulher livre, faço o que eu quiser. Devo a ele
respeito, mas não a minha vida.” Ela levou um susto, depois riu muito.
Afinal, ninguém é como eu. Kkkk
Principalmente em uma sociedade
que apesar de estarmos em pleno século XI, parece retroagir, pois sempre
fez questão de reforçar o papel da mulher como submissa (negativamente)
ao homem. Para as mulheres, seja de uma igreja ou não, muitas vezes, a
submissão é o papel dela e claro, o lugar dela é, de preferência,
abaixo de qualquer homem. Por isso, insisto em dizer: Mulher, você é
livre! Desperta, tu que dormes!
Assim como os homens não precisam
saber conserta um encanamento, pintar a casa, ser eletricista, mecânico e
outras coisas, as mulheres também não precisam saber cozinhar, faxinar,
ser uma competente lavadeira, passadeira.Não existe uma lei para isso. O
que há, é uma ideia arcaica de que mulheres devem ser assim e homens
assado, ou seja, cada um tem uma tarefa predefinida, como se isso fosse
um santo remédio para o andamento de uma boa relação.
Nossa
sociedade ainda carrega, mesmo que em tempos modernos, um romantismo
acentuado em que a figura da mulher perfeita se reduz a figura da mãe,
que lava, passa, cozinha, cuida d@s filh@s e de quebra tem um emprego...
O desafio é que no pensamento ou imaginário do homem, (me digam se
estou errada), ela também deve ser uma máquina do sexo incessante e que
faz as vontades do marido ou companheiro sem externar suas vontades e
desejos.
Com isso, não quero dizer que mulheres não podem cozinhar,
faxinar ou costurar, mesmo porque eu amo cozinhar e às vezes até fazer
uma boa faxina, e também não digo que um homem não possa trocar
lâmpadas, mexer no encanamento. Também não quero dizer que é errado o
homem querer um sexo gostoso, desde que a mulher também queira, e ambos
tenham prazer. Porque sexo, fazer amor é bom!
O que quero, é que fique claro, que a mulher pode e
deve fazer o que quiser, assim como o homem, desde que não se
desrespeitem ou agridam um ao outr@. A mulher é livre, desde que
seja uma escolha dela (e não do homem), ficar em casa cuidando as
tarefas domésticas e d@s filh@s, como ela também deve ser livre para se
dedicar a sua vida profissional. A mulher é livre para escolher ter ou
não filh@s, viajar ou não.
A mulher deve ser livre para querer
passar o domingo cozinhando para a família e amig@s, como é livre para
passar o dia sem fazer nada, ou simplesmente ficar cuidando de si, num
salão de beleza o dia todo. A mulher deve ser livre para escolher que
roupa usar, como também levar as roupas numa costureira, ou então ser
livre para fazer um curso de corte e costura e costurar sua roupa. A
mulher deve ser livre para fazer academia ou yoga, ou nada. A mulher é
livre para escolher casar ou ficar solteira. A mulher é livre para ser o
quiser ser! Porque a mulher é um ser livre! É sempre bom lembrar que a
mulher não é escrava nem de homem, nem de mulher e nem da sociedade.
E minha mãe continua dizendo isso para a neta!!! E eu, bem, creio que aprendi a lição direitinho com minha mãe. ODete Liber
"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo..." (Clarice Lispector)
sábado, 27 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
A MULHER ENCURVADA
MULHER
ENCURVADA
O nosso texto base é Lucas 13.10-17, onde há o
relato do encontro entre Jesus e uma mulher enferma, em dia de sábado. A mulher
sofria a dezoito anos, de uma doença que não lhe permitia endireitar-se. Jesus a curou, ela imediatamente começou a
louvar a Deus pelo que lhe acontecera, mas houve a repreensão do chefe da
sinagoga, que disse que aquele não era um dia apropriado para cura.
A resposta de Jesus, dirigida ao chefe da sinagoga,
indica que era apropriado libertar a mulher em dia de Sábado. Para Ele, nenhuma lei relacionada com a
santidade do Sábado pode ser colocada no lugar da libertação da mulher enferma,
mesmo quando se reconhece que até as pessoas mais exigentes no cumprimento da
lei do Sábado levavam o boi ou jumento, no Sábado, para dar-lhes de beber.
Ora, se até mesmo um boi ou jumento eram
desamarrados em dia de Sábado, quando tinham sede, para lhes dar de beber,
muito mais um ser humano tem direito de ser desamarrado de tudo aquilo que o
impede de desenvolver plenamente sua humanidade em dia de Sábado. Jesus diz com
isso um ser humano vale mais do que um animal.
Segundo o texto, “achava-se ali uma mulher, que
tinha um espírito de fraqueza”, isto é, “de enfermidade”. Naquela época a
doença é atribuída ao poderio maligno de Satanás (v.16), mas a cura que segue aqui,
não é descrita como exorcismo e, sim, como libertação: “Mas Jesus vendo-a,
chamou-a e disse-lhe: ‘Mulher, está livres da tua doença’, e impôs nela as
mãos; e imediatamente endireitou-se e louvava a Deus” (vv.12-13). A doença havia se espalhado por todo o corpo
da mulher, encurvando-a, atrapalhando seu movimento. O fato é que doença durava
dezoito anos e, consequentemente, produzira mudanças no organismo da mulher.
Jesus toma a iniciativa, depois de perceber a
necessidade da mulher, e a ela aceita o dialogo com Jesus. Depois de ter sido
chamada, a mulher precisou deslocar-se. Sair do lugar onde estava, para ouvir o
que Jesus tinha para lhe dizer, aceitando, então, em seu movimento, o diálogo
com Ele.
Com certeza ela estava num lugar reservado só para
as mulheres na sinagoga, ou em algum lugar onde não se poderia ver e perceber
sua deformidade. “Mas Jesus vendo-a,
chamou-a e disse-lhe: ‘Mulher, está livres da tua doença”. Jesus dirige a
palavra à mulher e impõe-lhe as mãos. A mulher foi curada imediatamente e
glorificava a Deus.
Outro fator importante nesse texto é ação espontânea
de Jesus. Um homem conversa com uma mulher. Ele percebe a necessidade dela.
Jesus a vê, olha, chama e impõe-lhe as mãos.
Jesus impõe-se, anunciando uma libertação que se
realiza instantaneamente numa mulher e em dia de sábado.
Pode-se dizer que a fraqueza da mulher, sua
enfermidade, corresponde a força que ela tem dentro de si. Tirar as ataduras, desatar,
desfazer o que Satanás havia feito é favorecer a recuperação da vida, é
libertar a pessoa. Para que a fraqueza se converta em força e a escravidão em
libertação, e a intervenção do poder de Deus
é necessária.
O texto acentua a incapacidade total da mulher de olhar
para cima ao afirmar que ela não podia, de forma alguma, levantar-se. Na época
alguém que não olha pra cima e não contempla a criação de Deus é alguém privado
da sua humanidade. Essa mulher só olhava
pra baixo. Ela ficara sem uma parte essencial da humanidade e de um contato com
a divindade, com Deus. Ao sentimento de não poder ser curada deve-se
acrescentar também a humilhação pessoal, a degradação social, além das dores
físicas.
E quantas vezes andamos assim, olhando pra baixo,
fracas, encurvadas, sem olhar nos olhos do outro e nem para o alto. Sem forças
para dialogar com Deus, o divino. Sem forças nem mesmo para nós.
“Estás livre da tua doença”. Ela foi de fato
libertada. Restaurada, que significa levantar-se, pôr-se de pé, ficar ereto,
recobrar o sentido vertical. A restauração a uma postura normal, ereta. A mulher levantou-se instantaneamente. Isso
também indica que a cura vem de Deus. Ela foi curada repentinamente, assim como
a doença fora duradoura, a cura foi tão completa quanto a enfermidade havia
sido total. A libertação de Deus chegou para a mulher: “estás livre”/”tens sido
libertada” da tua doença”. “Estás livre”//”tens sido libertada”, “agora estás
livre”. Muitas vezes, como mulheres,
precisamos nos libertar do que nos aprisiona, nos tira a tranquilidade,
a paz, a harmonia. As vezes precisamos nos libertar do poder autoritário
masculino que quer se instalar, seja em casa, no trabalho ou na igreja. É
sempre bom reafirmar que o Deus da Vida não combina, com os atos de morte,
doença, encurvamento, autoritarismo.
Na época a mulher já não era valorizada e enferma,
era pior. A doença da mulher a limitava totalmente. Além da limitação física,
havia a social. A doença deixava a mulher excluída socialmente.
A ação de Jesus proporciona uma nova visão da mulher
na sociedade: Jesus a curou num espaço público, pois a sinagoga era responsável
pela manutenção das tradições religiosas. Com isso Jesus inverte os valores
vigentes da época, representados pelo chefe da sinagoga. O que a Ipu tem feito
para quebrar tradições religiosas que aprisionam a mulher? O que a igreja e
vcs, mulheres, lideres tem feito para ir contra tudo o que aprisiona, silencia?
Vocês tem voz e vez nas suas igrejas? E fora da igreja? Em casa, no trabalho?
Vocês tem lutado por isso?
Jesus deu lugar para aquela mulher na sociedade, um
lugar que provavelmente ela sonhara em ter, mas nunca alcançara devido a sua
enfermidade a incapacitava totalmente. Porque naquela época a mulher não tinha
valor algum. Mas Jesus veio para resgatar a mulher, o seu valor, colocando-a no
mesmo grau de importância que o homem.
O olhar ultrapassa a constatação. Ele precede e
motiva o gesto de Jesus. O olhar demonstra receptividade; o gesto, sua
intercessão. A ação de Jesus deixa claro aos que tem olhos para ver e ouvidos
para ouvir que o Senhor não fica indiferente diante da miséria injusta e que
Ele atua para corrigir seus efeitos.
Vale lembrar que às vezes carregamos tanta coisa
dentro de nós e fazemos tanta coisa que leva o nosso físico e o emocional ao
extremo, e com isso o espiritual também padece. Às vezes somos reféns da nossa
própria religiosidade, que em vez de libertar, aprisiona, escraviza, machuca,
dói!
Às vezes o fardo que nos impomos como mulheres ou fardo
que nos impõe é tanto que ficamos encurvadas e nessa posição a gente não
consegue olhar para nós e nem pr@ outr@, muito menos ajudar @ outr@ nas suas
necessidades, porque o encurvamento é tanto que esquecemos que somos filhas de
Deus.
O encurvamento da mulher pode simbolizar, talvez, a
tendência de uma pessoa a fechar-se em si mesmo e a limitar seu horizonte às
realidades terrenas. A dor, nos torna individualista, porque só olhamos para
nossas dores, afazeres, nossa culpa, e ficamos doentes. E nos sentimos responsáveis e culpados por
tanta coisa.
E digo a vocês que a culpa é não estar inteira onde
se está. É preciso lembrar que onde estamos é o centro da nossa vida e se
formos inteiras onde estamos não vai nos faltar nada. O ser inteiro não é o dia
todo, são alguns momentos, é o que chamamos de qualidade de vida, qualidade de
tempo.
E vocês sabem, mulher, limitada, doente, traz
consequências sociais: desprezo e angustia. Doença e dor! Não só para ela
mesma, como para os outros.
E eu finalizo perguntando pra vocês: Quais as
limitações impostas às mulheres? Na igreja e fora da igreja? Em família? O que te faz ser mulher encurvada? Quais são as coisas que nos faz hoje, como
mulheres e cristãs, a olhar pra baixo, sem contemplar a criação de Deus?
Porque muitas vezes não temos saúde espiritual
porque somos levadas a calar, aguentar tudo sozinha, sem alguém que nos diga “estás
livre”!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a sermos livres,
curadas e guerreiras.
Odete Liber
É caminhando que se faz o caminho
Salmo
27; Genesis 15:1-12, 17-18; Lucas 13;31-35; Filipenses 3:17-4:1
Lucas
13:31-35: 31 Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe:
Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. 32 E respondeu-lhes: Ide, e dizei
àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no
terceiro dia sou consumado. 33
Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda
que morra um profeta fora de Jerusalém. 34
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são
enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus
pintos debaixo das asas, e não quiseste?
35 Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade
vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele
que vem em nome do Senhor.
É
caminhando que se faz o caminho
Estamos na quaresma, tempo em que acompanhamos a
caminhada de Jesus (v.33) rumo a Jerusalém. É um período propício para
refletirmos sobre a nossa caminhada como Crist@s, como discipul@s de
Cristo. É tempo de repensarmos e, quem
sabe, de refazermos nossa caminhada rumo a Jerusalém. Afinal, é preciso
caminhar com convicção da missão que temos como cristãos e cristãs, é preciso
assumir a missão até o fim e, como foi dito no domingo passado, ser cristão
muitas vezes não é fácil, não é ser rico, poderoso e, sim, enfrentar as lutas e
desafios que nos aparecem ao longo da caminhada.
Quantas coisas e fatos nos amedrontam e, às vezes,
nos desanimam, mas é preciso caminhar, seguir adiante, pois Deus nos ajunta
como a galinha ajunta seus pintinhos debaixo de suas asas.
O essencial nesse texto biblico é que o caminho dos
seguidores de Jesus é o mesmo d’Ele: os seguidores, @s discipul@s podem ter o
mesmo destino do mestre. O destino de Jesus em Jerusalém é a rejeição por causa
do caminho que Ele seguiu, ou seja, sua opção de vida, como registrada em Lucas
4:17-19:
17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e,
quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18 O
Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 a pregar liberdade
aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos,
a anunciar o ano aceitável do Senhor.
Jesus, para cumprir sua missão com êxito, demonstra
que tem paciência e infinito amor para salvar todas as pessoas pecadoras (ou
seja, todos nós), pois seu desejo é que ninguém se perca, porém, esse caminho é
de mão dupla: por uma via Jesus oferece gratuita e amorosamente a salvação e,
por outra, a pessoa deve desejar ser salva, precisa, a partir de seu encontro
com Jesus, “buscar o Reino de Deus e a sua justiça”.
Jesus propõe o Reino
que liberta e dá vida. E isso deve acontecer não com violência ou com imposição.
É preciso servir e não dominar!
A morte de Jesus aconteceu
para cumprir os desígnios do Reino de Deus. E esta morte não foi um fracasso e,
sim, um êxito, uma vitória, a qual é demonstrada pelos Evangelhos por meio das
curas e expulsão de demônios, que são sinais também do Reino de Deus.
A presença de Deus pode
abandonar os lugares santos. Vários textos bíblicos, como, por exemplo, o
próprio verso 35. A sorte de Jesus transformara o destino da vida dos seres
humanos, porque de inimigos passaram a amigos, pois com Jesus é sempre tempo de
reencontro.
O que interessa é que
Jesus foi rejeitado, mas cumpre sua missão. E a igreja tem sido sinal do reino?
E nós? Você tem cumprido seu papel como discípul@ de Jesus?
Vale ressaltar que
seguir a Jesus é muitas vezes ser rejeitado, porque os discipul@s andam na
contramão da sociedade. É literalmente fazer a diferença evangelizando,
curando, pregando e anunciando o ano aceitável do Senhor.
A subida a Jerusalém
depende da descida à periferia, inclusive aos marginalizados.
Na caminhada com Jesus,
somos desafiados para a prática da solidariedade com as pessoas sofridas:
mulheres, homens doentes, crianças abandonadas, idosos solitários, afastados,
pessoas desiludidas da vida e tantos outr@s.
Não podemos ficar
alhei@s ao mundo. A casa não pode ficar deserta, porque logo será propriedade
abandonada. Como filh@s, discipul@s de Deus é preciso caminhar, andar pelos
caminhos da vida, através dos quais Deus mesmo se achega e ingressa na vida das
pessoas. É preciso compromisso
exclusivamente com o Reino de Deus, para não nos deixarmos intimidar e nem
desviar do caminho. Quem não consegue seguir o caminho enfrentando os inimigos
acaba sendo inimigo do Reino, os quais, em Filipenses 3:18-19 são chamados inimigos da cruz,
que têm como destino a perdição. No domingo passado também ouvimos um pouco sobre o
que é ser profeta de Deus, inclusive que ser profeta é muitas vezes ser
rechaçado.
Não podemos ser como
Jerusalém, que era o lugar escolhido por Deus para ali fazer habitar o seu
nome, símbolo da presença de Deus e da proximidade com Deus e ao mesmo tempo
cidade que mata os profetas a ela enviados. Jerusalém era a cidade que refletia
a presença de Deus e que abrigava quem conhecia os caminhos de Deus, mas também
não percebeu quando Deus lhe falava através de seus enviados. Não percebeu
Jesus.
Jesus morreu ‘em’ e ‘por’
intermédio de Jerusalém, porque Ele era e é o enviado especial para trazer a
nossas vidas a presença e o abrigo de Deus. O texto nos diz que diversas vezes
Deus se dirigiu as pessoas e estas não ouviram os seus enviados. É preciso
avaliar nossa ação, afinal, Deus usa a nossa comunidade para servir de abrigo
aos que precisam, para acolher as pessoas desamparadas e a comunidade deve
lembrar que ela precisa das asas protetoras de Deus.
A imagem da galinha é
aplicada ao Deus protetor, que também se refere ao templo, que é lugar de
proteção e presença divina. É também a imagem feminina e maternal, que assegura
a proteção e ternura aos seres humanos recém nascidos. É a descrição da graça,
a grande novidade do Reino.
Não nos agarramos a
Deus primeiro, é Deus quem nos protege. Jesus diz: “Eu quis ajuntar”. Os
pintinhos se perdem, piam, gritam e a mãe os chama. Deus nos chama!
A comunidade de fé,
formada por tod@s nós deve ser espaço, o abrigo para os pintinhos perdidos
(afinal quantas vezes nos sentimos como pintinhos perdidos, desprotegidos). A
comunidade de fé, as pessoas que confessam sua fé em Jesus Cristo e o seguem,
podem ensaiar solidariedade e anunciar a presença viva de Deus conosco. Membros
em perigo a mãe – Deus ajunta e protege. Dá sua vida por eles, que é o que
Jesus fez por nós.
Encontrei uma história
muito bonita, sob o titulo “Debaixo de suas asas”
“Após um incêndio no
parque nacional Yellowstone dos Estados Unidos, começou a tarefa de limpeza e
avaliação dos danos. Um guarda florestal ia caminhando pelo parque, quando
encontrou uma ave carbonizada ao pé de uma árvore, numa posição bastante
estranha, pois não parecia que morrera escapando, nem que fora apanhada, simplesmente
estava com suas asas fechadas ao redor do corpo. O guarda intrigado, encostou
nela suavemente com uma vara; 3 pequenos filhotes vivos apareceram debaixo das
asas da mãe. Mãe que sabia que seus filhotes vivos não poderiam escapar do
fogo, por isso não os abandonou, nem os levou para o ninho sobre a arvore, onde
a fumaça subiria e o calor se
acumularia. Levou-os para debaixo da arvore, provavelmente um por um, e ali
ofereceu a sua vida, para salvar a vida deles. Podem imaginar a cena? O fogo
rodeando, os filhotes assustados e a mãe muito decidida transmitindo paz,
dizendo-lhes: “Não tema, venham par debaixo de minhas asas e nada lhes
acontecerá”. E os filhotinhos estavam tão seguros e protegidos do fogo, que horas depois do
incêndio terminado ainda não tinham saído de lá. Estavam totalmente confiantes
na proteção da mãe, somente após o encostar do guarda no corpo morto da mãe, é
que pensaram que deveriam sair.”
Tens a quem amar
assim? És capaz de amar o irmão de fé? Alguém
tem te amado assim? Quem encontra um motivo pelo qual vale a pena viver,
encontra um motivo pelo qual vale a pena dar a vida. E seguir a Cristo vale a
pena!
Pois a vinda de Jesus,
com Jesus a caminho, caminhando, é o modo como Deus ingressa na vida das
pessoas, é como Ele ingressou na minha vida, me encontrou e passamos a caminhar
juntos.
Quaresma é tempo de
acompanhar Jesus na sua caminhada para Jerusalém. A serviço. Sem desvios. É
caminhar: com coragem e firmeza de fé, com o objetivo certo: o Reino de Deus,
não a promoção pessoal; obediente a Deus e não ao poder do mundo; com
solidariedade aos sofrid@s e não pensar que não tem mais nada a fazer, que já é
tarde, porque para Deus nunca é tarde; sem pensar em deixar para os outros ou
pensar que a mudança vai tardar; é caminhar com a certeza das asas protetoras
da mãe e na confiança: nossa pátria esta nos céus, de onde aguardamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Caminhar confiando que Deus está conosco,
apesar da caminhada muitas vezes não ser fácil e a conscientização de que há um
“tarde demais”.
Deus nos abençoe e
guarde com suas asas protetoras. Que Deus toque nossos olhos para que possamos
enxergar a beleza da vida e a dor dos que sofrem, toque nossos ouvidos para que
possamos ouvir o clamor das pessoas, toque nossa boca para que possamos levar
adiante a sua mensagem, toque nossas mãos para que possamos ofertar com
disposição, toque nossa vida para que o Espírito Santo possa nos envolver,
toque nosso coração e nos permita sentir seu amor e sejamos forte para seguirmos o caminho, andar
pelos caminhos da vida, com o compromisso radical com quem sofre e passa
necessidades. Odete Liber
Com perfume, coragem e afeto!
“Em verdade vos digo: onde for pregado
em todo mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória
dela” ( Mc. 14.9)
Com perfume, coragem e afeto!
Está
se aproximando o dia em que
Jesus será traído, preso e condenado à morte pela cruz. Serão
dias de muita dor e sofrimento para o filho de Deus.
Ele
está reunido com os seus amigos na casa de Simão. Talvez estes sejam os últimos
momentos que terá com eles. De repente chega uma pessoa que não foi convidada e
provavelmente nem poderia estar naquele lugar. É uma mulher; e parece que, de
todos ali, ela é a única que sente o que Jesus realmente precisa. Ela revela
que conhece a dor e angústia que ele deve estar sentindo nestes momentos
finais. Então, se aproxima e, em um ato profético, oferece alívio para o
sofrimento de Jesus. Ela quebra um vidro de perfume e o derrama sobre ele.
Houve
quem se pronunciasse contra este gesto, mas Jesus humildemente o aceita, e
reconhece nele um ato grandioso realizado por aquela mulher; e promete que,
juntamente com o evangelho pregado, aquele ato será para sempre lembrado.
Mais
do que o bálsamo derramado, ao tocar
Jesus, a mulher oferece um gesto de carinho e ternura que busca aliviar a dor e
o sofrimento. Através de seu ato ela mostra que Jesus não está sozinho.
Aquela
mulher, cujo nome a Bíblia desconhece, certamente não estava convidada para
sentar-se à mesa junto com Jesus; era uma das pessoas que a sociedade excluía.
Mas, ao quebrar o vaso de óleo perfumado, simbolicamente ela quebra barreiras e
convenções para mostrar a sua solidariedade e levar o seu carinho a alguém que
está sofrendo. De onde veio esta coragem? Do compromisso com o Cristo sofredor.
A
aceitação da Boa Nova em
Jesus Cristo nos conclama a sermos pessoas solidárias e
compromissadas junto às milhares de irmãs e irmãos que estão passando por
momentos de dor, sofrimento e experimentando situações de morte. Onde o
Evangelho for pregado nunca serão esquecidas a coragem, a ternura e a
sensibilidade desta mulher sem nome.
Onde
está o nosso frasco de perfume? Quem estará necessitando do nosso perfume
compreensivo e consolador neste momento? Talvez, nós mesmas!!! Por isso,
finalizo com uma bênção: “Sê forte e corajosa/ corajoso, não temas e nem te
espantes, porque o teu Deus é contigo, por onde quer que fores. Em alegria e
dor. Hoje e amanhã e para todo o sempre. Assim te abençoe o Pai e a Mãe
amorosa, o Filho e o Espírito Santo. Amém.” Odete Liber
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Abraço
Hoje amanheci pensando no abraço. Quem não gosta de um abraço
gostoso? O abraço trás e nos dá a sensação de proteção, paz, amor, carinho e é
uma maneira de demonstrar que a outra pessoa é especial...O abraço é uma
afirmação muito humana de ser querido e de ter valor. É bom. Não custa nada e
exige pouco esforço. É saudável para quem dá e quem recebe. Vamos abraçar!!
Eu e Syw... que abraço gostoso...
Eu e Syw... que abraço gostoso...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
amei te ver
"ami te ver"
Não conhecia esse cantor, e lógico, sua música. Porém quando ouvi essa, me encantei.
A letra é linda, simples, fala de amor, desejo, encanto, sem palavras “chulas”. “Amei te ver”, é o que dizemos.
Ele diz em sua canção “Ah! quase ninguém vê, quanto mais o tempo passa mais aumenta a graça em te viver”, é o amor em sua essência, do coração, atrelado a vivência real. Nada haver com a aparência virtual tão idolatrada e aspirada atualmente.
Ele continua: “O coração dispara, tropeça quase para, me encaixo no teu cheiro e ali me deixo inteiro”, a forma como ele descreve o momento dos amantes é singela. “Ah! quase ninguém vê, quanto mais aumenta a graça, mais o tempo passa por você”.
Também gostei dessa parte da canção: “o coração dispara, tropeça quase para, me enlaço no teu beijo, abraço o teu desejo”, entendo que ele não está preocupado apenas com ele, com seus próprios desejos, mas sim, antes, ele acolhe o beijo de sua amada e se importa com seu desejo, “a mão ampara a calma, encosta lá na alma, e o corpo vai sem medo, descasca teu segredo, da boca sai: não para, é o coração que fala, o laço é certeiro metades por inteiro”. A mão que acaricia o corpo de sua amada é a mesma que traz calma e toca em sua alma, assim o corpo vai sem medo, conhecendo cada vez mais seus segredos, da boca de seu coração vem o desejo: não para! Não é mero sexo casual. O laço é certeiro, as metades agora são um inteiro, está tudo aí descrito, celebrado, cantado, vivido, perfeito!!! Parece o livro de Cantares!!
Vale vc ouvir...
https://www.youtube.com/watch?v=W62-ZG9tPpI&feature=share
Não conhecia esse cantor, e lógico, sua música. Porém quando ouvi essa, me encantei.
A letra é linda, simples, fala de amor, desejo, encanto, sem palavras “chulas”. “Amei te ver”, é o que dizemos.
Ele diz em sua canção “Ah! quase ninguém vê, quanto mais o tempo passa mais aumenta a graça em te viver”, é o amor em sua essência, do coração, atrelado a vivência real. Nada haver com a aparência virtual tão idolatrada e aspirada atualmente.
Ele continua: “O coração dispara, tropeça quase para, me encaixo no teu cheiro e ali me deixo inteiro”, a forma como ele descreve o momento dos amantes é singela. “Ah! quase ninguém vê, quanto mais aumenta a graça, mais o tempo passa por você”.
Também gostei dessa parte da canção: “o coração dispara, tropeça quase para, me enlaço no teu beijo, abraço o teu desejo”, entendo que ele não está preocupado apenas com ele, com seus próprios desejos, mas sim, antes, ele acolhe o beijo de sua amada e se importa com seu desejo, “a mão ampara a calma, encosta lá na alma, e o corpo vai sem medo, descasca teu segredo, da boca sai: não para, é o coração que fala, o laço é certeiro metades por inteiro”. A mão que acaricia o corpo de sua amada é a mesma que traz calma e toca em sua alma, assim o corpo vai sem medo, conhecendo cada vez mais seus segredos, da boca de seu coração vem o desejo: não para! Não é mero sexo casual. O laço é certeiro, as metades agora são um inteiro, está tudo aí descrito, celebrado, cantado, vivido, perfeito!!! Parece o livro de Cantares!!
Vale vc ouvir...
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